[Gravura de Margarida Tengarrinha segundo desenho de Álvaro Cunhal]
Filha de Olívia dos Santos Espinho Soares e de Luís António Soares, antifascista que se opôs à ditadura salazarista, combateu na Guerra Civil de Espanha, foi preso e esteve internado num campo de concentração em França aquando da Segunda Guerra Mundial.
Irmã de Pedro dos Santos Soares [13/01/1915-10/05/1975], militante clandestino do Partido Comunista.
Casou, no início da década de 1940, com o advogado escalabitano Humberto Pereira Diniz Lopes [17/10/1919-23/11/1984], jovem militante do Partido Comunista, embora na legalidade, passando o casal a revelar as mesmas opções políticas.
Segundo Teresa Lopes Moreira, Arminda Soares envolveu-se, em 1944, no projecto do Club Literário Guilherme de Azevedo e do Grupo Pró-Cultura dos Empregados no Comércio para fundar o primeiro jardim-de-infância em Santarém, projecto pioneiro que durou apenas três meses.
A partir de 1946, a militância política fez com que Humberto Lopes fosse várias vezes preso nas cadeias políticas, passando Arminda Soares a visitar quer o marido, quer o irmão Pedro.
Arminda também conheceu, temporariamente, a prisão durante dois dias, entre 24 e 26 de Dezembro de 1953, quando o marido estava novamente detido e condenado a dois anos e meio, acusado de pertencer ao Movimento Nacional Democrático.
Quando Humberto Lopes e Pedro Soares se encontravam presos no Forte de Peniche e se preparou a fuga de Álvaro Cunhal, do irmão e de outros camaradas em janeiro de 1960, Arminda dos Santos Soares constituía o primeiro sinal para a confirmar, através da visita dominical ao marido, o que não sucedeu pelo facto dos planos terem sido antecipados uma semana.
Recorrendo novamente às palavras de Teresa Lopes Moreira, inscritas no Correio do Ribatejo de 31 de outubro de 2014, "o divórcio e a morte do irmão e da cunhada [Maria Luísa Costa Dias] num acidente [9 de maio de 1975] tornaram-na mais amarga, mas não quebraram os laços da militância".
Feminae - Dicionário Contemporâneo, editado em 2013 pela CIG, inseriu a biografia possível de Arminda dos Santos Soares, constituindo um primeiro passo para a divulgação e estudo do seu percurso político. Por sua vez, os textos de Teresa Lopes Moreira no Correio do Ribatejo permitem redescobrir o percurso comum do casal.
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