[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sábado, 20 de julho de 2019

[2167.] REVOLTA DE 20 DE JULHO DE 1928 CONTRA A DITADURA MILITAR [V] || CIVIS PRESOS

* REVOLTA DE 20 DE JULHO DE 1928 CONTRA A DITADURA MILITAR || "REVOLTA DO CASTELO" *

CIVIS PRESOS LEVADOS PARA O QUARTEL DO REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 3

[21/07/2028 || ANTT || PT-TT-EPJS-SF-001-001-0010-1056C]

[2166.] REVOLTA DE 20 DE JULHO DE 1928 CONTRA A DITADURA MILITAR [IV] || LEVA DE ESTUDANTES PRESOS

* REVOLTA DE 20 DE JULHO DE 1928 CONTRA A DITADURA MILITAR || "REVOLTA DO CASTELO" *

LEVA DE ESTUDANTES PRESOS || 21 DE JULHO DE 1928

[21/07/1928 || Leva de estudantes presos || ANTT || PT-TT-EPJS-SF-001-001-0010-1058C]

[2165.] REVOLTA DE 20 DE JULHO DE 1928 CONTRA A DITADURA MILITAR [III] || RENDIÇÃO

* REVOLTA DE 20 DE JULHO DE 1928 CONTRA A DITADURA MILITAR || "REVOLTA DO CASTELO" *

RENDIÇÃO DOS REVOLTOSOS || A VOZ - 22 DE JULHO DE 1928

[A Voz || 22 de Julho de 1928]

[2164.] REVOLTA DE 20 DE JULHO DE 1928 CONTRA A DITADURA MILITAR [II] || REVOLTA DO CASTELO

* REVOLTA DE 20 DE JULHO DE 1928 CONTRA A DITADURA MILITAR || "REVOLTA DO CASTELO" *

EXPLICAÇÃO DOS REVOLTOSOS SOBRE AS RAZÕES QUE LEVARAM À RENDIÇÃO DO CASTELO DE SÃO JORGE || 1928

[A. H. Oliveira Marques || A Literatura Clandestina em Portugal 1926 - 1932 || Vol. I || Fragmentos || 1990]

[2163.] REVOLTA DE 20 DE JULHO DE 1928 CONTRA A DITADURA MILITAR [I] || REVOLTA DO CASTELO

* REVOLTA DE 20 DE JULHO DE 1928 CONTRA A DITADURA MILITAR || "REVOLTA DO CASTELO" *

Em 20 de Julho de 1928 deu-se mais uma tentativa de derrubar a Ditadura Militar saída do 28 de Maio de 1926, localizando-se o seu epicentro no Batalhão de Caçadores 7 instalado no Castelo de São Jorge.

O movimento revolucionário iniciou-se às 21 horas, assinalado por três disparos, e envolveu militares e civis espalhados por outros pontos do país.

Visava, entre outros objectivos, derrubar a Ditadura, repor as liberdades, libertar os presos políticos, fazer regressar os exilados e deportados e convocar um Congresso Constituinte.

[Ilustração Portuguesa || 1 de Agosto de 1928]

[Canhões dos revoltosos no Castelo de São Jorge]

quarta-feira, 17 de julho de 2019

[2162.] PEDRO SOARES [II] MARIA LUÍSA COSTA DIAS [VII] || PEDRO E LUÍSA - MORRER ANTES DO FIM

* PEDRO SOARES || MARIA LUÍSA COSTA DIAS *

PEDRO E LUÍSA - MORRER ANTES DO FIM
[JUNHO DE 1975]

[Pedro Soares e Maria Luísa Costa Dias no exílio, em Itália || in Pedro e Luísa: morrer antes do fim || edições dêágâ || Junho de 1975]

[14 de Maio de 1975 || Cortejo fúnebre || in Pedro e Luísa: morrer antes do fim || Texto: Nuno Gomes dos Santos || Fotos: José Tavares || edições dêágâ || Junho de 1975]

segunda-feira, 15 de julho de 2019

[2161.] PEDRO SOARES [I] || 20 DE AGOSTO DE 1937

* PEDRO DOS SANTOS SOARES *
[13/01/1915 - 10/05/1975]

20 DE AGOSTO DE 1937 || FOTOGRAFIA DE CINCO PRESOS POLÍTICOS EM PENICHE, ANTES DE PEDRO SOARES SER DEPORTADO PARA O TARRAFAL || PEDRO SOARES É O PRIMEIRO À DIREITA

[in Pedro e Luísa: morrer antes do fim || Texto: Nuno Gomes dos Santos || Fotos: José Tavares || edições dêágâ || Junho de 1975]

domingo, 14 de julho de 2019

[2160.] SOEIRO PEREIRA GOMES [I] || POEMA DE 1949 DEDICADO A CÂNDIDA VENTURA [V]

* POEMA DE SOEIRO PEREIRA GOMES || 20 DE JULHO DE 1949 *

Já gravemente doente, Soeiro Pereira Gomes [1909 - 1949] esteve clandestino em casa de Nina Perdigão [1902 - 1988], onde reencontrou Cândida Ventura [1918 - 2015] numa das suas muitas passagens pela mesma residência. 

Desse convívio, resultou o "Poema Único - Para a C...", dedicado a Cândida Ventura que, então, usava o pseudónimo "Carlota". Perdido durante muito tempo, foi reencontrado por Rui Perdigão em 1983, «numa caixa de velhos papéis que andou mais de vinte anos de um lado para o outro e que, por fim, voltou a chegar-me às mãos» e que inseriu no seu livro O PCP visto por dentro e por fora [Editorial Fragmentos, 1988].

Poema Único

Para a C...

                                    Menina dos olhos grandes,
                                    Tão grandes que neles vejo
                                     A minha imagem e o mundo
                                     Com que sonho e que porfio...

                                     Menina do riso ingénuo
                                     À porta dos lábios mudos
                                     Como fio de água fresca
                                     Entre o musgo duma rocha...

                                     Menina de tez morena
                                     Que o sol beija e mais ninguém
                                     E de corpo tamanino
                                     E de rosto tão bonito...

                                     - Porque usas carrapito?
                                     P'ra realçar teus encantos
                                     Que são tantos, tantos, tantos
                                     Como estrelas há no céu?...

                                     Menina do meu enleio
                                     Menina doutras meninas
                                     Que tenho nos olhos tristes:
                                     - Solta as tranças, vai cortar
                                     (Não dói nada... e é mais bonito)
                                     Vai cortar o carrapito!

                                                                               20/07/1949

[Rui Perdigão || O PCP visto por dentro e por fora || Fragmentos || 1988]

sábado, 13 de julho de 2019

[2159.] NINA PERDIGÃO [IV] || 1902 - 1988

* TOMÁZIA JOSEFINA HENRIQUES PERDIGÃO *
[02/05/1902 - 1988]

[Tomázia Josefina Henriques Perdigão || ANTT || RGP/5021 || PT-TT-PIDE-E-010-26-5021]

Mais conhecida por Nina Perdigão

Filha de Tomázia Alves de Azevedo Henriques [f. 24/08/1936], proprietária, e de Joaquim dos Santos Henriques, Nina Perdigão nasceu a 2 de Maio de 1902 na Freguesia de Cedofeita, Porto, cidade onde faleceu em 1988. 

Teve quatros irmãos, todos rapazes: Luís, Carlos, Joaquim e António Azevedo Santos Henriques

Casou com Licínio Pinheiro Perdigão [1905 - 1934], nascido em Manaus, Brasil, arquitecto que cursou a Faculdade de Belas Artes do Porto entre 23/09/1922 e 03/10/1929 e que faleceu muito novo em início de carreira, não voltando a contrair matrimónio. 

[Licínio Pinheiro Perdigão || Fotografia retirada do Blogue Família Perdigão da autoria da neta Manuela Perdigão]

Viúva muito nova e mãe de dois filhos pequenos (Rui e Gil Perdigão), ficou economicamente dependente dos pais que estavam ligados à indústria têxtil portuense e detinham inúmeras propriedades. A sua militância política iniciou-se na década de 30, no âmbito do Socorro Vermelho Internacional, vendendo o boletim Solidariedade e selos para angariar fundos para os presos políticos, militantes clandestinos e vítimas da Guerra Civil de Espanha. 

Com 34 anos e recém viúva, foi presa na residência da Avenida da Boa Vista, 341, Porto, em 22 de Outubro de 1936, acusada de fazer parte do Socorro Vermelho Internacional do Norte [ANTT-PIDE/DGS Proc. 122/37], só sendo libertada em 30 de Maio de 1937. 

[Rui Perdigão || O PCP visto por dentro e por fora || Fragmentos || 1988]

Novamente detida em 9 de Agosto deste ano a fim de ser submetida a julgamento, recolheu ao Aljube do Porto e saiu em liberdade em 26 de Agosto depois de ter sido condenada pelo Tribunal Militar Especial na multa de 2.400$00, que se substituía, quando não paga, por quatro meses de prisão correccional [Processo nº 39/937 do Tribunal Militar Especial de Lisboa, fl. 25].

A mulher do Presidente Óscar Carmona, Maria do Carmo Ferreira da Silva [1888 - 1956], procurou interceder por Nina Perdigão junto de Salazar, tendo este afirmado: «Será um bom exemplo para as mulheres portuguesas»! [Rui Perdigão, O PCP visto por fora e por dentro]. 

Cumpriu a sentença no Aljube do Porto, numa cela juntamente com Alice Pereira Gomes [1910 - 1983], irmã de Soeiro Pereira Gomes. 

Em 1944, aderiu, formalmente, ao Partido Comunista Português, tendo a sua insuspeitada casa na Rua do Breyner - 213 funcionado, durante  muito tempo, como ponto de apoio às actividades dos dirigentes, nomeadamente os do Secretariado. Passaram por lá, entre outros, Cândida Ventura [1918 - 2015], Joaquim Pires Jorge [1907 - 1984], Júlio Fogaça [1907 - 1980], Octávio Pato [1925 - 1999], Sérgio Vilarigues [1914 - 2007] e, no Verão de 1949, Soeiro Pereira Gomes [1909 - 1949], este na fase terminal da doença que o vitimou, levado por Pires Jorge

Apesar de gravemente doente, «a sua alegria, em geral, era esfusiante», «o riso contagioso» e, nessa casa, reencontrou Cândida Ventura, que usava o pseudónimo Carlota, e a quem dedicou o "Poema Único - Para a C...", datado de 20 de Julho de 1949. Foi, também aí, que Soeiro Pereira Gomes se inspirou para os últimos escritos, escondidos até ser possível recuperá-los mais tarde: «Foi minha mãe, Nina Perdigão, que com uma enorme paciência reconstruiu os textos, tendo sido em muitos sítios obrigada a dar uma versão sua de certas frases, totalmente desaparecidas. Foi este o texto que serviu à primeira edição dos Contos Vermelhos aparecida clandestinamente» [Rui Perdigão]. 

Na década de 50, Nina Perdigão, os dois filhos e a nora, Fernanda Maria Baía da Silva, casada com Rui Perdigão, montaram um "aparelho" de apoio técnico e logístico «altamente importante» de apoio ao seu Secretariado, «no qual se integram automóveis para deslocações dos seus membros pelo País, casas  de refúgio, apartamentos «legais» para reuniões, etc.». [Rui PerdigãoO PCP visto por dentro e por fora, 1988]. Envolvia, ainda, o serviço clandestino de fronteiras que permitia a saída do país de militantes na clandestinidade. 

[Rui Perdigão || O PCP visto por dentro e por fora || Fragmentos || 1988]

Além disso, Nina Perdigão tornou-se o seu principal sustentáculo económico durante a clandestinidade, envolvendo, segundo o filho Rui Perdigão, 150.000 contos, doados principalmente durante a década de 50: «Referindo-se à importância do aparelho e desta dádiva, Pires Jorge disse-me certa vez: Diz-se que o Partido é indestrutível, e é; mas nos anos 50, se não fosse a herança que Júlio Fogaça entregou, e a dádiva que a vossa família fez, assim como o apoio técnico que prestou, não sei o que teria acontecido ao Partido. Decerto teríamos voltado à situação dos anos que se seguiram à "reorganização"» [Rui Perdigão].  

Tomázia Perdigão foi, segundo o Diário de Maria Luísa Ribeiro de Lemos, uma das fundadoras da Delegação do Porto da Associação Feminina Portuguesa para a Paz, sendo a sócia nº 273 de acordo com o caderno de Irene [Fernandes Morais] Castro, a sua última presidente, com residência na Rua do Breyner [Lúcia Serralheiro, Mulheres em Grupo Contra a Corrente, 2011] . 

O investigador José Pacheco Pereira considera que foram duas as famílias do Porto que mais ajudaram o Partido Comunista na clandestinidade, a saber, a família de Guilherme da Costa Carvalho, cujos pais e irmã também pertenciam à AFPP, e a de Nina Perdigão.

Nina Perdigão, tal como o filho Rui e a nora, afastou-se do Partido Comunista após os acontecimentos da Checoslováquia: «Uma parte muito importante da sua fortuna deu-a ao PCP nos anos difíceis que se seguiram à prisão de Cunhal e Militão Ribeiro. Apesar da sua posição intransigentemente crítica, quanto à orientação do PCP nos últimos anos, Sérgio Vilarigues, do Secretariado, e Georgete Ferreira, do Comité Central, quiseram prestar-lhe homenagem, tendo ido visitá-la ao hospital onde morreu» [Rui Perdigão]. 

[Rui Perdigão || O PCP visto por dentro e por fora || Fragmentos || 1988]

Faleceu no Verão de 1988. 

Lúcia Serralheiro incluiu uma biografia de Tomázia Josefina Henriques Perdigão/Nina Perdigão no Dicionário no Feminino (séculos XIX-XX) [Livros Horizonte, 2005].

[João Esteves]

sexta-feira, 12 de julho de 2019

[2158.] JANTAR DE OPOSICIONISTAS DE 20/07/1957 [I] || CONVOCATÓRIA DE 10/07/1957

* JANTAR DE OPOSICIONISTAS DE 20 DE JULHO DE 1957 || "ELEIÇÕES" PARA A ASSEMBLEIA NACIONAL DE 3 DE NOVEMBRO DE 1957 *

No âmbito das "eleições" de 3 de Novembro de 1957 para a Assembleia Nacional, um grupo de 38 prestigiados democratas antifascistas de todo o país, muitos deles já anteriormente perseguidos e presos pela Ditadura instaurada em 28 de Maio de 1926, subscreveram a convocatória para um jantar a realizar no dia 20 de Julho, em Lisboa, sob o pretexto de se comemorar a entrada na cidade das tropas liberais em 24 de Julho de 1834.


O jantar visava reunir «o maior número possível de oposicionistas de todo o País, e de todas as tendências - sejam quais forem os seus pontos de vista actuais sobre o desenrolar da situação política», de forma a proporcionar «um debate proveitoso à volta das diferentes ideias que vão sendo formuladas em face das próximas eleições».

O evento realizou-se no restaurante Castanheira de Moura e terão participado "cerca de 300 pessoas de vários pontos do país" [Mário Matos e Lemos, Oposição e Eleições no Estado Novo, 2012].

O professor e publicista Luís da Câmara Reis [1885 - 1961], provavelmente o detentor do panfleto acima publicado pelo carimbo que nele consta, abriu os discursos para "afirmar que aquela reunião se destinava a «assentar numa atitude a tomar perante o próximo ato eleitoral e congregar os esforços de todos os antissituacionistas, fossem quais fossem as suas correntes de opinião», acrescentando que «até mesmo os monárquicos liberais seriam bem recebidos»" [Mário Matos e Lemos].

Intervieram, entre outros, o médico António Ferreira da Costa [1904 - 2004], que estivera degredado no Campo de Concentração do Tarrafal entre 1942 e 1944; o jornalista e libertário Artur Inês [1898 - 1968]; o advogado Artur Morgado dos Santos Silva [1879 – 1960]; o arquitecto Artur Vieira de Andrade [1913 - 2005]; o advogado marinhense José Henriques Vareda [1927 - 1989]; o advogado Lino Lima [1917 - 1999]; o advogado Manuel Campos Lima [1916 - 1996]; o advogado Manuel Sertório [Marques da Silva] [1926 - 1985]; a escritora Natália Correia [1923 - 1993]; e o estudante Silas Coutinho Cerqueira.

Segundo Mário Matos e Lemos, na obra Oposição e Eleições no Estado Novo, "no fim, uma moção aprovou a participação na campanha eleitoral, ficando para mais tarde a decisão de ir ou não às urnas".

A Oposição constituiu listas em Aveiro, Braga, Lisboa e Porto, tendo só a lista independente de Braga chegado a ir às urnas. Aveiro e Porto desistiram de se apresentar ao acto eleitoral em vésperas da sua realização e a lista de Lisboa não foi aceite sob o pretexto de ter sido entregue fora do prazo. Faro também elaborou uma lista, mas não a chegou a apresentar.

Candidatos efectivos por Aveiro: Alfredo Ângelo Vidal Coelho de Magalhães [1919 - 1988], arquitecto; Júlio Correia da Rocha Calisto [1897 - 1973], advogado; Manuel Augusto dos Santos Pato [1918 - 1975], médico; Manuel Joaquim da Costa Pereira [1911 - 1981], advogado; Manuel Martins das Neves [1919 - 1997], professor e advogado; e Virgílio Pereira da Silva [1888 - 1963], advogado e notário.

Candidatos por Braga: Eduardo Pereira dos Santos [1903 - ?], comerciante; Francisco Alberto Pinto Rodrigues [1900 - ?], advogado; Guilherme Francisco Aguiar Branco [1909 - 2002], advogado; Joaquim José Resende Pereira Borges [1905 - 2005], advogado; José Justino de Amorim [1894 - ?], engenheiro agrónomo; Luís Gonzaga Vieira de Castro Caseiro [1929 - 1978], advogado; e Miguel Augusto Alves Ferreira [1878 - 1961], militar.

Candidatos por Lisboa, cuja lista foi recusada: Arlindo Augusto Pires Vicente [1906 - 1977], advogado; Domingos Martins de Carvalho [1917 - 2008], agente comercial; José Alves da Cruz Ferreira [1909 - 1988], advogado; Luís Augusto Ferreira Martins [1875 - 1967], militar na reserva; Luís da  Câmara Reis [1885 - 1961], licenciado em Direito, professor e publicista; Manuel João da Palma Carlos [1915 - 2001], advogado; Manuel Sertório de Carvalho Marques da Silva [1926 - 1985], advogado; Maria Lígia Valente da Fonseca Severino [Lília da Fonseca] [1916 - 1991], jornalista e escritora; Nikias Ribeiro Skapinakis [n. 1931], artista plástico; Óscar dos Reis Figueiredo [1924 - 2007], operário serralheiro; Rogério Gomes Lopes Ferreira [Rogério Paulo] [1927 - 1993], actor e encenador; e Rui Manuel Sequeira Cabeçadas [1928 - 1992], licenciado em Direito.

Candidatos pelo Porto: Amadeu Alves Morais [1920 - 1987], advogado; Artur de Oliveira Valença [1897 - 1978], industrial, comerciante, empresário e jornalista; Artur Morgado Ferreira dos Santos Silva [1910 - 1980], advogado; Artur Vieira de Andrade [1913 - 2005], arquitecto; Augusto César de Barros [1888 - 1973]; Jaime Alves Vilhena de Andrade [1922 - 2000], advogado; Manuel Coelho dos Santos [1927 - 2012], advogado; Mem Tinoco Verdial [1887 - 1974], engenheiro; Pedro Emiliano Veiga [1909 - 1987], licenciado em Direito e em Letras, professor; e Rodrigo Teixeira Mendes de Abreu [1908 - ?], professor e lavrador - "viria a ser identificado como informador da PIDE ainda antes do 25 de Abril" [Mário Matos e Lemos, Candidatos da Oposição à Assembleia Nacional do Estado Novo (1945 - 1973) - Um Dicionário, 2009]. 

A lista de Faro, que não chegou a ser apresentada, integraria: João da Silva Nobre [1878 - 1968], médico; João Diogo Marreiros Neto [1904 - 1980], advogado; Manuel de Aguiar Campos de Lima [1916 - 1996], advogado; e Zacarias da Fonseca Guerreiro [1891 - 1978], advogado e lavrador.  

[João Esteves]

segunda-feira, 1 de julho de 2019

[2157.] ANTÓNIO MANUEL HESPANHA [I] || 1945 - 2019

* ANTÓNIO MANUEL HESPANHA *
[1945 - 2019]


António Hespanha foi meu Professor de Mestrado de História dos Séculos XIX-XX no já longínquo ano lectivo de 1985-1986. Um Docente invulgar que abria horizontes (quando lhos tentavam fechar em anos difíceis e de incertezas para o seu futuro académico), proporcionava leituras multidisciplinares e transnacionais e fomentava a discussão, numa interrogação inacabada.

Mas era muito mais. Um Pedagogo preocupado com os jovens candidatos a mestres!

Já a leccionar, procurando conciliar a docência com o mestrado, chegava sistematicamente (muito) atrasado às suas aulas na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, esbaforido depois de apanhar o comboio, autocarros e de algumas caminhadas.

Nunca disse nada e, como por acaso, propôs que as aulas passassem para os sábados de manhã. Não poderia ser na instituição académica, por estar fechada nesse dia de semana, sugerindo um edifício a que todos os ex-directores gerais do Ministério da Educação ainda tinham acesso e que estava, na prática, vazio, ali para os lados da António Augusto Aguiar. As aulas passaram a decorrer na respectiva cozinha, à volta de uma mesa, sem mais atrasos deste aluno.

Mas, atento a quem o rodeava, certo dia pediu para me deslocar a sua casa. Recebido numa sala onde se trabalhava à volta de uma mesa com uma enorme tábua que, praticamente, ocupava o espaço, demonstrou preocupação com a investigação para a disciplina que ministrava: Metodologia de História Institucional e Política. Preocupação genuína que tinha toda a razão de ser, já que só durante os meses de Julho, Agosto e meados de Setembro seria possível avançar com aquela, aproveitando a interrupção lectiva.

O Verão foi, mais uma vez, passado na Biblioteca Nacional, o texto final - Legislação e Regulamentos Internos do Trabalho (1870-1910): a disciplina e regulamentação do e no trabalho como primeiro contributo para a sua organização racional e científica - entregue dentro do prazo e, um dia, cruzando-nos na Nova, informou-me, como se se tratasse de algo natural, que o tinha citado numa História do Portugal Contemporâneo.

Três "pequenos" exemplos que nunca esqueci e que me acompanham na minha própria docência junto dos mais novos.

Até sempre, Professor Hespanha!


[João Esteves]