[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

domingo, 31 de outubro de 2021

[2602.] JOSÉ PEREIRA CALÇÃO [I] || PRESO EM 1927, 1928, 1933, 1938

 * JOSÉ PEREIRA CALÇÃO *

PRESO POLÍTICO EM 1917, 1927, 1928, 1933 E 1938

O combate político e a "vida prisional" de José Pereira Calção, tal como a de muitos outros opositores à Ditadura Militar e ao regime fascizante, está, ainda, por deslindar, sendo certo que se iniciou ainda durante a 1.ª República. 

[José Pereira Calção || ANTT || RGP/10209 || PT-TT-PIDE-E-010-52-10209]

Filho de Maria Leonor Calção e de Joaquim Pereira Calção, José Pereira Calção nasceu em 1 de Setembro de 1889, em Castelo Branco.

Terá participado activamente na defesa da 1.ª República já que, em Abril e Junho de 1917, foi proposto para ser reconhecido como "revolucionário civil", tendo a respectiva lista de nomes abrangidos sido discutida em sessões do Parlamento. 

Nesse mesmo ano, o periódico A Manhã, de 17/12/1917, noticiava que José Pereira Calção se encontrava entre os detidos na Penitenciária de Lisboa na sequência do golpe militar de Sidónio Pais ["Os presos políticos"]. 

Com o triunfo de nova Ditadura, desta vez em Maio de 1926, José Pereira Calção envolveu-se em movimentações contrárias, tendo sido preso, "por ordem superior", em 22 de Fevereiro de 1927, "sendo entregue à Polícia Militar"; terá sido libertado em 15 de Maio ["Ecos da Revolução", notícia censurada de O Século de 16/05/1927 (PT-TT-EPJS-A-2-006)]. Era então empregado da Casa da Moeda.

Novamente preso em 23 de Junho do ano seguinte, "por ser chefe duma organização de grupos civis", saiu em liberdade em 24 de Agosto de 1928. 

Já como serralheiro e considerado "chefe dum grupo revolucionário" na zona de S. Paulo, onde residia, foi regularmente vigiado pela Polícia de Defesa Política e Social entre Agosto e Dezembro de 1929, disso dando conta relatórios de informadores, assinalando os seus contactos e deslocações.

Novamente preso em 10 de Julho de 1933"para averiguações" [Processo 743], seria entregue, em 13 de Julho, ao Delegado do Procurador da República do 1.º Juízo Criminal. 

A última prisão, a quarta desde 1926, verificou-se em 14 de Junho de 1938, quando tinha 48 anos, "para averiguações". Levado para a 1.ª Esquadra, foi transferido para o Forte de Caxias em 12 de Julho e libertado em 17 de Agosto [Processo 748/38].

[João Esteves]

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