* VALENTINO GALHARDO *
1928, Tavira. Coronel.
Discreto, de uma amabilidade rara, sempre oportuno nas suas intervenções e muito respeitado, Valentim Tavares Galhardo enveredou pelo curso de História na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa após ter passado à reserva.
Homem de vasta cultura, dono de um sorriso franco e acolhedor, era presença habitual com o Diário de Lisboa debaixo do braço, que lia e discutia com avidez.
As tardes que antecediam as aulas de Hernâni Resende tornavam-se mais ricas pela sua presença, animadas por conversas que ultrapassavam largamente o efémero.
Falava-se da guerra colonial, dos seus breves tempos na RTP — de onde fora rapidamente afastado —, da família, de quem falava com enorme orgulho, e, claro, de História. A de Portugal e a outra.
Infelizmente, perdeu-se, na voragem de empréstimos sem retorno, o livro que publicou em edição de autor — um volume raro de apontamentos pessoais e que espelhava bem quem era.
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