* COLÓQUIO "UMA NOVA HISTÓRIA DOS FEMINISMOS IBÉRICOS" *
|| VIGO || CASA DE ARINES || 13 DE ABRIL DE 2018 ||
Apresentação de livro A New History of Iberian Feminisms
Ed. por Silvia Bermúdez e Roberta Johnson [Toronto: University of Toronto Press 2018]
Resumo
A New History of Iberian Feminisms é uma história cronológica e analítica do pensamento feminista na Península Ibérica, incluindo Portugal e os territórios da Espanha, nomeadamente, as regiões autónomas do País Vasco, Catalunha e da Galiza, desde o século XVIII até aos nossos dias.
11h00 Conferência
“Contextualización: De El feminismo ibérico (1970) a Una nueva historia de los feminismos ibéricos (2018)”
[Silvia Bermúdez (University of California-Santa Barbara)]
Resumo
Hasta el presente, los análisis del pensamiento y las actividades políticas feministas en la Península Ibérica han estado limitados y sujetos a localizaciones muy específicas. El volumen Una nueva historia de los feminismos ibéricos (2018), co-editado por Roberta Johnson y quien aquí presenta, es el primer estudio que da cuenta de manera sistemática de cómo la labor feminista, desde el siglo XVIII hasta el presente, ha trazado redes intelectuales, sociales y políticas que efectivamente abarcan toda la diversidad lingüística, nacional, y cultural de la península. Tomamos como punto de partida el siglo dieciocho, por ser cuando se comienza a abogar, en los albores de un feminismo moderno, por el tratamiento igualitario de las mujeres en la sociedad y ante la ley. En base a estas premisas, esta ponencia contextualiza nuestro volumen estableciendo una genealogía que parte del ensayo El feminismo ibérico (1970), de la polifacética Maria Aurèlia Capmany (con ayuda de Carmen Alcalde, cofundadora de la revista Vindicación Feminista en 1976), reconociendo así la pionera labor de estudiosas dedicadas a narrar las historias feministas ibéricas.
Silvia Bermúdez é professora no departamento de espanhol e português da University of California-Santa Barbara. Como principais áreas de docência e investigação tem as produções culturais (especialmente música e literatura) da Península Ibérica, o Peru e a Guiné Equatorial e o seu trabalho centra-se no feminismo, estudos sobre as mulheres, discursos poéticos e política. É co-editora de From Stateless Nations to Postnational Spain/De Naciones sin estado a la España Postnacional (2002) e autora dos livros Las dinámicas del deseo: subjectividad y lenguaje en la poesía española contemporánea (1997), La esfinge de la escritura: la ética poética de Blanca Varela (2005) e Rocking the Boat: Race and Migration in Contemporary Spanish Music (2018). Também foi editora do número especial “La España Constitucional: Democracia y Cultura, 1978-2008” da Revista de Estudios Hispánicos (2010) e co-editora do número especial “Spanish Popular Music Studies” para o Journal of Spanish Cultural Studies (2009) e de “Mediterranean Matrix: Memory, Migration, Movement” para o Journal of Mediterranean Studies (2016). Tem publicado numerosos artigos sobre literatura, música e cultura popular, nacionalismos, relações transatlânticas e questões de género e identidade sexual nas produções de Espanha, América Latina e Galiza em revistas como Modern Language Notes, Revista de Estudios Hispánicos, Journal of Spanish Cultural Studies, Siglo XX/Twentieth Century, Letras Femininas e Anuario de Estudios Literarios Galegos. Como co-editora juntamente com Roberta Johnson, o seu último livro é A New History of Iberian Feminisms (2018).
12h00 Coffee break
12h30 Conferência
“Antes de ser já o era? Pensar o feminismo em Portugal antes de 1800”
[Vanda Anastácio (Universidade de Lisboa)]
Resumo
Ainda hoje, a maioria dos historiadores da cultura portuguesa não consideram a existência de indícios de reivindicações feministas em Portugal antes do nascimento dos primeiros movimentos sufragistas. Porém, a semelhança de muitas das reivindicações das feministas do início do século XX com as dos homens e mulheres que se pronunciaram sobre os direitos, as necessidades e aspirações das mulheres na Idade Moderna faz possível abordar este conceito com uma perspectiva mais ampla, e recuperar os seus discursos como prova de uma “consciência feminista” e como parte da história do feminismo. Neste contexto, o século XVIII é um campo de investigação privilegiado. Numa época em que os filósofos e governantes estavam a debater maneiras de modificar a sociedade para assegurar o bem-estar de grandes números de pessoas, em que as origens e a natureza da igualdade entre homens e mulheres estavam a ser objeto de intenso e amplo debate, a natureza da mulher, a educação da mulher e o papel das mulheres vieram a ser temas de controvérsia recorrentes. Contudo, ainda que os direitos reivindicados e os discursos usados para isso eram similares àqueles em circulação noutras partes da Europa, a maneira em que foram formulados e os canais através dos quais se transmitiram foram determinados, em grande medida, pelas características do âmbito cultural português.
Vanda Anastácio é licenciada em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se doutorou em Estudos Portugueses. É Professora Associada da FL/UL e tem colaborado com diversos centros de investigação da Universidade de Lisboa (Centro de Estudos Clássicos), da Universidade Nova (CESNOVA) e da Universidade de Coimbra (Centro de Estudos Camonianos). As suas áreas de investigação são a crítica textual, a literatura e cultura portuguesas (séc. XVI-XVIII), as mulheres escritoras em Portugal (1750-1830) e a literatura brasileira (período colonial). Realizou edições críticas de autores portugueses dos séculos XVI a XVIII. Publicou no Brasil Os Sonetos da Marquesa de Alorna em 2008 e em Portugal a colectânea de ensaios A Marquesa de Alorna (1750-1839). Estudos (2009). Entre as obras publicadas contam-se as Obras de Francisco Joaquim Bingre, em 6 volumes (2000-2005), o Teatro Completo de Camões (2005) e a edição e estudo de uma obra do Cavaleiro de Oliveira (Viagem à Ilha do Amor, 2001). É responsável pela edição da correspondência trocada entre a Marquesa de Alorna e a Condessa do Vimieiro durante o período em que aquela esteve encerrada no mosteiro de Chelas (Cartas de Lília e Tirse 1771-1777, 2007) e coordenou o volume colectivo intitulado Correspondências (usos da carta no século XVIII) (2005).
13h30 Almoço
16h00 Conferência
“Discursos feministas na Galiza de comezos do S. XX: entre o feminismo 'españolista' e o nacionalismo galego”
[Olga Castro (Aston University, Birmingham)]
Resumo
As primeiras décadas do século XX trouxeron grandes avances nas reivindicacións feministas no mundo occidental, os cales tamén foron chegando á sociedade española da época. Aínda que o feminismo só comezou a organizarse formalmente coa creación da Asociación Nacional de Mujeres Españolas en 1918, a nova Constitución aprobada na Segunda República (1931-1936) garantía a igualdade de dereitos para homes e mulleres. Partindo deste contexto, neste relatorio estudarei os trazos distintivos do feminismo galego nos comezos do século XX. O xurdir dunha conciencia feminista galega está estreitamente relacionado coa aparición de organizacións culturais e políticas de carácter nacionalista como as Irmandades da Fala (1916) ou o Partido Galeguista (1931), ambas as dúas defensoras dun nacionalismo periférico galego como xeito de enfrontarse á posición hexemónica do estado español. Todos os manifestos feministas escritos en galego neste período historico publicáronse en diarios e revistas promovidas por estas organizacións nacionalistas, principalmente A Nosa Terra (1916) e Nós (1920). Xa que logo, as autoras destes textos amosaban un dobre compromiso, tanto cara aos seus ideais nacionalistas como tamén cara á igualdade entre mulleres e homes. Mediante unha análise dos escritos políticos e pezas xornalísticas producidas polas oito mulleres ás que se lles 'permitiu' publicar n'A Nosa Terra e Nós, tratarei de esculcar até que punto as feministas galegas da época tiñan que negociar en diferentes situacións a prominencia da súa categoría identitaria xénero ou nación; isto é, negociar se rebelarse contra un feminismo españolista incapaz de comprender a alteridade do proxecto nacional periférico galego, ou se desafiar o nacionalismo galego por estar baseado en fondos criterios patriarcais. Prestarei atención especial a Coroa González e María Luz Morales, dúas das autoras máis prolíficas á hora de defender os dereitos das galegas nas publicacións nacionalistas da época.
Olga Castro é professora de Estudos de Tradução e Espanhol na Aston University (Birmingham) e especialista na interação entre género, língua e tradução. Na atualidade é diretora do departamento de Estudos de Tradução e preside o Comité de Igualdade e Diversidade da sua faculdade, a School of Languages and Social Sciences. Também é coordenadora do grupo de investigação "Multilingualism and Translation" do Centre for Language Research (ClaRA). Depois de se licenciar em Jornalismo e em Tradução, doutorou-se na Universidade de Vigo em 2010 com uma tese sobre as intervenções feministas na tradutologia galega com a que obteve menção europeia e o prémio extraordinário de doutoramento. Tem publicado numerosos artigos em revistas científicas e em geral o seu trabalho de investigação gira em torno do papel social e político da tradução na construção das identidades culturais/nacionais e de género num mundo transnacional, centrado em particular nos contextos culturais e linguísticos não hegemónicos em Espanha. Outras áreas de interesse incluem: linguística feminista, estudos galegos e género e meios de comunicação. É coautora, entre outros títulos, de Feminist Translation Studies: Local and Transnational Perspectives (Routledge, 2017), Self-Translation and Power: Negotiating Identities in Multilingual Europe (Palgrave Macmillan, 2017), Trama e urda: contribucións multidisciplinares desde os estudos galegos (Consello da Cultura Galega, 2015) e Feminismos (Xerais, 2013).
17h00 Coffee break
17h30 Mesa redonda
“Feminismos Ibéricos desde a ‘Transición’ e do 25 de Abril até hoje”
[María do Cebreiro Rábade Villar, Silvia Bermúdez, Olga Castro e Vanda Anastácio]
Resumo
Esta mesa redonda pretende debater algumas das principais questões da teoria e do ativismo feministas nos contextos culturais espanhol, galego e português na atualidade. O período visado é o que se inicia com a chamada transição, no âmbito do estado espanhol, ou com a revolução de Abril, em Portugal. Além das três conferencistas anteriores, a mesa contará ainda com a presença da professora María do Cebreiro Rábade Villar, autora dos capítulos sobre "Feminismo Galego na Era Democrática" e "Feminismos Galegos desde 1996 até à Atualidade" no livro A New History of Iberian Feminisms.
María do Cebreiro Rábade Villar é professora de Teoria da Literatura e Literatura Comparada na Faculdade de Filologia da Universidade de Santiago de Compostela, e investigadora do Grupo de Referência Competitiva GI-1371. As suas principais linhas de investigação são a teoria poética, o estudo comparado das antologias de poesia no âmbito peninsular e a narrativa do século XIX, temas que foram objeto de numerosos capítulos de livro e artigos em revistas como Bulletin of Hispanic Studies, Rilce, Revista de Literatura, Romance Notes, Hispanófila, Revista de Estudios Hispánicos, Revista Canadiense de Estudios Hispánicos, Revista Hispánica Moderna ou Anales de la Literatura Española Contemporánea. A sua obra Política y afectos. La comunidad sensible en la obra de Rosalía de Castro recebeu a menção honrosa do prémio Margit Frenk da UNAM (2014). É autora das obras As antoloxías de poesía en Galicia e Cataluña. Representación poética e ficción lóxica (USC, 2004), prémio Dámaso Alonso de Investigación Filolóxica; e Canon y subversión. La obra narrativa de Rosalía de Castro (Icaria, 2012), em coedição com Helena González. Dirigiu um projeto de investigação financiado sobre a obra narrativa de Rosalía de Castro.
19h00 Recital poético-musical
María do Cebreiro Rábade Villar
Em 1998 publica o seu primeiro livro de poemas O estadio do espello seguido de nós, as inadaptadas (2002, accésit do XXI Premio Esquío de Poesía en Lingua Galega), Non queres que o poema te coñeza (2004, II Premio de Poesía Caixanova 2003), O barrio das chinesas (2005), Os hemisferios (2006), Cuarto de outono (2008), Non son de aquí (2008), Os inocentes (2014), O deserto (2015, Premio da Crítica), A lentitude (2017) e Soños. Arquivos. Cartas (2018).
Cintaadhesiva
Projeto literário-musical no qual, sobre o fio condutor da música de Jesús Andrés Tejada, os textos de Silvia Penas vão dar significado às melodias, aos ritmos, à cadência e às imagens. Trata-se de uma totalidade orgânica onde texto e música não se acompanham, mas tratam de se fundir e confundir. Em ocasiões, o recitado até se converte em canção.
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