[2442.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [LXII] || 1926 - 1933

 * PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || LXII *

As prisões, arbitrárias, começaram imediatamente a seguir ao triunfo do Golpe Militar de 28 de Maio de 1926, estando, ainda, por conhecer todas as suas vítimas. 

Na manhã de 8 de Julho de 1926, foram presos 31 indivíduos, apena por serem «conhecidos na polícia como agitadores e legionários», e conduzidos para os calabouços do Governo Civil. 

[Diário de Lisboa || 8 de Julho de 1926]

A ordem partiu do Comandante da Polícia, capitão João Carlos de Azevedo Franco, a partir dos registos de indivíduos com cadastro político e social. Segundo as suas declarações ao Diário de Lisboa, «aqueles que estiverem regenerados, e que o provem, serão postos em liberdade. Os que não tiverem sido detidos nestes últimos dois anos - também.» [Diário de Lisboa, 08/07/1926].

Foram presos, entre outros, Alfredo Estêvão da Cruz, Álvaro Ferreira Ervilha, António Luís Lopes, António Maria Pedro, Artur Inácio, Carlos da Cruz, César Pereira, Eduardo Cardoso, Eduardo de Oliveira, Eduardo Pereira Pimentel, Epifânio Correia de Melo, Feliciano da Silva Moreira, Joaquim Ataíde, José do Amaral, Manuel António e Raul Gomes.

00529. Alfredo Estêvão da Cruz [1920, 1922, 1924, 1925, 1926, 1927]

[Alfredo Estêvão da Cruz || Fotografia anterior a 1926 || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[Alfredo Estêvão da Cruz.

Lisboa, c. 1888. Pintor de letras / Empregado do comércio. Filiação: Maria da Cruz, António Joaquim Correia. Residência: Rua Castelo Branco Saraiva, 84 - Lisboa. Terá pertencido à Federação da Construção Civil do Sul e Ilhas e sido professor primário no âmbito da União Operária Nacional. Identificado como anarquista e "agitador da classe dos Pedreiros e Estucadores", foi preso por diversas vezes durante a 1.ª República: em setembro de 1920, por ser "agitador" e, numa reunião do Sindicato Único da Construção Civil, ter preconizado "ação violenta contra o Governo"; em 10/03/1922, "por ser agitado", seria libertado em 10/04/1922; em 20/05/1924, "por suspeita de dar, em sua casa, reuniões de agitadores", sendo libertado em 26/06/1924; em 23/05/1925, por suspeita de pertencer à "Legião Vermelha", e libertado em 28/05/1925. Participou ativamente nos tumultos contra a carestia de vida ocorridos em finais de janeiro de 1916, tendo sido ferido em Alcântara e levado para a enfermaria do Hospital de S. José. Liderou, em março de 1920, uma greve da construção civil por aumento salarial. Preso em 08/07/1926 e levado para os calabouços do Governo Civil. Acusado de participação no movimento revolucionário de fevereiro de 1927, foi preso e deportado nesse mesmo mês para a Guiné - Cacheu por ordem do Ministério do Interior. Desembarcou em 03/03/1927 e regressou em 1935, apresentando-se na PVDE em 21/08/1935. Foi residir para a Rua da Mãe de Água, 5 - Lisboa.]

[alterado em 12/03/2022]

[alterado em 26/04/2025]

[alterado em 11/05/2025]

00530. Álvaro Ferreira Ervilha [1926]

[Álvaro Ferreira Ervilha.

Preso em 08/07/1926, por estar referenciado como agitador em registos anteriores a 28/05/1926, e levado para os calabouços do Governo Civil.]

[alterado em 26/04/2025] 

0531. António Luís Lopes [1926]

[Preso em 08/07/1926, por estar referenciado como agitador em registos anteriores a 28/05/1926, e levado para os calabouços do Governo Civil].

00532. António Maria Pedro [1923, 1925, 1926]

[António Maria Pedro.

Lisboa. Eletricista. Filiação: Casimira da Conceição Elena, João Pedro. Casado. Residência: Rua do Arco do Cego - Lisboa. Preso em 18/07/1923, "por ordem superior". Preso em 06/05/1925, "por ser detentor de bombas explosivas"; libertado em 13/05/1925. Preso em 08/07/1926, por estar referenciado como agitador em registos anteriores a 28/05/1926, e levado para os calabouços do Governo Civil.]

[alterado em 26/04/2025]

00533. Artur Inácio [1926]

[Artur Inácio || 09/07/1926 (?) || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[Artur Inácio.

Ativista da Confederação Geral do Trabalho na década de 1920, integrou o seu Conselho Confederal e interveio, como orador, em diversos festejos do 1.º de Maio. Discursou, em 01/05/1922, no comício realizado na Guarda e, em 1924, naquele realizado em Coimbra, onde fez a defesa da revolução russa e a apologia da Internacional Sindical Vermelha. Preso em 08/07/1926, por estar referenciado como agitador em registos anteriores a 28/05/1926, e levado para os calabouços do Governo Civil.]

[alterado em 26/04/2024]

NOTA: Não se trata de Artur Inácio Bastos que, em 08/01/1942, foi deportado para o Tarrafal. Erroneamente, tal informação consta do livro publicado em 2024 sobre os presos políticos daquele Campo de Concentração.

00534. Carlos da Cruz [1926]

[Carlos da Cruz.

Preso em 08/07/1926, por estar referenciado como agitador em registos anteriores a 28/05/1926, e levado para os calabouços do Governo Civil. Há um Carlos da Cruz que estava deportado nos Açores e que regressou em 10/02/1931, indo residir para a Rua Angelina Vidal, 19 - Lisboa.]

[alterado em 26/04/2025]

00535. César Pereira [1924, 1925, 1926]

[César Pereira.

Lisboa. Pedreiro. Filiação: Emília da Conceição, Augusto Pereira. Residência: Largo Defensores da República, 28. Preso em 17/05/1924, "por suspeita de ser bombista"; libertado em 22/05/1924. Preso em 16/05/1925, "como suspeito de ter tomado parte no atentado contra o Comissário Geral da PSP"; solto em 20/05/1925. Preso em 08/07/1926, por estar referenciado como agitador em registos anteriores a 28/05/1926, e levado para os calabouços do Governo Civil.]

[alterado em 26/04/2025]

0536. Eduardo Cardoso [1926]

[Preso em 08/07/1926, por estar referenciado como agitador em registos anteriores a 28/05/1926, e levado para os calabouços do Governo Civil].

0537. Eduardo de Oliveira [1926]

[Preso em 08/07/1926, por estar referenciado como agitador em registos anteriores a 28/05/1926, e levado para os calabouços do Governo Civil].

00538. Eduardo Pereira Pimentel [1924, 1926]

[Eduardo Pereira Pimentel.

Lisboa (Santa Engrácia), c. 1905. Empregado de comércio. Filiação: Guilhermina Pereira Pimentel, Francisco Alcântara Pimentel. Solteiro. Residência: Rua dos Barbadinhos, 120 - Lisboa. Preso em 26/06/1924, "por insultos e ameaças à Polícia"; remetido ao 2.º Juízo em 05/06/1924. Preso em 08/07/1926, por estar referenciado como agitador em registos anteriores a 28/05/1926, e levado para os calabouços do Governo Civil.]

[alterado em 04/04/2025]

[João Esteves]