[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

domingo, 30 de outubro de 2016

[1539.] OS QUE MORRERAM NO TARRAFAL [V]

[Paulo José Dias (1904-1943) || Fogueiro marítimo]

* Pedro de Matos Filipe *
[Almada, 19/06/1905 - Tarrafal, 20/09/1937]
1.º Preso a morrer no Tarrafal

Nome de rua na Cova da Piedade


Anarco-Sindicalista.

Filho de Margarida Rosa e de José de Matos Filipe, nasceu em Almada em 19 de Junho de 1905. 

Carregador / Estivador de porto, presidiu à Assembleia Geral da Associação "Terra e Mar", de Almada.

Participou no movimento de 18 de Janeiro de 1934, em Almada, tendo promovido a greve na fábrica Parry & Son. 

Preso em 30 de Janeiro de 1934, acusado de posse de explosivos e bombas. Residia, então, na Quinta da Regaleira - Cova da Piedade.

Condenado pelo Tribunal Militar Especial a 12 anos de degredo e multa de 20.000$00. 

Enviado, em 8 de Setembro de 1934, para a fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo. 

[17/10/1935 || Angra do Heroísmo || Pormenor de uma fotografia publicada em O Segredo das Prisões Atlânticas, de Acácio Tomás de Aquino (A Regra do Jogo, 1978]

Seguiu para o Tarrafal em 23 de Outubro de 1936, onde faleceu em 20 de Setembro de 1937 sem qualquer assistência médica ou farmacêutica.

Segundo Acácio Tomás de Aquino, Pedro de Matos Filipe, que "era um dos rapazes mais fortes do Acampamento", quando morreu "estava reduzido a pele e osso" [p. 94]. No último encontro com o amigo, disse que estava "com uma diarreia de sangue há bastante tempo, e o médico nada me fez até à data!" [O Segredo das Prisões Atlânticas, A Regra do Jogo, 1978, p. 94]

[Rafael Tobias Pinto da Silva (1911-1937) || Relojoeiro]

Este último foi enviado para o Tarrafal já depois de ter sido absolvido pelo Tribunal Militar Especial! 


  
[Edição de Fevereiro de 1978, aquando da trasladação dos corpos dos presos políticos portugueses mortos no Campo de Concentração do Tarrafal]

[1538.] OS QUE MORRERAM NO TARRAFAL [IV]

[Jaime da Fonseca e Sousa (1902-1940) || Impressor da Casa da Moeda]

[João Lopes Dinis (1904-1941) || Canteiro]

[Joaquim Marreiros (1910-1948) || Marinheiro]

[Joaquim Montes (1912-1943) || Corticeiro]

José Manuel Alves dos Reis || Faleceu em 11/06/1943

[Manuel Augusto da Costa (1887-1945) || Servente de pedreiro]

[Mário dos Santos Castelhano (1896-1940) || Empregado de escritório]

[1537.] OS QUE MORRERAM NO TARRRAFAL [III]

[Ernesto José Ribeiro (1911-1941) || Servente de pedreiro]

[Fernando Alcobia (1914-1939) || Vendedor de jornais]

Francisco Domingues Quintas (1889-1937) || Industrial

[Francisco José Pereira (1909-1937) || Marinheiro]

[Francisco Nascimento Gomes (1909-1943) || Condutor]

[Henrique Vale Domingues Fernandes (1913-1942) || Marinheiro]

[Jacinto de Melo Faria Vilaça (1914-1941) || Marinheiro]

[1536.] OS QUE MORRERAM NO TARRAFAL [II]

[Arnaldo Simões Januário (1897-1938) || Barbeiro]

[Augusto da Costa (1901-1937) || Operário vidreiro]

[Campa de Augusto da Costa no Tarrafal]

[Bento António Gonçalves (1902-1942) || Torneiro mecânico no Arsenal do Alfeite]

[Cândido Alves Barja (1910-1937) || Marinheiro]

[Casimiro Júlio Ferreira (1909-1941) || Funileiro]

[Damásio Martins Pereira (1905-1942) || Servente]

[Edmundo Gonçalves (1900-1944) || Ex-2.º Sargento]

[1535.] OS QUE MORRERAM NO TARRAFAL [I]

* Abílio Augusto Belchior * 
[1897 - 29/10/1937]

Motorista.

Filho de Maria Joaquina e de Manuel dos Santos Belchior.

Vivia no Porto, na Rua Nova de S. Crispim, 220, quando foi preso em 2 de Janeiro de 1932 por fazer parte da Confederação Geral do Trabalho.

Acusado de participar em atentados com dinamite, foi condenado pelo TME a 14 anos de degredo.

Em 19 de Março de 1935, foi transferido da Cadeia da Relação do Porto para o Aljube de Lisboa, seguindo para Angra do Heroísmo em 23 de Março.

Enviado para o Tarrafal em 23 de Outubro de 1936, ali faleceu um ano depois, com cerca de 40 anos. 


[Albino António de Oliveira de Carvalho (1884-1941) || Comerciante]

[Albino Coelho Júnior (1897-1940) || Motorista]

[Alfredo Caldeira (1908-1938) || Pintor decorador]

[António de Jesus Branco (1906-1942) || Descarregador]

[António Guedes de Oliveira e Silva (1901-1941) || Motorista]

[António Guerra (1913-1948) || Empregado de comércio]

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

[1534.] CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO POR JOSÉ RUY [II]

JOSÉ RUY || CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO - PIONEIRA NA CIRURGIA E NO VOTO *
|| 5 DE NOVEMBRO || 16 H || FÓRUM LUÍS DE CAMÕES || 

Com rigor histórico e factual, José Ruy reconstrói de forma criativa e apelativa o percurso daquela médica em defesa dos direitos das mulheres, da República e do sufrágio feminino, a par da dedicação à profissão e à família, culminando no precoce falecimento em 3 de Outubro de 1911.

Com a devida vénia, eis algumas vinhetas avulsas:




[José Ruy || Carolina Beatriz Ângelo - Pioneira na Cirurgia e no Voto || Âncora Editora, 2016]

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

[1533.] CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO POR JOSÉ RUY [I]

* CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO - PIONEIRA NA CIRURGIA E NO VOTO || POR JOSÉ RUY *

|| 5 DE NOVEMBRO || 16 H || FÓRUM LUÍS DE CAMÕES || 


Concluído há já cinco longos anos, quando do centenário do voto e do seu falecimento, eis que a Âncora Editora, com o apoio da Seção Regional do Sul da Ordem dos Médicos, edita o álbum de Banda Desenhada "Carolina Beatriz Ângelo - Pioneira na Cirurgia e no Voto", da autoria de José Ruy.

Com rigor histórico e factual, reconstrói de forma criativa e apelativa o percurso daquela médica em defesa dos direitos das mulheres, da República e do sufrágio feminino, a par da dedicação à profissão e à família, culminando no precoce falecimento em 3 de Outubro de 1911.

Lê-lo é reflectir sobre a condição feminina na transição da Monarquia para a República, acompanhar os primórdios das lutas pela sua emancipação e pressentir as emoções, angústias, alegrias, vitórias e insucessos de uma médica feminista, pacifista, maçónica, republicana, sufragista e cidadã. Sempre cidadã!

Deste encontro de José Ruy, Mestre José Ruy, com Carolina Beatriz Ângelo resultou um álbum de enorme sensibilidade e afectividade, proporcionando, ainda, uma viagem à Lisboa de há 100 anos.

José Ruy nunca desistiu deste projecto, tal como Carolina batalhou pelo voto, "pois o importante é termos a história, porque de repente pode abrir-se uma porta" [Junho de 1911]. Finalmente, abriu-se!


segunda-feira, 17 de outubro de 2016

[1532.] MARIA LUÍSA DA PALMA CARLOS [I]

* MARIA LUÍSA  DA PALMA CARLOS *
[13/12/1908 - 23/01/2001]

[Revista da Ordem dos Médicos || Julho - Agosto 2016]

A Revista da Ordem dos Médicos de Julho-Agosto de 2016 insere uma relevante entrevista de Maria Luísa Viana de Paiva Boléo à médica Maria Luísa Palma Carlos, irmã, entre outros, de Adelino, Manuela e Manuel João da Palma Carlos.

Entrevista realizada em novembro de 2000, foram precisos 16 anos para ser, finalmente, divulgada nas páginas da Revista da Ordem dos Médicos.

Este testemunho inédito desvenda o percurso de uma médica que, "não sendo bem uma pioneira", foi uma profissional empenhada e prestigiada, dedicando a sua vida a cumprir "sem vacilar o Juramento de Hipócrates".


O meu agradecimento à historiadora e jornalista Luísa Paiva Boléo por me ter facultado este testemunho, que desconhecia, sobre Maria Luísa da Palma Carlos.

[João Esteves]

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

[1531.] MUSEU DO ALJUBE - RESISTÊNCIA E LIBERDADE [XI]

* MULHERES NA RESISTÊNCIA E NA CLANDESTINIDADE *

|| 19 DE OUTUBRO || 16 HORAS *

|| MESA REDONDA COM MULHERES DE MONTEMOR-O-NOVO E ÉVORA ||

|| MODERAÇÃO: ANA ARANHA ||


01. A reconstrução da História reflecte, sempre, os pressupostos  (ideológicos) do Historiador. 

02. Não há oposição e resistência duradoura à(s) Ditadura(s) sem a participação feminina. Muito menos quando ela se prolonga por décadas. 

03. A História das Oposições (1926-1974) continua a ser feita no masculino.

04. A História das Oposições, em Portugal, continua a preferir as partes ao todo.

05. Perduram os silêncios e esquecimentos. 

06. As mulheres, aquelas que lutaram, resistiram e afirmaram-se não podem ser entendidas como personagens secundárias ou figurantes.

07. Intervieram, mesmo quando muitos e muitas outras não o fizeram, não o quiseram ou cansaram-se.

08. E só porque intervieram, sobretudo em tempos difíceis e sombrios em que poucos e poucas ousavam arriscar, não merecem o atributo de vencidas, derrotadas ou irrelevantes, detentoras de papéis menores.

09. A História destas Mulheres, bem como dos Homens, está muito para além das suas prisões, insucessos, erros, episódios. 

10. A sua História é, também, o que souberam construir, as vitórias do dia a dia, a capacidade de resistir, as sociabilidades que desenvolveram... E isto, só por si, é muito, muitíssimo!

11. Estiveram lá, mesmo quando não as viam. Deixaram um legado, tarefa tanto mais difícil por muitas daquelas não terem sido presos ou não constarem, directamente, de processos da polícia política.

12. Importa redescobri-lo, sendo que por detrás de cada nome há um rosto e uma história. 

[Rose Nery Nobre de Melo, 1975]

[Gina de Freitas, 1975]

[Vanda Gorjão, 2002]


[Ana Barradas, 2004]

[Antónia Balsinha, 2005]


[João Céu e Silva, 2006]

[Teresa Fonseca, 2007]

[Lúcia Serralheiro, 2011]

[Cecília Honório, 2014]