* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLXIII *
01554. Joaquim Bento Henriques [1933]
[Lisboa, c. 1900. Encadernador. Filiação: Maria dos Prazeres Henriques, João da Mata Henriques. Casado. Residência: Rua de S. Tiago, 3. Preso pela SPS em 25/10/1933, «por ser detentor de vários livros de matéria subversiva que lhe foram apreendidos na sua residência». Libertado em 26-27/10/1933.]
[alterado em 27/06/2024]
01555. Artur Alves [1933]
[Oliveira do Bairro, c. 1911. Trabalhador na Quinta de Santo António - Estrada da Luz. Filiação: Rosa Rodrigues de Jesus, José Alves. Solteiro. Residência: Azinhaga do Ramalho. Preso pela SPS em 25/10/1933, por haver suspeita de que saberia o local onde se supunha estar «enterrado muito armamento» [Processo 810]. Como o desconhecesse, seria libertado da 1.ª esquadra no mesmo dia.]
01556. Delfim de Sousa Pinheiro [1933]
[Lisboa, c. 1887. Encadernador. Filiação: pais incógnitos. Solteiro. Residência: Bairro Lamosa, 30. Preso pela SPS em 25/10/1933, «por suspeita de ter em sua casa livros de propaganda subversiva, não lhe tendo sido encontrado nenhum livro ou documento sobre o assunto» [Processo 811]. Libertado em 26 ou 27/10/1933.]
01557. Luís Maia Monteiro [1930, 1931, 1931, 1933, 1935]
[Luís Maia Monteiro.
Figueira de Castelo Rodrigo, 18/05/1891. Comerciante. Filiação: Florinda Soares Maia, Joaquim Luís Monteiro. Casado. Residência: Av. Almirante Reis, 4 - Lisboa / Av. Conde Valbom, 56 - Lisboa. Preso em 14/06/1930, «por andar fugido à ação desta Polícia que o procurava», tendo-se refugiado em cada do advogado Luís Figueiredo. Solto em 23/06/1930 [Processo 4267]. Terá sido preso em 1931: em agosto, estando internado no Hospital de S. José, «foi restituído à liberdade por ordem do Ex.mº Delegado Especial». Preso em 26/08/1931, por ter participado na revolta desse dia. Conduzido à Cadeia Nacional, foi deportado para Timor em 02/09/1931 [Processo 324]. Preso pela SPS em 27/10/1933, «por continuar a desenvolver grande atividade conspiratória contra o Governo», e transferido, em 28/10/1933, da 18.ª esquadra para a 30.ª esquadra. Transferido, em 02/11/1933, desta esquadra para o «segredo do Aljube». Considerado «muito perigoso por ser um elemento bem ligado», sendo «prejudicial a sua permanência em Lisboa ou mesmo no Continente», seguiu, por ordem do Governo, de Peniche para Angra do Heroísmo em 19/11/1933 [Processo 834]. Regressou e saiu em liberdade em 08/09/1934, ficando a residir na Av. Miguel Bombarda, 113. Procurado em junho de 1935, «por estar envolvido em manejos conspiratórios contra a atual Situação Política do País» [Processo 1502], seria preso em 10/09/1935, associado ao movimento que eclodiu neste dia: manteve, então, contatos com Gago da Câmara, Hernani Martins Vagueiro, Jacinto Henriques, José dos Santos Marcelo e Manuel Caipira, entre outros. Levado para o Aljube, seria transferido, em 16/09/1935, para a enfermaria da Cadeia do Limoeiro, talvez por uma eventual tentativa de suicídio. No âmbito do Processo 1502, foi despronunciado pelo TME em 23/11/1935. Libertado em 20/02/1936.]
[alterado em 07/04/2024]
01558. Horácio Ferreira Saloio [1931, 1933]
[Montijo, c. 1901. Alferes. Filiação: Palmira Adelina Ferreira, José Augusto Saloio. Casado. Residência: Rua da Indústria, 24. Assentou praça em 1917 e, no ano seguinte, fez exame de admissão à Escola de Oficiais Milicianos. Terá estado envolvido na revolta de 20/07/1928, sendo, por isso vigiado. Em 17/04/1931, encontrava-se preso na Casa de Reclusão de S. Julião da Barra. Vigiado em 1932, por estabelecer contatos dentro do Batalhão de Metralhadoras 1 e assistir a reuniões em casa de António Nunes Claro, a que compareciam, entre outros, Jaime Batista (capitão), João Lopes Soares (capitão capelão), José Severo dos Santos (sargento) e Mário da Rosa Ginga (sargento). Preso em 17/07/1933, «por estar envolvido na organização dum movimento revolucionário» [Processo 737]. Por ordem do ministro do Interior, foi-lhe fixada residência obrigatória em Peniche, para onde seguiu em 19/07/1933. Por ordem do mesmo ministro, foi restituído à liberdade em 26/07/1933, continuando, no entanto, com residência fixada em Peniche. Evadiu-se em 27/10/1933, com mais três militares, sendo ordenado a sua captura. Refugiou-se em Espanha, tendo solicitado o seu regresso a Portugal em agosto de 1935. Terá sido deportado para a ilha do Faial, Açores, onde ficou conhecido como «tenente Horácio», lecionou Matemática na Horta e presidiu aos Bombeiros Voluntários, «exercendo grande influência nos jovens de então» [Dias de Melo]. Major, foi-lhe atribuído em 10/06/1989, a título póstumo, a condecoração de Comendador da Ordem da Liberdade.]
[Horácio Ferreira Saloio || 29/08/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-506_c0002]
[Horácio Ferreira Saloio || 16/09/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-14-506_c0001]
01559. Eduardo da Cunha Carmona e Silva [1931, 1933]
[Eduardo da Cunha Carmona e Silva.
Viseu, 1898. Tenente de Infantaria. Filiação: Adélia Cristina da Cunha e Silva, João Batista Carmona e Silva. Casado. Residência: Av. Defensores de Chaves, 133. Solicitado ao Ministério da Guerra, em abril de 1931, a sua prisão, "por andar envolvido em manejos revolucionários" e manter ligação ao capitão Jaime Batista. Preso em 26/08/1931, por participar ativamente na revolta, e deportado, por ordem do Governo, para Timor em 02/09/1931, de onde se evadiu em 18/09/1931. Fugiu da ilha num barco holandês, a bordo do qual assinou, em 28/02/1932, o manifesto "Um Grupo de Deportados de Timor à Nação Portuguesa". Subscreveram-no outros deportados em fuga: Alfredo Marques Mendonça, Fernando de Utra Machado, Francisco de Oliveira Pio, Joaquim Ramos Munha, José Pereira Gomes, Manuel António Correia, Manuel Vireilha da Costa e Miguel de Abreu. Preso em 12/07/1933, "por estar envolvido na organização dum movimento revolucionário". Por ordem do ministro do Interior, foi-lhe fixada residência obrigatória em Peniche, para onde seguiu em 14/07/1933. Por ordem do mesmo ministro, foi restituído à liberdade em 26/07/1933, continuando, no entanto, com residência fixada em Peniche. Evadiu-se em 27/10/1933, com mais três militares, sendo ordenado a sua captura. Esteve exilado na Bélgica, França e Espanha. Faleceu em 1941, em Lisboa.]
[alterado em 04/12/2024]
01560. Francisco Aníbal Pinheiro de Sousa Larcher [1933]
[Francisco Larcher || ANTT || RGP/9740 || PT-TT-PIDE-E-010-49-9740_m0285]
[Lisboa, c. 1890. Capitão aviador - capitão miliciano de Aeronáutica. Filiação: Georgina Amélia Tavares Pereira de Sousa Larcher, Júlio Maria de Lima de Sousa Larcher. Casado. Residência: Rua Arco Bandeira, 159. Vigiado em 1929 e 1930. Preso em 10/07/1933, «por estar envolvido na organização dum movimento revolucionário» [Processo 737]. Por ordem do ministro do Interior, foi-lhe fixada residência obrigatória em Peniche, para onde seguiu em 14/07/1933. Por ordem do mesmo ministro, foi restituído à liberdade em 26/07/1933, continuando, no entanto, com residência fixada em Peniche. Evadiu-se em 27/10/1933, com mais três militares, sendo ordenado a sua captura. Saiu do país e, em 27/06/1934, requereu para regressar, por se encontrar sem recursos e na «disposição de não conspirar contra a atual Situação Política». A SPS informou, em 29/06/1934, que não se opunha a tal pretensão.]
[João Esteves]
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