* CONGRESSO FEMINISTA DE COPENHAGUE *
"JORNAL DA MULHER" || 25/08/1906
O “Jornal da Mulher” [O Mundo, p. 4, cols. 1-2] pronuncia-se sobre o Congresso de Copenhague, organizado pela International Woman Suffrage Alliance e presidido por Carrie Chapman-Catt, constatando que os «relatórios oficiais do escritório da Aliança e das Sociedades filiais mostram-nos o progresso que foi feito nos últimos tempos, progresso imenso quando se compara com o que foi possível fazer outrora, mas que deixa ainda o ideal feminista longe do fim que visa alcançar.» Relembra também a passagem por Lisboa de Madame Gabrielle Alphen-Salvador [1856 - 1920]:
«A Associação internacional do Sufrágio das Mulheres, realizou um congresso em Copenhague, do dia 6 a 11 de Agosto, presidido por Carrie Chapman Catt. // Muitos países se esperava que se fizessem representar neste congresso. A América, a Inglaterra, a Alemanha, a Austrália, o Canadá, a Finlândia, a Holanda, a Hungria, a Itália, a Suíça, a Noruega, a Suécia, a Rússia, etc., enviaram delegados para pedirem em nome de todas as mulheres o direito de voto. // A «Aliança» publicou já um programa provisório que nos permite avaliar a importância das questões que deviam ter sido postas na ordem do dia. // Os relatórios oficiais do escritório da Aliança e das Sociedades filiais mostram-nos o progresso que foi feito nos últimos tempos, progresso imenso quando se compara com o que foi possível fazer outrora, mas que deixa ainda o ideal feminista longe do fim que visa alcançar. // Para conseguir esse «desideratum» é necessário que os esforços de todas as mulheres se liguem na mesma comunhão de princípios. // A Aliança exercerá certamente uma grande influência, porque não é possível que tantas mulheres notáveis, agrupadas para obter um direito que é indiscutivelmente justo, não impressionem em seu favor todos os que não estão irrevogavelmente cegos pelos perniciosos preconceitos do passado. // O movimento feminista de França enviou a Copenhague uma delegação composta de madame Vincent, madame Deflou, madame Maria Martin e madame Bertou.»
[O Mundo, 25/08/1906, p. 4, cols. 1-2]
[João Esteves]
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