[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sábado, 28 de abril de 2018

[1798.] MARIA JOSÉ MARINHO [I]

* MARIA JOSÉ MARINHO *

|| HOMENAGEM NA BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL ||

|| 26 DE ABRIL - 16 DE JULHO ||

[Fotografia de Maria José Marinho || Anos 80]

INFORMAÇÃO RETIRADA DO SÍTIO DA BNP

"Maria José Marinho: 90 anos

MOSTRA | Sala de Referência | 26 abr. - 16 jul. 2018 | Entrada livre

[Fotografia de Maria José Marinho. Anos 80.]

A Questão Coimbrã ou do Bom Senso e Bom Gosto iniciou-se em agosto de 1865, quase imediatamente após a publicação de Odes modernas, de Antero de Quental, quando este, na sequência do ataque de A. Feliciano de Castilho, inserido no posfácio do Poema da mocidade, de Manuel Pinheiro Chagas, lhe respondeu com o opúsculo Bom Senso e Bom Gosto. Carta ao Excelentíssimo Senhor António Feliciano de Castilho.

Nascia assim a nossa ainda hoje maior polémica literária, uma espécie de «guerra» entre «antigos» e «modernos»: Castilho e os seus discípulos, acompanhados por Ramalho Ortigão e Camilo Castelo Branco, contra os jovens bacharéis (a chamada Escola de Coimbra), principalmente Antero de Quental e Teófilo Braga, seguidores entusiastas das modernas correntes literárias europeias que começavam a chegar a Portugal.

A verdadeira batalha que se seguiu durou mais de seis meses, até meados do verão de 1866, e durante esse espaço de tempo publicaram-se cerca de meia centena de opúsculos e um número incalculável de artigos em jornais e revistas.

[Folha de rosto de «Bom senso e bom gosto. A questão coimbrã. Textos integrais da polémica.» Ed. lit.: Alberto Ferreira, recolha, notas e biobiliografia: Maria José Marinho, Lisboa, Portugália, 1966-1970. BNP TR. 5015 V.]

Em 1966, cem anos passados sobre o desencadear da polémica, a Portugália Editora decidiu editar a obra Bom Senso e Bom Gosto. A Questão Coimbrã, quatro imponentes volumes da autoria de Alberto Ferreira, tal como consta em todas as capas. Nas respetivas folhas de rosto podemos ler que a recolha, notas e biobibliografia são da autoria de Maria José Marinho. Trabalho ciclópico, pois ela é ainda a responsável pela inclusão de textos adicionais em cada um dos volumes e, por último, também da bibliografia cronológica de toda a obra, bem como dos índices biobibliográficos dos autores citados, de títulos citados e de personalidades mitológicas e históricas.

Maria José Marinho deve ser considerada com toda a justiça coautora desta monumental realização. A injustiça cometida nas capas da edição da Portugália foi reparada na segunda edição da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (1985-1989), onde já surge em paridade a menção dos nomes de Alberto Ferreira e de Maria José Marinho.

Maria José Vieira Marinho, que nasceu no Porto a 21 de abril de 1928, era filha do filósofo José Marinho. Aí frequentou o Liceu Carolina Michaëlis e, mais tarde, em Lisboa, a Faculdade de Letras, onde concluiu o curso de Ciências Histórico-Filosóficas. Conheceu o ensaísta Alberto Ferreira, ainda como explicando do pai, com o qual veio a casar. Iniciou depois a atividade de tradutora tendo, nessa qualidade, divulgado relevantes obras da literatura europeia e mundial, tais como, entre muitas outras, Adolfo, de Benjamin Constant; Temor e tremor, de Kierkegaard; Aureliano, de Louis Aragon; Nana, de Émile Zola; Introdução à Medicina Experimental, de Claude Bernard; A colina da saudade, de Han Suyin.

Em 1981 ingressa na Biblioteca Nacional (BN) onde, já em 1982, passou a integrar a Área de Espólios (atual Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea.

[Capa de «Espólio do Conde de Arnoso. Inventário», Biblioteca Nacional, introd. e inventário: Maria José Marinho, Lisboa, B.N., 2005. BNP H.G. 54430 V.]

Organizou e inventariou inúmeros espólios literários, de que se destacam os de Oliveira Martins, de Ramalho Ortigão, de Virgínia Vitorino (com Júlia Ordorica), de Bernardo Pindela, o Conde de Arnoso, de António Boto (com Aurora Machado), de José Estevão. Mas foi sobretudo ao organizar o imenso espólio de Jaime Batalha Reis que ela se tornou na maior especialista deste importante elemento da Geração de 70. Revista inglesa: crónicas, de Jaime Batalha Reis (org., introd. e notas de Maria José Marinho. Lisboa: D. Quixote, 1988); O essencial sobre Jaime Batalha Reis (Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1996) são obras que atestam a sua ação pioneira na divulgação da personalidade do nosso último cônsul na Rússia dos Czares.

Registe-se ainda a edição de Alberto Ferreira, 1920-2000; escrita e intervenção (Lisboa: BNP, 2010), com Manuela Vasconcelos, e a sua colaboração assídua na imprensa, principalmente na Revista da Biblioteca Nacional e nas páginas literárias do Diário de Lisboa.

[Capa de «Alberto Ferreira, 1920-2000. Escrita e intervenção», org.: Biblioteca Nacional de Portugal, pesq. e sel.: Maria José Marinho, Manuela Vasconcelos, Lisboa, Biblioteca Nacional de Portugal, 2010. BNP B.A.D. 7259 V.]

Além do trabalho desenvolvido na Biblioteca Nacional, contribuiu também para o enriquecimento patrimonial da instituição, estando na origem da doação, pela mãe, do espólio de José Marinho à BN, doando também, ela própria e em representação dos filhos, o espólio de Alberto Ferreira."

quinta-feira, 26 de abril de 2018

[1797.] PAZ E TERRA || 43 ANOS DE FASCISMO EM PORTUGAL [I]

* 43 ANOS DE FASCISMO EM PORTUGAL *

[Revista Paz e Terra, ano IV, nº 10, Dez 1969, editora Civilização Brasileira]

Agradeço a Júlia Coutinho o envio e a partilha da Capa e Índice da revista brasileira Paz e Terra, dedicada aos 43 Anos de Fascismo em PortugalO número 10, saído em Dezembro de 1969, é inteiramente dedicado à denúncia do que se vivia em Portugal e foi da responsabilidade dos dirigentes do Portugal Democrático [Júlia Coutinho26 de Abril de 2018].

Nesta revista de Dezembro de 1969, constam quatro textos - da autoria de Augusto Aragão, de Joaquim Barradas de Carvalho, de Miguel Urbano Rodrigues e de Mário Moutinho de Pádua - que não fazem parte da edição portuguesa de 1974.



[Documentos cedidos por Júlia Coutinho || 2018]

"Na altura Barradas de Carvalho e Margarida ainda estavam no Brasil mas em breve iriam de novo para a Sorbonne, Paris, tal como Vítor Ramos iria dar aulas durante dois anos na universidade em Davis, Estados Unidos. Maria Antónia Fiadeiro também deixaria São Paulo e o Portugal Democrático para regressar ao exílio europeu. 

Todos fugiam à ditadura brasileira que se implantara em 1964. Apenas Vítor Ramos regressou por ter família brasileira e filhos adolescentes.

Dos autores dos artigos, apenas Augusto Aragão faleceu pouco antes do 25 de Abril, o que foi tremendamente injusto.

Vítor Ramos faleceu a 3 de Maio 74, sem regressar, mas viveu a alegria da boa notícia.

Miguel Urbano Rodrigues chegou a Portugal em Maio de 74 e foi o de maior longevidade, falecendo recentemente. 

O grande amigo de VR do tempo da Faculdade de Letras e da militância política dos anos quarenta e cinquenta, Joaquim Barradas de Carvalho, o único que poderia ter feito alguma coisa pela sua memória, morreria prematuramente em 1980.

Outros amigos: Jorge de Sena e Casais Monteiro. O primeiro faleceu em 79 e o Casais não chegaria a Abril de 74" [Júlia Coutinho26 de Abril de 2018].

* EDIÇÃO PORTUGUESA || JUNHO DE 1974 *


Como se pode observar, na capa só varia o número de anos vividos em Fascismo, totalizando, então, 43 anos e, em 1974, 48. No interior, não constam quatro textos, os da autoria de Augusto Aragão, de Joaquim Barradas de Carvalho, de Miguel Urbano Rodrigues e de Mário Moutinho de Pádua.



quarta-feira, 25 de abril de 2018

[1796.] 25 DE ABRIL DE 2018 [I]

* 25 DE ABRIL DE 2018 *



[1795.] VÍTOR RAMOS [I]

* VÍTOR RAMOS || CONFERÊNCIA PRONUNCIADA EM 25 DE SETEMBRO DE 1968 || BREVE ANÁLISE DA REPRESSÃO À VIDA INTELECTUAL EM PORTUGAL *

[Vítor Ramos || Fotografia de Antifascistas da Resistência]

Vítor Ramos (25/04/1920 - 03/05/1974), exilado político desde 1952 e fundador, em São Paulo, do jornal Portugal Democrático, faleceu de emoção ao saber da Revolução do 25 de Abril e quando se preparava para regressar imediatamente a Portugal. 

Antifascistas da Resistência inseriu a sua biografia da autoria de Júlia Coutinho e a Revista do Expresso, de 21 de Abril de 2018, dedicou-lhe um texto da autoria de Catarina Gomes, também baseado em informações cedidas por aquela investigadora.

Na sequência do 25 de Abril de 1974, foi editado em Junho o livro 48 Anos de Fascismo em Portugal, recolha de documentos referentes à Oposição Antifascista em Portugal e no Estrangeiro e à luta Anticolonial. Com recolha de Carme D. Carvalhas [?], provavelmente o livro corresponde a uma edição já preparada e o primeiro texto/documento é da autoria de Vítor Ramos, correspondendo a uma conferência proferida em 25 de Setembro de 1968, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, intitulada "Breve Análise da Repressão À Vida Intelectual em Portugal"



ADENDA, MUITO IMPORTANTE, DE JÚLIA COUTINHO, A QUEM AGRADEÇO ESTE IMPORTANTE ESCLARECIMENTO:

"Este livro é uma edição portuguesa, já depois de Abril, que reproduz [quase] integralmente o número 10 da revista brasileira PAZ e TERRA saído em Dezembro de 1969, inteiramente dedicado à denúncia do que se vivia em Portugal e da responsabilidade dos dirigentes do Portugal Democrático.

Tenho o original, raríssimo.

Na altura Barradas de Carvalho e Margarida ainda estavam no Brasil mas em breve iriam de novo para a Sorbonne, Paris, tal como Vítor Ramos iria dar aulas durante dois anos na universidade em Davis, Estados Unidos. Maria Antónia Fiadeiro também deixaria São Paulo e o Portugal Democrático para regressar ao exílio europeu. 

Todos fugiam à ditadura brasileira que se implantara em 1964. Apenas Vítor Ramos regressou por ter família brasileira e filhos adolescentes.

Dos autores dos artigos, apenas Augusto Aragão faleceu pouco antes do 25 de Abril, o que foi tremendamente injusto.

Vítor Ramos faleceu a 3 de Maio 74, sem regressar, mas viveu a alegria da boa notícia.

Miguel Urbano Rodrigues chegou a Portugal em Maio de 74 e foi o de maior longevidade, falecendo recentemente. 

O grande amigo de VR do tempo da Faculdade de Letras e da militância política dos anos quarenta e cinquenta, Joaquim Barradas de Carvalho, o único que poderia ter feito alguma coisa pela sua memória, morreria prematuramente em 1980.

Outros amigos: Jorge de Sena e Casais Monteiro. O primeiro faleceu em 79 e o Casais não chegaria a Abril de 74" [Júlia Coutinho, 26 de Abril de 2018].




















[1794.] 48 ANOS DE FASCISMO EM PORTUGAL [I]

* 48 ANOS DE FASCISMO EM PORTUGAL *

|| COMPILAÇÃO DE TEXTOS POR CARME D. CARVALHAS IMPRESSA EM JUNHO DE 1974 || DISTRIBUIDOR: LIVRARIA LER ||

Livro editado imediatamente a seguir ao 25 de Abril de 1974, contém um conjunto de documentos referentes à Oposição Antifascista em Portugal e no Estrangeiro e à luta Anticolonial.

O primeiro texto é da autoria de Vítor Ramos (25/04/1920 - 03/05/1974), exilado político desde 1952, fundador, em São Paulo, do jornal Portugal Democrático e que faleceu de emoção na sequência do 25 de Abril, quando se preparava para regressar a Portugal. 




[Cadernos Maria da Fonte - 4 || 1974]

sexta-feira, 20 de abril de 2018

[1793.] AFONSO DE MOURA [I] || A MORTE NA DEPORTAÇÃO (1898 - 1931)

* AFONSO DE MOURA || ANARQUISTA || DEPORTADO PARA CABO VERDE EM 1931, ONDE FALECEU EM 7 DE DEZEMBRO *

Filho de Amélia Machado de Moura e de Augusto de Moura, Afonso de Moura nasceu em 1898, em Coimbra. 

Cerâmico, era um conhecido anarquista e libertário de Coimbra, tendo participado no respectivo associativismo nas décadas de 1910 e de 1920. 

Com a Ditadura Militar, por estar identificado como anarquista, foi preso uma primeira vez em 10 de Maio de 1927, sendo libertado no mesmo dia.

Novamente preso em 23 de Dezembro de 1930, acusado de estar envolvido na organização de um grupo civil contra a Ditadura, juntamente com Henrique Magalhães e Hermenegildo Granadeiro [Processo 4745, enviado ao Tribunal Especial de Instrução]. Casado, residia, então, na Rua dos Esteireiros. 

Deportado para Cabo Verde em 6 de Junho de 1931, embarcou no vapor "Pedro Gomes".

Faleceu em 7 de Dezembro de 1931, "pelas 12 horas e 30 minutos, na Ilha de São Nicolau da Colónia de Cabo Verde, onde se encontrava deportado" [ANTT, Cadastro Político 2551].

O que consta da certidão de óbito é que faleceu de septicemia pós furunculose, informação apurada por José J. Cabral

Roberto das Neves descreve-o como "um dos homens mais inteligentes, mais leais e mais destemidos que tenho conhecido, uma espécie de Suvarine do Germinal de Zola, e que, por tudo isto, foi, mais tarde preso e deportado, pelo governo do sr. dr. Oliveira Salazar, para África, onde morreu de febres" ["O Diário do Dr. Satã", A Ideia, 75-76,  Outono de 2015].

Fotografia da sua sepultura na Ilha de São Nicolau, enviada por José J. Cabral, a quem muito se agradece por mais este contributo. 


Na lápide, consta a seguinte inscrição: "Afonso de Moura || Deportado Político Defensor da Liberdade || Homenagem dos seus camaradas || 1898 - 1931".

Fonte:
ANTT, Cadastro Político 2551 [Afonso de Moura / PT-TT-PIDE-E-001-CX05_m0280].

[João Esteves]

segunda-feira, 16 de abril de 2018

[1792.] CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO || 16/04/1878

* CAROLINA BEATRIZ ÂNGELO (1878 - 1911) || NASCIDA HÁ 140 ANOS, EM 16 DE ABRIL DE 1878 *

[Fotografia restaurada por João Pena Fonseca para o Museu da Guarda aquando da Exposição de 2010 || Cedida por Dulce Helena Pires Borges]


Filha de Viriato António Ângelo, de 26 anos de idade, proprietário de uma Tipografia, e de Emília Clementina de Castro Barreto, de 27 anos, Carolina Beatriz Ângelo nasceu na cidade da Guarda em 16 de Abril de 1878.

Em 20 de Maio de 1878, foi baptizada na Igreja de São Vicente, tendo por padrinhos o Dr. Afonso Barreto Pereira de Campos, autor de Classes das penas - sua graduação e diferentes espécies de aplicação ou mapa de classificação, e graduação dúplice correlativa das penas do código penal português... (1875), e sua esposa Carolina Cândida Barreto.

ASSENTO DE BAPTISMO 
 
[Arquivo Distrital da Guarda || Assento de Baptismo n.º 37 da Paróquia de São Vicente]

"Segundo filho de quatro de Viriato António Ângelo  (n. 22/10/1850), proprietário da tipografia que imprimia o Distrito da Guarda, e de Emília Clementina de Castro Barreto  (n. 20/05/1849), naturais da Freguesia de São Vicente, Guarda, cujo casamento se realizou em casa a 7 de Abril de 1877 mediante “especial licença do Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Governador deste Bispado”, Carolina Beatriz Ângelo nasceu às sete horas da noite de 16 de Abril de 1878 e foi baptizada a 20 de Maio, sendo padrinhos o Dr. Afonso Barreto Pereira de Campos  (1819/1820-25.04.1879) e a esposa Carolina Cândida de Campos Barreto, os quais assinaram o respectivo assento. 

Dos quatro irmãos, dois rapazes e duas raparigas, todos nascidos na Freguesia de São Vicente e baptizados na Igreja Paroquial pelo Padre António Bernardo Castelo, sobreviveram três: Carolina tornou-se a mais velha por Viriato, nascido a 28 de Agosto de 1876, baptizado a 24 de Setembro e tendo por padrinhos o escrivão e tabelião do Juízo de Direito da Comarca da Guarda João Teles da Cunha Valente e Emídio Augusto da Rocha Macedo, empregado das Obra Públicas, ter morrido muito novo, já depois do enlace dos pais a cujo acto assistiu quando tinha sete meses; Viriato Ângelo (01/08/1881-19/05/1940) recebeu o nome do pai e do primogénito, os padrinhos foram os avós maternos Pedro Augusto Pereira Barreto (1817/1818-26/11/1890), amanuense de Administração do Concelho e responsável pela publicação do periódico Distrito da Guarda, órgão do Partido Progressista, e Firmina Augusta de Mello e Castro Barreto (1828/1829-09/05/1891); e Corina Ângelo [do Couto] (07/01/1884-17/07/1933), sacramentada no mesmo dia em que a irmã completava seis anos, contou por padrinhos esta, referenciada como Dona Carolina Beatriz Barreto Ângelo, e Manuel Ângelo Paz e Cruz, solteiro. 

Os caminhos dos três cruzar-se-iam na capital, para onde toda a família se terá deslocado na última década de novecentos, com as raparigas a desposarem dois notáveis casapianos, futebolistas eméritos dos principais clubes e profissionais distintos, um na área da medicina e o outro enquanto arquitecto; e o irmão, funcionário público, a casar com uma cunhada de Carolina, Maria José Barreto Duarte. Aliás, da seriação dos percursos e vivências da sua numerosa família pressente-se, a par de uma verdadeira irmandade entre irmãos, cunhados e cunhadas, uma teia complexa de enlaces, ligações, ramificações e contradições ainda por destrinçar.
[...]"

[Dulce Helena Pires Borges / João Esteves, "Carolina Beatriz Ângelo: origens, famílias, parentescos, teias, afinidades...", in Catálogo da Exposição "Carolina Beatriz Ângelo - Intersecções dos sentidos, palavras, actos e imagens", organizada pelo Museu da Guarda em 2010]

[João Esteves]

sábado, 14 de abril de 2018

[1791.] CARMEN MARQUES [III]

* CARMEN MARQUES (1902 - 1930) *

Agradecimento da família || Diário de Lisboa || 27 de Junho de 1930 

[Diário de Lisboa || 27/06/1930]

[1790.] CARMEN MARQUES [II]

* CARMEN MARQUES *

Notícia do falecimento de Carmen Marques ||  Diário de Lisboa || 27 de Maio de 1930

[Diário de Lisboa || 27/05/1930]


sexta-feira, 13 de abril de 2018

[1789.] CARMEN MARQUES [I]

* CARMEN MARQUES *
[1902 - 1930]

Advogada, defensora dos direitos das mulheres, da República e da Democracia, Carmen Marques foi uma cidadã empenhada nas causas sociais e que faleceu muito jovem, com apenas 28 anos. 

Desaparecida há 88 anos, era muito respeitada pelos seus pares, disso dando conta o discurso, corajoso e de denúncia da Ditadura, pronunciado por [Adelino] Palma Carlos aquando da homenagem que lhe foi feita na Associação do Registo Civil, no mês a seguir ao triste desenlace.

[Arquivo de História Social || Espólio Pinto Quartin]

Advogada, conferencista, escritora e activista política, Carmen Marques nasceu em 1902 e faleceu em 26 de Maio de 1930, no Hospital de São José.

Formada em Direito pela Universidade de Lisboa, pertenceu à Comissão de Propaganda do Directório da Liga da Mocidade da Republicana, que tinha por fim a propaganda da Republica e da Democracia. Aquele funcionava na sede da revista Seara Nova, na Praça Luís de Camões e também integravam o Directório, entre outros nomes, Aragão e Melo, Avelino Cunhal, Barros Queiroz, Elina Guimarães, Ginestal Machado, Matos Cid, Palma Carlos e Vitorino Nemésio, entre outros nomes. 

Colaborou com a médica ginecologista Adelaide Cabete na Associação das Mulheres Universitárias de Portugal, fundada em 1928, participou, em 1928 e 1929, nos Congressos Feminista e Abolicionista e fez parte do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas a partir deste último ano, tendo aderido por proposta de Elina Guimarães, igualmente licenciada em Direito e dois anos mais nova. 

Da sua actividade de conferencista, destacam-se os títulos "Trabalho manual e trabalho intelectual"; "A Igreja e o casamento civil"; "Crise de bom senso, crise do espírito jurídico", pronunciada na Associação Comercial dos Lojistas em 11 de Janeiro de 1930; e "Democracia e Feminismo", conferência pronunciada em Coimbra. 

Os livros que editou abordavam questões de ordem profissional, social e política: Os Castelinhos (1922); Inquilino... Guloso: contra minuta de apelação no processo de acção de despejo [1926]; A Morte da Vida (1928), considerada pela crítica como a sua obra mais importante, pelo alcance moral e social, de luta contra a educação conventual, já que, tendo frequentado uma instituição religiosa, tinha um conhecimento privilegiado da situação. 

Colaborou nos jornais Alma Feminina (1927), Humanidade e O Povo, onde “defendera e apresentara as doutrinas feministas com profundo conhecimento e vibrante entusiasmo” [Elina Guimarães, “Dr.ª Carmen Marques”, Alma Feminina, Maio- Junho de 1930]. 

Advogada da esposa de Alves dos Reis, Maria Luísa Alves dos Reis, ainda interveio em tribunal em Maio de 1930, tendo falecido quando “aguardava o desfecho do célebre julgamento do Angola e Metrópole”. Residia, então, na Rua Marques da Silva, nº 79.

[Diário de Lisboa || 08/05/1930]

A revista Alma Feminina, órgão do CNMP, inseriu um texto de Elina Guimarães sobre o seu percurso, acompanhado de fotografia, onde refere que “com a morte da Dr.ª Carmen Marques perde o feminismo português um dos seus melhores e mais prometedores elementos e perdem todas as mulheres uma defensora intrépida e esclarecida”. 

Por sua vez, Adelaide Cabete realçou as condições difíceis por que teve de passar para conseguir o seu curso superior. 

A Associação do Registo Civil realizou, em Junho de 1930, uma sessão de homenagem, presidida por Elina Guimarães e contou com intervenções de Jaime Gouveia, de Palma Carlos e  de Rámon de la Féria.

Na sua intervenção, vigiada por informadores da Ditadura, Palma Carlos "fez algumas referências desprimorosas para a Ditadura", protestou "contra as deportações, citando nomes de alguns deportados políticos" e deu "vivas à República, aos combatentes do 7 de Fevereiro" e "abaixos à Ditadura" [ANTT, Cadastro Político 383]. 

O Dicionário no Feminino (Séculos XIX-XX) inseriu uma biografia de Carmen Marques [Livros Horizonte, 2005].

[João Esteves]

quinta-feira, 12 de abril de 2018

[1788.] HOMENAGEM A MÁRIO NEVES EM BADAJOZ [I]

* HOMENAGEM A MÁRIO NEVES (1912-1999) EM BADAJOZ || ORGANIZAÇÃO:  LA MEMORIA HISTÓRICA DE EXTREMADURA (ARMHEX) *

|| 17 DE ABRIL DE 2018 || Salón Noble, Diputación de Badajoz Calle Obispo de San Juan de Ribera, 6 || BADAJOZ || 


[1787.] I COLÓQUIO INTERNACIONAL "UMA NOVA HISTÓRIA DOS FEMINISMOS IBÉRICOS" [I]

* COLÓQUIO "UMA NOVA HISTÓRIA DOS FEMINISMOS IBÉRICOS" *

|| VIGO || CASA DE ARINES || 13 DE ABRIL DE 2018 ||

Apresentação de livro A New History of Iberian Feminisms 
Ed. por Silvia Bermúdez e Roberta Johnson [Toronto: University of Toronto Press 2018]


Resumo
A New History of Iberian Feminisms é uma história cronológica e analítica do pensamento feminista na Península Ibérica, incluindo Portugal e os territórios da Espanha, nomeadamente, as regiões autónomas do País Vasco, Catalunha e da Galiza, desde o século XVIII até aos nossos dias.

11h00 Conferência

“Contextualización: De El feminismo ibérico (1970) a Una nueva historia de los feminismos ibéricos (2018)” 
[Silvia Bermúdez (University of California-Santa Barbara)]

Resumo 
Hasta el presente, los análisis del pensamiento y las actividades políticas feministas en la Península Ibérica han estado limitados y sujetos a localizaciones muy específicas. El volumen Una nueva historia de los feminismos ibéricos (2018), co-editado por Roberta Johnson y quien aquí presenta, es el primer estudio que da cuenta de manera sistemática de cómo la labor feminista, desde el siglo XVIII hasta el presente, ha trazado redes intelectuales, sociales y políticas que efectivamente abarcan toda la diversidad lingüística, nacional, y cultural de la península. Tomamos como punto de partida el siglo dieciocho, por ser cuando se comienza a abogar, en los albores de un feminismo moderno, por el tratamiento igualitario de las mujeres en la sociedad y ante la ley. En base a estas premisas, esta ponencia contextualiza nuestro volumen estableciendo una genealogía que parte del ensayo El feminismo ibérico (1970), de la polifacética Maria Aurèlia Capmany (con ayuda de Carmen Alcalde, cofundadora de la revista Vindicación Feminista en 1976), reconociendo así la pionera labor de estudiosas dedicadas a narrar las historias feministas ibéricas. 

Silvia Bermúdez é professora no departamento de espanhol e português da University of California-Santa Barbara. Como principais áreas de docência e investigação tem as produções culturais (especialmente música e literatura) da Península Ibérica, o Peru e a Guiné Equatorial e o seu trabalho centra-se no feminismo, estudos sobre as mulheres, discursos poéticos e política. É co-editora de From Stateless Nations to Postnational Spain/De Naciones sin estado a la España Postnacional (2002) e autora dos livros Las dinámicas del deseo: subjectividad y lenguaje en la poesía española contemporánea (1997), La esfinge de la escritura: la ética poética de Blanca Varela (2005) e Rocking the Boat: Race and Migration in Contemporary Spanish Music (2018). Também foi editora do número especial “La España Constitucional: Democracia y Cultura, 1978-2008” da Revista de Estudios Hispánicos (2010) e co-editora do número especial “Spanish Popular Music Studies” para o Journal of Spanish Cultural Studies (2009) e de “Mediterranean Matrix: Memory, Migration, Movement” para o Journal of Mediterranean Studies (2016). Tem publicado numerosos artigos sobre literatura, música e cultura popular, nacionalismos, relações transatlânticas e questões de género e identidade sexual nas produções de Espanha, América Latina e Galiza em revistas como Modern Language Notes, Revista de Estudios Hispánicos, Journal of Spanish Cultural Studies, Siglo XX/Twentieth Century, Letras Femininas e Anuario de Estudios Literarios Galegos. Como co-editora juntamente com Roberta Johnson, o seu último livro é A New History of Iberian Feminisms (2018). 

12h00 Coffee break

12h30 Conferência

“Antes de ser já o era? Pensar o feminismo em Portugal antes de 1800” 
[Vanda Anastácio (Universidade de Lisboa)]

Resumo 
Ainda hoje, a maioria dos historiadores da cultura portuguesa não consideram a existência de indícios de reivindicações feministas em Portugal antes do nascimento dos primeiros movimentos sufragistas. Porém, a semelhança de muitas das reivindicações das feministas do início do século XX com as dos homens e mulheres que se pronunciaram sobre os direitos, as necessidades e aspirações das mulheres na Idade Moderna faz possível abordar este conceito com uma perspectiva mais ampla, e recuperar os seus discursos como prova de uma “consciência feminista” e como parte da história do feminismo. Neste contexto, o século XVIII é um campo de investigação privilegiado. Numa época em que os filósofos e governantes estavam a debater maneiras de modificar a sociedade para assegurar o bem-estar de grandes números de pessoas, em que as origens e a natureza da igualdade entre homens e mulheres estavam a ser objeto de intenso e amplo debate, a natureza da mulher, a educação da mulher e o papel das mulheres vieram a ser temas de controvérsia recorrentes. Contudo, ainda que os direitos reivindicados e os discursos usados para isso eram similares àqueles em circulação noutras partes da Europa, a maneira em que foram formulados e os canais através dos quais se transmitiram foram determinados, em grande medida, pelas características do âmbito cultural português. 

Vanda Anastácio é licenciada em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se doutorou em Estudos Portugueses. É Professora Associada da FL/UL e tem colaborado com diversos centros de investigação da Universidade de Lisboa (Centro de Estudos Clássicos), da Universidade Nova (CESNOVA) e da Universidade de Coimbra (Centro de Estudos Camonianos). As suas áreas de investigação são a crítica textual, a literatura e cultura portuguesas (séc. XVI-XVIII), as mulheres escritoras em Portugal (1750-1830) e a literatura brasileira (período colonial). Realizou edições críticas de autores portugueses dos séculos XVI a XVIII. Publicou no Brasil Os Sonetos da Marquesa de Alorna em 2008 e em Portugal a colectânea de ensaios A Marquesa de Alorna (1750-1839). Estudos (2009). Entre as obras publicadas contam-se as Obras de Francisco Joaquim Bingre, em 6 volumes (2000-2005), o Teatro Completo de Camões (2005) e a edição e estudo de uma obra do Cavaleiro de Oliveira (Viagem à Ilha do Amor, 2001). É responsável pela edição da correspondência trocada entre a Marquesa de Alorna e a Condessa do Vimieiro durante o período em que aquela esteve encerrada no mosteiro de Chelas (Cartas de Lília e Tirse 1771-1777, 2007) e coordenou o volume colectivo intitulado Correspondências (usos da carta no século XVIII) (2005). 

13h30 Almoço

16h00 Conferência

“Discursos feministas na Galiza de comezos do S. XX: entre o feminismo 'españolista' e o nacionalismo galego” 
[Olga Castro (Aston University, Birmingham)]

Resumo 
As primeiras décadas do século XX trouxeron grandes avances nas reivindicacións feministas no mundo occidental, os cales tamén foron chegando á sociedade española da época. Aínda que o feminismo só comezou a organizarse formalmente coa creación da Asociación Nacional de Mujeres Españolas en 1918, a nova Constitución aprobada na Segunda República (1931-1936) garantía a igualdade de dereitos para homes e mulleres. Partindo deste contexto, neste relatorio estudarei os trazos distintivos do feminismo galego nos comezos do século XX. O xurdir dunha conciencia feminista galega está estreitamente relacionado coa aparición de organizacións culturais e políticas de carácter nacionalista como as Irmandades da Fala (1916) ou o Partido Galeguista (1931), ambas as dúas defensoras dun nacionalismo periférico galego como xeito de enfrontarse á posición hexemónica do estado español. Todos os manifestos feministas escritos en galego neste período historico publicáronse en diarios e revistas promovidas por estas organizacións nacionalistas, principalmente A Nosa Terra (1916) e Nós (1920). Xa que logo, as autoras destes textos amosaban un dobre compromiso, tanto cara aos seus ideais nacionalistas como tamén cara á igualdade entre mulleres e homes. Mediante unha análise dos escritos políticos e pezas xornalísticas producidas polas oito mulleres ás que se lles 'permitiu' publicar n'A Nosa Terra e Nós, tratarei de esculcar até que punto as feministas galegas da época tiñan que negociar en diferentes situacións a prominencia da súa categoría identitaria xénero ou nación; isto é, negociar se rebelarse contra un feminismo españolista incapaz de comprender a alteridade do proxecto nacional periférico galego, ou se desafiar o nacionalismo galego por estar baseado en fondos criterios patriarcais. Prestarei atención especial a Coroa González e María Luz Morales, dúas das autoras máis prolíficas á hora de defender os dereitos das galegas nas publicacións nacionalistas da época. 

Olga Castro é professora de Estudos de Tradução e Espanhol na Aston University (Birmingham) e especialista na interação entre género, língua e tradução. Na atualidade é diretora do departamento de Estudos de Tradução e preside o Comité de Igualdade e Diversidade da sua faculdade, a School of Languages and Social Sciences. Também é coordenadora do grupo de investigação "Multilingualism and Translation" do Centre for Language Research (ClaRA). Depois de se licenciar em Jornalismo e em Tradução, doutorou-se na Universidade de Vigo em 2010 com uma tese sobre as intervenções feministas na tradutologia galega com a que obteve menção europeia e o prémio extraordinário de doutoramento. Tem publicado numerosos artigos em revistas científicas e em geral o seu trabalho de investigação gira em torno do papel social e político da tradução na construção das identidades culturais/nacionais e de género num mundo transnacional, centrado em particular nos contextos culturais e linguísticos não hegemónicos em Espanha. Outras áreas de interesse incluem: linguística feminista, estudos galegos e género e meios de comunicação. É coautora, entre outros títulos, de Feminist Translation Studies: Local and Transnational Perspectives (Routledge, 2017), Self-Translation and Power: Negotiating Identities in Multilingual Europe (Palgrave Macmillan, 2017), Trama e urda: contribucións multidisciplinares desde os estudos galegos (Consello da Cultura Galega, 2015) e Feminismos (Xerais, 2013). 

17h00 Coffee break

17h30 Mesa redonda

“Feminismos Ibéricos desde a ‘Transición’ e do 25 de Abril até hoje”
[María do Cebreiro Rábade Villar, Silvia Bermúdez, Olga Castro e Vanda Anastácio]

Resumo
Esta mesa redonda pretende debater algumas das principais questões da teoria e do ativismo feministas nos contextos culturais espanhol, galego e português na atualidade. O período visado é o que se inicia com a chamada transição, no âmbito do estado espanhol, ou com a revolução de Abril, em Portugal. Além das três conferencistas anteriores, a mesa contará ainda com a presença da professora María do Cebreiro Rábade Villar, autora dos capítulos sobre "Feminismo Galego na Era Democrática" e "Feminismos Galegos desde 1996 até à Atualidade" no livro A New History of Iberian Feminisms.

María do Cebreiro Rábade Villar é professora de Teoria da Literatura e Literatura Comparada na Faculdade de Filologia da Universidade de Santiago de Compostela, e investigadora do Grupo de Referência Competitiva GI-1371. As suas principais linhas de investigação são a teoria poética, o estudo comparado das antologias de poesia no âmbito peninsular e a narrativa do século XIX, temas que foram objeto de numerosos capítulos de livro e artigos em revistas como Bulletin of Hispanic Studies, Rilce, Revista de Literatura, Romance Notes, Hispanófila, Revista de Estudios Hispánicos, Revista Canadiense de Estudios Hispánicos, Revista Hispánica Moderna ou Anales de la Literatura Española Contemporánea. A sua obra Política y afectos. La comunidad sensible en la obra de Rosalía de Castro recebeu a menção honrosa do prémio Margit Frenk da UNAM (2014). É autora das obras As antoloxías de poesía en Galicia e Cataluña. Representación poética e ficción lóxica (USC, 2004), prémio Dámaso Alonso de Investigación Filolóxica; e Canon y subversión. La obra narrativa de Rosalía de Castro (Icaria, 2012), em coedição com Helena González. Dirigiu um projeto de investigação financiado sobre a obra narrativa de Rosalía de Castro.

19h00 Recital poético-musical 

María do Cebreiro Rábade Villar
Em 1998 publica o seu primeiro livro de poemas O estadio do espello seguido de nós, as inadaptadas (2002, accésit do XXI Premio Esquío de Poesía en Lingua Galega), Non queres que o poema te coñeza (2004, II Premio de Poesía Caixanova 2003), O barrio das chinesas (2005), Os hemisferios (2006), Cuarto de outono (2008), Non son de aquí (2008), Os inocentes (2014), O deserto (2015, Premio da Crítica), A lentitude (2017) e Soños. Arquivos. Cartas (2018). 

Cintaadhesiva
Projeto literário-musical no qual, sobre o fio condutor da música de Jesús Andrés Tejada, os textos de Silvia Penas vão dar significado às melodias, aos ritmos, à cadência e às imagens. Trata-se de uma totalidade orgânica onde texto e música não se acompanham, mas tratam de se fundir e confundir. Em ocasiões, o recitado até se converte em canção.

domingo, 8 de abril de 2018