* VÍTOR RAMOS || CONFERÊNCIA PRONUNCIADA EM 25 DE SETEMBRO DE 1968 || BREVE ANÁLISE DA REPRESSÃO À VIDA INTELECTUAL EM PORTUGAL *
[Vítor Ramos || Fotografia de Antifascistas da Resistência]
Vítor Ramos (25/04/1920 - 03/05/1974), exilado político desde 1952 e fundador, em São Paulo, do jornal Portugal Democrático, faleceu de emoção ao saber da Revolução do 25 de Abril e quando se preparava para regressar imediatamente a Portugal.
Antifascistas da Resistência inseriu a sua biografia da autoria de Júlia Coutinho e a Revista do Expresso, de 21 de Abril de 2018, dedicou-lhe um texto da autoria de Catarina Gomes, também baseado em informações cedidas por aquela investigadora.
Na sequência do 25 de Abril de 1974, foi editado em Junho o livro 48 Anos de Fascismo em Portugal, recolha de documentos referentes à Oposição Antifascista em Portugal e no Estrangeiro e à luta Anticolonial. Com recolha de Carme D. Carvalhas [?], provavelmente o livro corresponde a uma edição já preparada e o primeiro texto/documento é da autoria de Vítor Ramos, correspondendo a uma conferência proferida em 25 de Setembro de 1968, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, intitulada "Breve Análise da Repressão À Vida Intelectual em Portugal"
ADENDA, MUITO IMPORTANTE, DE JÚLIA COUTINHO, A QUEM AGRADEÇO ESTE IMPORTANTE ESCLARECIMENTO:
"Este livro é uma edição portuguesa, já depois de Abril, que reproduz [quase] integralmente o número 10 da revista brasileira PAZ e TERRA saído em Dezembro de 1969, inteiramente dedicado à denúncia do que se vivia em Portugal e da responsabilidade dos dirigentes do Portugal Democrático.
Tenho o original, raríssimo.
Na altura Barradas de Carvalho e Margarida ainda estavam no Brasil mas em breve iriam de novo para a Sorbonne, Paris, tal como Vítor Ramos iria dar aulas durante dois anos na universidade em Davis, Estados Unidos. Maria Antónia Fiadeiro também deixaria São Paulo e o Portugal Democrático para regressar ao exílio europeu.
Todos fugiam à ditadura brasileira que se implantara em 1964. Apenas Vítor Ramos regressou por ter família brasileira e filhos adolescentes.
Dos autores dos artigos, apenas Augusto Aragão faleceu pouco antes do 25 de Abril, o que foi tremendamente injusto.
Vítor Ramos faleceu a 3 de Maio 74, sem regressar, mas viveu a alegria da boa notícia.
Miguel Urbano Rodrigues chegou a Portugal em Maio de 74 e foi o de maior longevidade, falecendo recentemente.
O grande amigo de VR do tempo da Faculdade de Letras e da militância política dos anos quarenta e cinquenta, Joaquim Barradas de Carvalho, o único que poderia ter feito alguma coisa pela sua memória, morreria prematuramente em 1980.
Outros amigos: Jorge de Sena e Casais Monteiro. O primeiro faleceu em 79 e o Casais não chegaria a Abril de 74" [Júlia Coutinho, 26 de Abril de 2018].
2 comentários:
Este livro é uma edição portuguesa, já depois de Abril, que reproduz integralmente o número 10 da revista brasileira PAZ e TERRA saído em Dezembro de 1969, inteiramente dedicado à denúncia do que se vivia em Portugal e da responsabilidade dos dirigentes do Portugal Democrático.
Tenho o original, raríssimo.
Na altura Barradas de Carvalho e Margarida ainda estavam no Brasil mas em breve iriam de novo para a Sorbonne, Paris, tal como Vitor Ramos iria dar aulas durante dois anos na universidade em Davis, Estados Unidos. Maria Antonia Fiadeiro também deixaria São Paulo e o Portugal Democratico para regressar ao exilio europeu.
Todos fugiam à ditadura brasileira que se implantara em 1964. Apenas Vitor Ramos regressou por ter familia brasileira e filhos adolescentes.
Muito obrigada por este post.
julia coutinho
Resta-me dizer que, dos autores dos artigos, apenas Augusto Aragão faleceu pouco antes do 25 de Abril, o que foi tremendamente injusto.
Vitor Ramos faleceu a 3 de Maio 74, sem regressar, mas viveu a alegria da boa notícia.
Miguel Urbano Rodrigues chegou a Portugal em Maio de 74 e foi o de maior longevidade, falecendo recentemente.
O grande amigo de VR do tempo da Faculdade de Letras e da militância política dos anos quarenta e cinquenta, Joaquim Barradas de Carvalho, o único que poderia ter feito alguma coisa pela sua memória, morreria prematuramente em 1980.
Outros amigos: Jorge de Sena e Casais Monteiro. O primeiro faleceu em 79 e o Casais não chegaria a Abril de 74.
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