[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

domingo, 29 de setembro de 2019

[2179.] ISRAEL ABRAÃO ANAHORY [I] || O PASSAPORTE DE LUIZ CARLOS PRESTES E DE OLGA BENARIO (1935)

* ISRAEL ABRAÃO ANAHORY *

[Israel Abraão Anahory || 14/10/1940 || ANTT || RGP/12837

Quando Luiz Carlos Prestes [1898 - 1990] e Olga Benario [Munique, 1908 - Campo de extermínio de Bernburg, 1942] precisaram de um passaporte que não levantasse quaisquer suspeitas ao procurarem desembarcar no Brasil, em 1935, depois de um longo trajecto a partir de Moscovo, foi Israel Abraão Anahory, então Cônsul de Portugal em Rouen (França) que lhes arranjou a documentação legal.

[Israel Abraão Anahory || ANTT || RGP/12837

Assim, em 8 de Março de 1935, Prestes e Olga passaram a ser António Vilar, comerciante lisboeta de 40 anos, filho de José Vilar e Ângela Glória Vilar, e Maria Bergner Vilar, casados.

Terá sido na sequência desse acto corajoso e solidário que Israel Abraão Anahory, considerado um homem de confiança para tal tarefa devido às suas anteriores ligações com grupos anarquistas de Lisboa, seria preso em 12 de Outubro de 1940 e afastado da carreira diplomática.

[Fernando Morais || Olga. A vida de Olga Benario Prestes || Pergaminho || 1991]

[Anita Leocadia Prestes || Luiz Carlos Prestes. Um comunista brasileiro || Boitempo Editorial || 2015]

[João Esteves]

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

[2178.] ADELAIDE ESTRADA [III] || CONFERÊNCIA DE ANTÓNIO COIMBRA

* OBRA CIENTÍFICA DE ADELAIDE ESTRADA *


CONFERÊNCIA DE ANTÓNIO COIMBRA || 24 DE SETEMBRO || 18 HORAS || CASA-COMUM - REITORIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

«A conferência Obra Científica de Adelaide Estrada por António Coimbra, professor catedrático de Histologia pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que irá decorrer dia 24 de setembro, pelas 18h, na Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto, pretende dar a conhecer a vida e obra de Adelaide Estrada, investigadora nas áreas da Histologia, Citologia e Análises Clínicas e assistente de Abel Salazar.

Esta conferência, proferida a propósito da exposição Adelaide Estrada: Para além da Ciência, patente na Casa-Museu Abel Salazar até 2 de novembro, é integrada no ciclo multidisciplinar E Contudo, Elas Movem-se! Mulheres nas Artes e nas Ciências!, da Reitoria da Universidade do Porto, organizado por Ana Luísa Amaral, Maria Clara Paulino e Marinela Freitas, em parceria com Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa.»

ANTÓNIO COIMBRA

«António Coimbra, licenciado pela Faculdade de Medicina do Porto, em 1952, foi interno no Hospital de Santo António com Corino de Andrade, de 1954 a 1960. Convidado para lecionar nessa faculdade, em 1954, por Hernâni Monteiro, torna-se assistente de Histologia e Embriologia em 1955 (o diretor era, à altura, Manuel da Silva Pinto).

Doutorado em 1962 com a tese A célula nervosa – aspetos citoquímicos. Bolseiro da Gulbenkian, de 1963 a 1965, em Montreal, onde trabalhou com C. P. Leblond na síntese do glicogénio no fígado e músculo.

Em 1971 passou a trabalhar em tempo exclusivo como professor catedrático de Histologia, embora já fosse especialista em Neurologia pela Ordem desde 1959.

Identificou, pela primeira vez, os aferentes dolorosos à medula espinal e formou um grupo de investigação em Neurociências sobre as vias de condução da dor, com o qual, até à jubilação, em 1998, publicou numerosos trabalhos e orientou muitas teses de doutoramento.

Com Corino de Andrade, publicou no «Brain» os primeiros estudos sobre a ultra estrutura do nervo periférico na paramiloidose. Foi presidente do conselho diretivo da mesma faculdade no difícil período de normalização pós-revolucionária de 1976-1977. Depois da aposentação, realizou vários trabalhos sobre a carreira científica de Abel Salazar e a História da Medicina no Porto.»

André Azevedo
Casa-Museu Abel Salazar
Rua Dr. Abel Salazar, 488
4465-012 São Mamede de Infesta
Tel: 229039827

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

[2175.] ADELAIDE ESTRADA [II] || EXPOSIÇÃO "ADELAIDE ESTRADA: PARA ALÉM DA CIÊNCIA"

* ADELAIDE ESTRADA *
[1898 - 1979]


EXPOSIÇÃO  INTEGRADA NO CICLO MULTIDISCIPLINAR E CONTUDO, ELAS MOVEM-SE! MULHERES NAS ARTES E NAS CIÊNCIAS!

CASA-MUSEU ABEL SALAZAR || 21 DE SETEMBRO DE 2019 || 17 HORAS


“Adelaide Estrada: Para além da Ciência”, é a exposição que irá inaugurar no próximo sábado, dia 21, pelas 17h, na Casa-Museu Abel Salazar, e que presta homenagem à vida e obra de Adelaide Estrada (1898 – 1979).

Esta exposição é integrada no ciclo multidisciplinar E Contudo, Elas Movem-se! Mulheres nas Artes e nas Ciências! Este evento multidisciplinar da Reitoria da Universidade do Porto, é organizado por Ana Luísa Amaral, Maria Clara Paulino e Marinela Freitas, em parceria com Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa. A decorrer entre 10 de setembro a 29 de outubro de 2019, em vários espaços na cidade do Porto, este ciclo inclui no seu programa debates, mesas-redondas, ciclos de cinema, exposições, conferências, programas de rádio e lançamentos de livros, e pretende homenagear o contributo de várias mulheres em diferentes áreas profissionais, bem como dar conta da sua história e dos seus gestos de rebeldia ao desafiarem e ultrapassarem os limites socialmente e culturalmente associados ao sexo feminino, num passado bem recente.

É disto exemplo o percurso académico e intervenção cívica de Adelaide Estrada. Formada em Medicina, exerceu a docência como assistente livre de Histologia e preparadora no Laboratório Nobre, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Integrou várias instituições científicas, nomeadamente o Instituto de Alta Cultura, onde foi bolseira e estagiária, membro da Sociedade de Biologia (1928), da Association des Anatomistes (1932) e da Société Internationale d’Hematologie. Participou em encontros científicos, como o III Congresso Nacional de Medicina (Lisboa, 1928), o Congresso da Association des Anatomistes (1933) e as reuniões do Instituto de Oncologia de Lisboa (1941).

Tem vastíssima bibliografia científica sobre Histologia, Citologia e Análises Clínicas, tais como “Síndromas Meníngeas e Meningites Agudas Anormais”, “Questões de Nomenclatura Hematológica” ou “Os Índices Hematológicos Não Têm Valor Diagnóstico”, sendo alguns textos e comunicações apresentados em colaboração estreita com Abel Salazar, de quem foi aluna e colaboradora científica no Instituto de Histologia da Faculdade de Medicina e no Centro de Estudos Microscópicos da Faculdade de Farmácia.

Numa época em que muitos entraves ainda se colocavam às mulheres e eram poucas as que escreviam ou intervinham publicamente, Adelaide Estrada colaborou na revista “Pensamento”, órgão do Instituto de Cultura Socialista, que se publicou no Porto, e no “O Sol Nascente”, onde algumas mulheres escreviam sobre a condição feminina e a sua participação mais ativa na sociedade. Foi oposicionista do Estado Novo e apoiou as candidaturas dos generais Norton de Matos (1949) e Humberto Delgado (1958), nas respetivas campanhas à Presidência da República.

Adelaide Estrada, depois da sua aposentação do lugar de Preparadora do Laboratório de Análises Clínica, em 1950, montou, em 1952, um laboratório particular de análises no Porto. Faleceu a 18 de outubro de 1979.

A exposição “Adelaide Estrada: Para além da Ciência” ficará patente ao público até 2 de novembro, podendo ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 13h00 e das 14h30 às 18h00; e aos sábados, das 14h30 às 17h30. A entrada é livre.

Casa-Museu Abel Salazar
Rua Dr. Abel Salazar, 488
4465-012 São Mamede de Infesta
Tel: 229039827

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

[2174.] SALVADOR ALLENDE [I] || TEXTO DE LUIS SEPÚLVEDA - 30/08/2003

* MEMORIAL DOS ANOS FELIZES || LUIS SEPULVEDA *



Memorial dos Anos Felizes 

Los mil días del Gobierno de Allende || Memorial de los años felices 

Luis Sepúlveda || Rebelión || 30 de agosto del 2003

Os mil dias do Governo de Unidade Popular foram muito duros, intensos, sofridos e ditosos. Dormíamos pouco. Vivíamos em todo o lado e em lado nenhum. Tivemos problemas sérios e procurámos soluções. Esses mil dias podem ser acompanhados de qualquer adjectivo, mas se há uma grande verdade é que, para todos aqueles e aquelas que tivemos a honra de ser militantes do processo revolucionário chileno, foram dias felizes, e essa felicidade é e será sempre nossa, permanece e permanecerá inalterável. 

Queridas companheiras, queridos companheiros. Quem de nós pode esquecer o sorriso dos irmãos Weibel, de Carlos Lorca, de Miguel Enríquez, de Bautista von Schowen, de Isidoro Carrilo, de La Payita, de Pepe Carrasco, de Lumi Videla, de Dago Pérez, de Sérgio Leiva, de Arnoldo Camú, de todas e todos os que hoje, trinta anos mais tarde, não estão connosco mas vivem em nós? 

Cada uma e cada um tem na sua memória um álbum particular de recordações felizes daqueles dias em que demos tudo, e parecia-nos que dávamos muito pouco, porque tínhamos gravado na pele os versos do poeta cubano Fayad Jamis: "por esta revolução haverá que dar tudo, haverá que dar tudo, e nunca será o suficiente". Houve quem no cómodo e cobarde cepticismo desfrutou de um tempo morto a que chamaram juventude. Nós, sim, tivemos juventude, e foi vital, rebelde, inconformista, incandescente, porque se forjou nos trabalhos voluntários, nas frias noites da acção e propaganda.

Não houve beijos de amor mais fogosos do que aqueles que se deram no fragor das brigadas muralistas. Aquele que beijou uma rapariga da brigada Ramon Parra ou Elmo Catalán beijou o céu e não houve espada capaz de tirar esse sabor dos lábios. 

Outros, na atroz cobardia dos que criticaram sem dar nada, sem se queimar, sem arriscarem, sem conhecer o magnífico sentimento de fazer o que é justo e no momento justo, nas suas mansões sem glória, comendo na prata que herdaram dos comendados e bebendo puro suor dos operários, avisavam que estávamos a cometer excessos. Claro que cometemos erros. Éramos autodidactas na grande tarefa de transformar a sociedade chilena. Metemos muitas vezes o pé na argola mas nunca as mãos nos bens do povo. Enquanto outros conspiravam, nós alfabetizávamos. Enquanto outros se aferravam com fúria homicida aos seus bens mal adquiridos, pois a propriedade da terra vem sempre do roubo, nós permitimos que os párias da terra olhassem pela primeira vez para os olhos do patrão e lhe dissessem: "Grande filho-da-puta, exploraste-me, tal como aos meus pais e avós, mas aos meus filhos e aos filhos dos meus filhos não os explorarás." E essas palavras são parte do nosso legado feliz, da nossa memória feliz. 

Fumávamos "marijuana" dos Andes misturada com tabaco doce dos Baracoas. Ouvíamos os Quilapayún e Janis Joplin. Cantávamos com Victor Jara, os Inti Illimani e os The Mamas and Papas. Dançávamos com Hector Pavez, Margot Loyola, e os quatro rapazes de Liverpool fizeram suspirar os nossos corações. Usámos calças à boca de sino e as nossas raparigas minissaias que excitavam Deus e o Diabo. E tínhamos maneiras próprias de estar, que com uma só palavra diziam quem éramos e o que sonhávamos: Olá, companheira, olá companheiro. E com isso ficava tudo dito. 

Angel Parra, Rolando Alarcón, Isabel Parra e mil cantores populares deram-nos uma nova dimensão do amor, esse formidável verbo que começámos a conjugar à nossa maneira. 

Traçámos metas impossíveis, SUL-realistas, e cumprimo-las. Por uma vez na nossa história, todos os meninos do Chile mamaram meio litro de leite, de leite branco e justo, de leite necessário e proletário, porque o pagaram justamente os que produziam a riqueza. Um dia fez-se a grande conferência da UNCTAD [Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento], e os arquitectos, e os engenheiros, e os capatazes opinaram que não era possível levantar o grande edifício que nos mostraria como um povo em marcha, mas os nossos pedreiros, electricistas, estucadores e professores de capacete salpicado de gesso disseram que sim, que era possível, e fizeram-no. Mais tarde foi o edifício da juventude chilena. Quem não comeu algum dia na UNCTAD, chamado também edifício Gabriela Mistral e que mais tarde foi usurpado pelos assassinos? Todavia, ele aí está e aí permanecerá como um enorme testemunho desses mil dias em que tudo foi possível.

Os que não tinham imaginação nem lugar nesse reino do possível, do dito possível, conspiravam contra o sol, contra o mar, contra o Verão a partir das suas mansões de Reñaca ou Papudo. Mas nos balneários populares as famílias dos operários tinham pela primeira vez a possibilidade de estar ao sol, junto ao mar, que de verdade nos banhou tranquilo. Jogaram ao pôr-do-sol, passearam de mão dada, amaram-se, fizeram planos possíveis, enquanto as crianças eram entretidas pelos voluntários da Federação de Estudantes do Chile, e divertiam-se com os títeres, o teatro, as aulas de música e de pintura dadas por artistas militantes de um povo em marcha. 

Hoje, trinta anos depois, alguns dos que não tiveram a ousadia de se envolver, de dar tudo, ufanam-se de uma estranha capacidade premonitória que lhes permitiu vaticinar o desastre e os aconselhou a manter-se à margem. Miseráveis, pobres miseráveis que perderam a oportunidade mais bela de fazer história, mas de a fazer justa. Esses mesmos são hoje os paladinos da reconciliação e apontam-nos os "excessos". Mas esses iluminados nunca mencionam um desses excessos em particular: Provocámos o imperialismo ianque quando nacionalizámos o cobre? Esquecem que o fizemos com tanta suavidade, inclusivamente pagando indemnizações, que chegámos a ser alvo de críticas da própria esquerda. Mas fizemo-lo assim porque não queríamos a confrontação directa com o inimigo da humanidade. Soubemos responder às provocações com vigor e com violência quando ela foi precisa, mas nunca provocámos. O nosso tempo era o tempo dos construtores, prestávamos toda a atenção à argamassa que uniria os ladrilhos da grande casa chilena, e nenhuma à conjura porque éramos e somos mulheres e homens de honra. 

A maior expressão cultural de um povo é a sua organização, e fomos um povo muito culto porque a nossa organização, polifacetada, plural, às vezes docemente anárquica, orientava-nos para a vida. O sonho de Salvador Allende era elevar a expectativa de vida dos chilenos para os níveis dos países desenvolvidos. O seu desafio pessoal era permitir que cada chileno tivesse vinte anos mais para desenvolver a sua capacidade criadora, o seu engenho, e para que a velhice deixasse de ser um espaço de miséria e derrota, e fosse, pelo contrário, a soma de uma experiência, a herança de um povo. 

Numa entrevista com Roberto Rossellini, o companheiro Presidente conta-lhe que as suas mãos de médico tinham realizado mil e quinhentas autópsias, que as suas mãos de médico conheciam a atroz força da morte e a precária fortaleza da vida. Salvador Allende foi o líder mais preclaro da América Latina, a vida era a sua companhia, e a vida foi a nossa bandeira de luta.

A trinta anos do crime, há miseráveis que interpretam o suicídio de Allende como uma derrota. Não entendem as razões de um homem leal, que no fragor do combate entendeu que o seu último sacrifício evitaria ao seu povo a máxima das humilhações: ver o seu dirigente, o seu líder, algemado e à mercê dos tiranos. 

Queridas companheiras, queridos companheiros: não há maior honra do que a de ter sido companheiros de luta e de sonho como Salvador Allende. Não há maior orgulho do que esses mil dias liderados pelo companheiro Presidente. 

Não somos vítimas nem do destino nem da ira de um deus enlouquecido. A história oficial, a mentira como razão de Estado, apresenta-nos como responsáveis de um crime que, cada vez que tentam explicar, as palavras fogem das suas bocas, pois não querem ser parte do vocabulário da vergonha. Se a nossa intenção de fazer do Chile um país justo, feliz e digno nos faz culpados, então assumimos a culpa com orgulho. A prisão, a tortura, os desaparecimentos, o roubo, o exílio, o não ter um país para onde voltar, a dor, se tudo isso era o preço a pagar pelo nosso esforço justiceiro, então saiba-se que o pagámos com o orgulho dos que não renunciaram à sua dignidade, dos que resistiram nos interrogatórios, dos que morreram no exílio, dos que regressaram para lutar contra a ditadura, dos que ainda assim sonham e se organizam, dos que não participam na farsa pseudodemocrática dos administradores do legado da ditadura. 

Juntamente com Salvador Allende fomos protagonistas dos mil dias mais plenos, belos e intensos da história do Chile. Sobre nós deixaram cair todo o horror, mas não conseguiram apagar dos nossos corações o Memorial dos Anos Mais Felizes. 

Quando, nos momentos mais duros dos nossos mil dias, a provocação do fascismo, da direita, do imperialismo ianque, fazia com que a ira se instalasse perigosamente nos nossos ânimos, o companheiro Presidente aconselhava-nos: "Vão para vossas casas, beijem as vossas mulheres, acariciem os vossos filhos." Agora, a trinta anos da grande traição, que a proximidade dos nossos, que a recordação dos que faltam, e o orgulho de tudo o que fizemos sejam os grandes convocantes do que devemos lembrar. Que as palavras "Companheira" e "Companheiro" soem como uma carícia, e bebamos com orgulho o vinho digno das mulheres e dos homens que deram tudo, que deram tudo pensando que não era o suficiente. 

[Na manhã do dia 11 de setembro, de 1973, Salvador Allende se defende no Palácio La Moneda, no Chile || Luis Orlando Lagos Vásques]

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

[2173.] ESTÊVÃO GIRO [I] ASSASSINADO NO 1.º DE MAIO DE 1962

* ESTÊVÃO JOSÉ DANGUE GIRO *
[1937 (?) - 01/05/1962]

[Estêvão Giro || Álvaro Cunhal - Fotobiografia || Edições Avante! || 2013]

Tipógrafo, natural de Alcochete, o militante do Partido Comunista Estêvão Giro foi assassinado durante a manifestação do 1.º de Maio de 1962 realizada em Lisboa.

Tinha 25 anos e o Diário de Lisboa de 2 de Maio referiu-se às dezenas feridos, ficando todos sob detenção, e à morte do jovem Estêvão Giro, um dos muitos manifestantes vindos da margem sul do Tejo.

[Diário de Lisboa || 2 de Maio de 1962]

[Diário de Lisboa || 2 de Maio de 1962]

[2172.] ZAMORA [I] || NO A LA VIOLENCIA DE GÉNERO

* ZAMORA || NO A LA VIOLENCIA DE GÉNERO *

[Espanha || Zamora || Julho de 2019]

[2171.] PICOS DE EUROPA [I] || JULHO DE 2019

* PICOS DE EUROPA *



[Espanha || Picos de Europa || Julho de 2019]

domingo, 1 de setembro de 2019

[2170.] JOÃO MARTINS BRANCO [V] || FOTOGRAFIAS DO FUNERAL (30/04/1931) PUBLICADAS POR PAULO BARROSA

* JOÃO MARTINS BRANCO *

[1912 - 28/04/1931]

Natural de Espinho, era aluno do Instituto Comercial e Industrial do Porto quando, em 28 de Abril de 1931, foi assassinado na sequência do assalto da polícia à Faculdade de Medicina do Porto durante uma reunião de contestação à Ditadura instaurada em 28 de Maio de 1926.

O seu funeral constituiu uma imponente manifestação antifascista, tendo todas as fotografias que se seguem sido retiradas, com a devida vénia, do Álbum em sua memória da autoria de Paulo Barrosa, sobrinho de João Martins Branco.