* MARIA EVELINA DE SOUSA *
[01/01/1879 - 12/02/1946]
[Fotografia assinada e com dedicatória datada de 31/08/1913]
Educadora, professora primária oficial, jornalista, republicana e feminista.
Filha de Décio de Sousa, nasceu em Ponta Delgada em 1 de Janeiro de 1879 e faleceu na mesma localidade açoreana em 12 de Fevereiro de 1946.
Frequentou a escola distrital de habilitação ao Magistério em 1900, obtendo a classificação de 17 valores no exame final, e leccionou sempre na sua terra natal. A partir de 1904, exerceu a docência na Escola de Santa Clara e, em 1908, foi a responsável pela fundação da primeira biblioteca escolar do círculo, o que teve grandes repercussões na comunidade e na imprensa, tendo sido publicado um opúsculo com a colecção de artigos com que foi saudada a sua inauguração [Biblioteca Escolar de Santa Clara, Ponta Delgada, 1909].
Quando, em Setembro de 1909, se deslocou a Lisboa, em viagem de "estudo e de recreio", manteve contactos com Amália Luazes, Ana de Castro Osório, Albertina Paraíso, Olga Morais Sarmento e Virgínia Quaresma e visitou as principais escolas da capital, em companhia do professor Ulysses Machado.
Colaborou no jornal O Campeão Escolar, semanário consagrado aos interesses da instrução e do professorado, editado no Porto, entre 1904 e 1907, mas foi através do periódico Revista Pedagógica, órgão do professorado oficial açoreano e dedicado aos interesses da instrução, que se publicou em Ponta Delgada entre 1906 e 1916, do qual foi directora, proprietária e editora, que granjeou notoriedade junto da comunidade educativa, local e nacional. Embora o seu objectivo central fosse a difusão da instrução e a defesa dos interesses do professorado oficial, acompanhou naquelas páginas a formação das organizações de mulheres e deu destaque às respectivas iniciativas.
Foi o único periódico a chamar a atenção para os Estatutos da Associação de Propaganda Feminista, destacando os objectivos e o papel meritório das dirigentes Ana de Castro Osório e Carolina Beatriz Ângelo, e publicou artigos de opinião de algumas das principais líderes.
Filha de Décio de Sousa, nasceu em Ponta Delgada em 1 de Janeiro de 1879 e faleceu na mesma localidade açoreana em 12 de Fevereiro de 1946.
Frequentou a escola distrital de habilitação ao Magistério em 1900, obtendo a classificação de 17 valores no exame final, e leccionou sempre na sua terra natal. A partir de 1904, exerceu a docência na Escola de Santa Clara e, em 1908, foi a responsável pela fundação da primeira biblioteca escolar do círculo, o que teve grandes repercussões na comunidade e na imprensa, tendo sido publicado um opúsculo com a colecção de artigos com que foi saudada a sua inauguração [Biblioteca Escolar de Santa Clara, Ponta Delgada, 1909].
Quando, em Setembro de 1909, se deslocou a Lisboa, em viagem de "estudo e de recreio", manteve contactos com Amália Luazes, Ana de Castro Osório, Albertina Paraíso, Olga Morais Sarmento e Virgínia Quaresma e visitou as principais escolas da capital, em companhia do professor Ulysses Machado.
Colaborou no jornal O Campeão Escolar, semanário consagrado aos interesses da instrução e do professorado, editado no Porto, entre 1904 e 1907, mas foi através do periódico Revista Pedagógica, órgão do professorado oficial açoreano e dedicado aos interesses da instrução, que se publicou em Ponta Delgada entre 1906 e 1916, do qual foi directora, proprietária e editora, que granjeou notoriedade junto da comunidade educativa, local e nacional. Embora o seu objectivo central fosse a difusão da instrução e a defesa dos interesses do professorado oficial, acompanhou naquelas páginas a formação das organizações de mulheres e deu destaque às respectivas iniciativas.
Foi o único periódico a chamar a atenção para os Estatutos da Associação de Propaganda Feminista, destacando os objectivos e o papel meritório das dirigentes Ana de Castro Osório e Carolina Beatriz Ângelo, e publicou artigos de opinião de algumas das principais líderes.
A partir de 12 de Maio de 1915, Maria Evelina de Sousa surgiu como secretária de redacção do periódico A Folha, fundado em 1902 e cuja directora, editora e proprietária era a amiga inseparável Alice Moderno [11/08/1868 - 20/02/1946].
Por iniciativa de Evelina de Sousa realizou-se em Ponta Delgada uma conferência de propaganda do método João de Deus e, mais tarde, ofereceu-se para dar explicações gratuitas a todos os professores que desejassem aprender o Método Legográfico-Luazes, método de leitura e de escrita da autoria da professora Amália Luazes, com quem o tinha aprendido.
Ainda durante o tempo da Monarquia, defendeu na imprensa a proibição do ensino de matéria religiosa nos estabelecimentos escolares, congratulando-se com o decreto republicano que extinguia, nas escolas primárias e normais, a doutrina cristã.
Evelina de Sousa foi das poucas intelectuais a militar em três das organizações femininas da 1.ª República.
Estreou-se na Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, tendo sido homenageada, juntamente com Alice Moderno, numa sessão realizada na sede em 15 de Agosto de 1912 e onde discursaram, para além das duas jornalistas, Ana Augusta de Castilho, Agostinho Fortes, Carneiro de Moura e Maria Veleda.
Participou na Associação de Propaganda Feminista, tendo sido publicada no seu órgão A Semeadora a carta dirigidas a Ana de Castro Osório sobre as indústrias femininas açoreanas [“Indústrias femininas - Carta a D. Ana de Castro Osório”, A Semeadora, nº 27, 15/09/1917, p. 3, cols. 1-2, nº 28, 15/10/1917, p. 3, col. 4 e p. 4, col. 1, nº 33, 09/07/1918, p. 4, cols. 1-3 e nº 35, 30/09/1918, p. 3, cols. 2-4].
Aderiu à Associação Feminina de Propaganda Democrática tendo, em Maio de 1916, participado na homenagem ao Presidente da República Bernardino Machado.
Mereceu, enquanto propagandista da instrução e das reivindicações feministas, uma saudação no Primeiro Congresso Feminista e de Educação, organizado pelo Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas em 1924.
Foi, ainda, sócia fundadora do Centro Democrático de Ponta Delgada e da Sociedade Micaelense Protectora dos Animais (1911). Muito conceituada nos Açores e respeitada no continente, o seu nome tornou-se sinónimo da defesa dos direitos das mulheres e precursora na protecção dos animais.
Alice Moderno faleceu em 20 de Fevereiro de 1946, apenas oito dias após o desaparecimento da sua grande amiga e companheira de sempre.
Quer o Dicionário de Educadores Portugueses, dirigido por António Nóvoa [Porto, ASA, 2003], quer o Dicionário no Feminino (séculos XIX-XX) [Lisboa, Livros Horizonte, 2005], inseriram pioneiros textos biográficos.
[João Esteves]
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