[0001.] ERNESTO CARNEIRO FRANCO [I] || PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

* ERNESTO CARNEIRO FRANCO *

[07/11/1886 - Junho de 1965]

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA || 5 DE OUTUBRO DE 1910 || VARANDA DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

* [Ernesto Carneiro Franco (de olhos semicerrados) || 05/10/1910] 

Intransigente da Greve Académica de 1907, quando estudante de Direito; organizador, enquanto carbonário, da revolução na margem sul do Tejo; secretário da Câmara Municipal de Aldeia Galega [Montijo], nomeado por unanimidade do Executivo em Sessão de 7 de Março de 1910; proclamador da República, ao lado de José Relvas e de Eusébio Leão, na varanda da Câmara Municipal de Lisboa; deputado à Assembleia Nacional Constituinte de 1911 pelo Círculo da Guarda; Tenente-Miliciano do Corpo Expedicionário Português em França durante a I Guerra; deputado, pelo Círculo de Luanda, em 1922; resistente à Ditadura Militar e ao Salazarismo; membro do Grupo dos Budas ou Grupo de Madrid; perseguido, preso e deportado, nomeadamente para os Açores devido a estar implicado nos preparativos da revolta de Junho de 1930; e, finalmente, exilado na sequência da participação no movimento militar da Junta de Libertação Nacional, ocorrido a 10 de Abril de 1947.

Já sexagenário, detido em Caxias e no Aljube, julgado pelo Tribunal Militar Territorial de Lisboa em Junho de 1948, partiu então para o Brasil, de onde regressava de vez em Junho de 1965 quando, à entrada da Barra do Tejo, faleceu repentinamente, tendo os jornais República e O Século, de 14 e 15 desse mês, noticiado o sucedido e evocado o coerente e dedicado percurso de cidadania.

Viajava com a esposa Belmira da Cunha Santiago Carneiro Franco [31/07/1894 - 16/12/1987], tinha 78 anos e era um reencontro que a família muito aguardava depois de mais de quinze anos de ausência forçada, até para perscrutar pormenores do envolvimento na implantação revolucionária da República.

[Ernesto Carneiro Franco || O Século || 15/06/1965]

[João Esteves]