[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

domingo, 5 de dezembro de 2021

[2632.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CII] || 1926 - 1933

 * PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CII *

00775. Mário da Silva Ranito [1932, 1932, 1937]

[Mário da Silva Ranito || ANTT || RGP/6789 || PT-TT-PIDE-E-010-34-6789]

[Covilhã, 12/11/1907, empregado no comércio - Lisboa; empregado de escritório - Covilhã. Filiação: Joana de Jesus Bonina e José da Silva Ranito. Solteiro. Preso em 15/04/1932, «por fazer parte do núcleo comunista "Gomes Freire", quando assistia a uma reunião de célula no Campo Santana, sendo-lhe apreendidos no acto da captura diversos livros intitulados "Princípios do Comunismo" e manifestos de propaganda comunista»; libertado em 18/04/1932 (Processo s/n.º), por ter conseguido ocultar a relevância da sua militância. Preso pela Secção de Vigilância em 21/05/1932, "por fazer parte da organização comunista": integrou o Comité de Zona N.º 2, com Afonso Henriques Ventura e Álvaro Augusto Ferreira (Processo 452); "era o filiado n.º 162 da célula n.º 26 do Comité de Zona n.º 4 do P. C. P., desempenhando neste Comité o cargo de Secretário de Agitação e Propaganda"; controlava as células 18, 20 e 27; e integrava o Comité Regional de Lisboa, representando o Comité de Zona N.º 4 - "era de uma actividade extraordinária, tanto na agitação como na propaganda, o que se verifica pelas actas e relatórios do arquivo do Comité Regional, apreendido ao Jaime Tiago" (Processo 460). Em 11/08/1932, por parecer do Director Geral de Segurança Pública e concordância do Ministro do Interior, deliberou-se que lhe fosse fixada residência obrigatória em Timor ou em Cabo Verde; libertado em 10/12/1932, por estar abrangido pela amnistia de 05/12/1932. No entanto, os processos que o implicavam, 452 e 460, foram remetidos, em 24/02/1933, para o TME, vindo só a ser julgado em 21/11/1934: condenado a 18 meses de prisão e na perda de direitos políticos por cinco anos, foram passados pelo mesmo tribunal, em 10/10/1936, mandados de captura. Preso em 20/05/1937, na Covilhã, onde residia e desenvolvia actividade política clandestina no âmbito do Partido Comunista: integraria o Comité Regional e teria sido o responsável pelas "bandeiras comunistas com o emblema soviético que foram colocadas na cidade da Covilhã, no dia 1.º da Maio do ano findo", para além de distribuir manifestos e jornais clandestinos (Processos 598/35 e 2654/SPS). Levado para os calabouços da Guarda, seguiu para Lisboa em 27/05/1937, aguardando na 1.ª Esquadra e, em 12/07/1937, passou para Caxias. Regressou à 1.ª Esquadra em 10/05/1938, devido ao julgamento, em 18/05/1938, pelo TME (Processo 644/37): condenado a quatro anos de prisão, contados depois de completar a pena aplicada em 21/11/1934. Regressou a Caxias em 20/05/1938, passou, em 07/06/1938, pela 1.ª Esquadra e embarcou, em 08/06/1938, para Angra do Heroísmo, com destino à Fortaleza de S. João Baptista, de onde só regressou em 09/06/1943. Levado para Peniche, saiu em liberdade condicional, por determinação do Governo, em 26/11/1943.]

00776. Manuel Maria Tavares da Silva [1932]

[Albergaria-a-Velha, 1903, padeiro - Lisboa. Filiação: Maria Nunes das Neves e Júlio Tavares das Neves. Casado. Preso, "para averiguações", em 22/05/1932, e entregue pelo Comando da PSP de Lisboa à Secção de Vigilância; libertado em 27/05/1932.]  

00777Guilherme Adolfo Robim Gorjão [1932]

[Preso, provavelmente, em 1932. Libertado pela Secção de Vigilância em 21/05/1932.]

00778Custódio António Soares [1929, 1932, 1954]

[Custódio António Soares || F. 24/03/1954 || ANTT || RGP/21508 || PT-TT-PIDE-E-010-108-21508]

[Sesimbra, 23/04/1896, empregado do comércio - Lisboa; empregado de mesa. Filiação: Júlia Rosa e António Custódio Soares. Casado. Preso em 20/04/1929, "por ser chefe de um grupo de vinte e cinco civis em Beja" (v. Processo 4322); processo enviado ao Ministério da Guerra. Preso em 24/05/1932, acusado de integrar o grupo que se propunha assaltar o Alfeite e Vale de Zebro durante o movimento revolucionário de 26/08/1931 (v. Processo 417); libertado do Aljube em 22/06/1932. Preso em 23/03/1954, quando residia em Cacilhas, "para averiguações"; levado para o Aljube, foi libertado em 03/04/1954 (Processo 22/954).]
[alterado em 18/12/2021]

00779Francisco José de Carvalho Afonso [1932, 1935, 1938, 1953, 1959]

[Francisco José de Carvalho Afonso || ANTT || RGP/1290 || PT-TT-PIDE-E-010-7-1290_P3]

[Matacães - Torres Vedras, 26/05/1891, industrial de panificação - Lisboa. Filiação: Maria Gertrudes da Conceição Aniceto ou Maria da Conceição Carvalho Afonso e Miguel José Afonso. Casado. Residência: Calçada de Arroios, 73. Preso em 24/04/1932; libertado em 14/06/1932. Preso pela SPS da PVDE em 27/06/1935, por "motivo político" e levado para uma esquadra. Quando se encontrava num dos quartos do Governo Civil, enviou, em 20/07/1935, uma exposição ao Ministro do Interior: segundo as anotações à margem, era há muito vigiado por ser considerado "reviralhista" e ter cedido a sua casa para uma reunião revolucionária, sendo os participantes quase todos ex-presos.  Transferido, em 08/11/1935, para o Aljube, foi libertado em 30/05/1936, por ter sido absolvido pelo TME (Processo 2183/35). Preso em 15/04/1938, "para averiguações", recolheu ao Aljube; libertado em 20/07/1938 (Processo 374/38). 

[Francisco José de Carvalho Afonso || F. 21/04/1953 || ANTT || RGP/1290 || PT-TT-PIDE-E-010-7-1290_P2]

Preso em 20/04/1953, "para averiguações", recolheu ao Aljube; libertado em 23/04/1953 (Processo 24/953).
  
[Francisco José de Carvalho Afonso || F. 16/06/1959 || ANTT || RGP/1290 || PT-TT-PIDE-E-010-7-1290_P1]

Preso em 12/03/1959, "por atividades subversivas", recolheu ao Aljube e levado, nesse mesmo dia, para a enfermaria, de onde só saiu em 07/05/1959, quando foi libertado. 

00780. Carlos de Assunção Fonseca [1928, 1930, 1932]

[Carlos de Assunção Fonseca || F. 04/09/1928 || ANTT || PT-TT-PVDE-Polícias-Anteriores-1-NT-8902 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[Alhos Vedros - Moita, c. 1883, empregado do comércio - residência no Barreiro. Filiação: Mariana da Conceição Correia Fonseca, António dos Santos Fonseca. Casado. Residência: R. António José de Almeida, 52 - Barreiro. Preso em 01/09/1928, "por estar implicado na explosão de bombas na linha férrea, junto da estação de Évora"; libertado em 07/11/1928 (v. Processo 3997). Preso em 22/07/1930, "por suspeita de estar comprometido no movimento revolucionário em preparação"; libertado em 01/08/1930 (v. Processo 4673). Preso em 26/05/1932, "por estar ligado revolucionariamente a um indivíduo de nome Barros e ainda por suspeita de ligação com elementos comunistas"; libertado em 14/06/1932 (v. Processo 400).] 
[alterado em 14/12/2021]

[João Esteves]

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