[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sábado, 3 de maio de 2014

[0615.] CATARINA RAMOS MACHADO [RAFAEL] [I]


* CATARINA RAMOS MACHADO *

[1917-15/04/2010]

** 26 anos consecutivos em tipografias clandestinas **

Nasceu em Vale de Vargo, concelho de Serpa, em 1917 e faleceu a 15 de abril de 2010, em Almada, com 92 anos. 

O pai e o irmão tinham, desde os anos 30, atividade política, recebendo em sua casa, entre outros, Bento Gonçalves. 

Catarina Ramos Machado terá aderido ao Partido Comunista no início da década seguinte e manteve, entre 1947 e 1973, papel de destaque na edição da imprensa clandestina. 

Com Joaquim Serrão Rafael [14/12/1907-22/07/1974], camponês nascido em Tremês, no distrito de Santarém, com quem casou, trabalhou 26 anos consecutivos em tipografias clandestinas de vários pontos do país, nunca sendo presos pela polícia política. 

O trabalho de tipógrafo do casal foi sempre considerado de extrema importância e reconhecido pelas sucessivas direções políticas. 

Ela e o marido foram responsáveis pela impressão do Avante!, O Militante, O Camponês, O Têxtil, A Terra, Tribuna Militar (órgão da Comissão de Unidade Militar), o Amanhã (jornal de jovens das Juntas Patrióticas da Juventude) e outros jornais e folhetos. 

Devido ao estado de saúde do marido, vítima de doença provocada pelo chumbo das tipografias, tiveram de deixar, contra vontade, a clandestinidade em 1973, tendo Joaquim Rafael morrido escassos dois meses após o 25 de Abril. 

A filha, Mariana Rafael, nascida em 1949 numa tipografia situada na freguesia de Coina, cresceu e viveu na clandestinidade até 1974 e muito cedo passou a ajudar na composição e impressão das edições, tornando-se a mais nova tipógrafa clandestina. Os seus dois filhos também nasceram na clandestinidade.


[João Esteves, "Catarina Ramos Machado [Rafael], Feminae. Dicionário Contemporâneo, Edição da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) / 2013]

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