|| 28 DE SETEMBRO || 15 HORAS || FCSH/UNL ||
|| BEATRIZ PINHEIRO: POR ANABELA SILVEIRA ||
"De pacifista a defensora da Guerra. O percurso singular de Beatriz Pinheiro (1871-1922)"
CONFERENCISTA: Anabela Silveira (IHC-FCSH/NOVA)
Anabela Silveira é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Mestre em História da Educação pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Doutorada em História pela Universidade do Porto com a tese Dos nacionalismos à Guerra, os movimentos de libertação angolanos -1945/1965. Investigadora integrada no Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. A sua dissertação de Mestrado teve como título: Bata preta, cinto vermelho, gola branca: subsídios para o estudo do ensino privado em Portugal durante o Estado Novo, teve ensejo de trabalhar também História de género. Tem-se debruçado sobre esta feminista republicana, fundamentalmente a partir da revista Ave Azul. Dentro desta temática efectuou a comunicação “O pensamento feminista de Beatriz Pinheiro a partir da revista viseense Ave Azul (1899/1900)”, no II Congresso da I República e do Republicanismo, Lisboa, 2/10/2014.
RESUMO: De pacifista a defensora da Guerra. O percurso singular de Beatriz Pinheiro (1871-1922)
"Beatriz Pinheiro, natural de Viseu onde nasceu em 1871, foi republicana, feminista, pedagoga, escritora, pacifista, membro da Liga Portuguesa da Paz e da Liga republicana das Mulheres Portuguesas. Correligionária de Afonso Costa no Partido Democrata, defendeu a participação de Portugal na 1ª Guerra Mundial.
Nas páginas da revista viseense Ave Azul (1899-1900), de que era directora juntamente como o marido Carlos de Lemos, deixou muito do seu pensamento republicano, feminista e pacifista. Na Chronica, com que abre o número 15, de Outubro de 1899, Beatriz Pinheiro discorre sobre a importância da manutenção da paz, esse “ideal deslumbrantíssimo” pois “a Humanidade já não precisa da Guerra para progredir; é na Paz que hoje estão os elementos do progresso: e o Progresso é a lei da Humanidade”. Ao enaltecer o papel da mulher na consecução de uma cultura de paz, aproveita para divulgar a fundação, em Lisboa, a 18 de Maio daquele ano, da Liga Portuguesa da Paz, presidida por Alice Pestana. Beatriz Pinheiro veio a ser uma das primeiras «correspondentes» da Liga na «província», sendo sua representante em Viseu.
Se em 1909 adere à Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, como propagandista republicana Beatriz Pinheiro usava a imprensa para a difusão das suas ideias, colaborando em periódicos como A Beira, Almanaque de Senhoras, Alma Feminina ou A Crónica. A militância republicana dos directores da Ave Azul alimentou tais anti-corpos em Viseu, que o casal teve de abandonar a cidade nos primeiros anos do século XX. Depois da instauração da República, Beatriz Pinheiro passou a residir em Lisboa, leccionando no Liceu Maria Pia. Foi precisamente neste Liceu que, a 8 de Junho de 1916, proferiu a célebre conferência “A mulher Portuguesa e a Guerra Europeia”. A comunicação, que aqui proponho, tem por objectivo analisar os dois discursos, proferidos e escritos com dezassete anos de diferença, e perceber o caminho percorrido de militante pacifista à defenda da participação de Portugal na 1ª Guerra Mundial."
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