* MARIA DE JESUS SIMÕES BARROSO SOARES *
** ATIVISTA DA ASSOCIAÇÃO FEMININA PORTUGUESA PARA A PAZ *
[Fotografia in Lúcia Serralheiro, Mulheres em grupo contra a corrente, 2011]
Maria Barroso integrou a Associação Feminina Portuguesa para a Paz e colaborou numa sessão de poesia organizada em Lisboa aquando das comemorações do seu XV aniversário.
O Sarau de Poesia decorreu a 9 de junho de 1950 na Casa do Alentejo, contou também com a participação de Manuela Porto e Maria Barroso incluiu no seu reportório poemas de Beatriz Bandeira (Hora presente), Camilo Pessanha (Um soneto), Carlos de Oliveira (Canção de jorna), Joaquim Namorado (Os pequenos pedintes), Manuel da Fonseca e Vitorino Nemésio.
No âmbito da sua intervenção na AFPP, Maria Barroso concedeu uma entrevista a Lúcia Serralheiro em 7 de novembro de 2008, tendo então referido que "ainda sei de cor O Prometeu, de Joaquim Namorado, que era um verdadeiro panfleto: «triturai os meus ossos que aqui ninguém se entrega». Eu dizia isto com uma força e com um entusiasmo... A primeira vez que fui à PIDE foi com esse poema... Eles não gostavam desse poema. Também recitei António Feijó, Mário Dionísio e o Manuel da Fonseca: «eram campos, campos... eram cabeços redondos». Tão bonito, tão bonito! Os poetas já morreram todos... ainda me lembro de poemas de há 60 anos. A poesia era uma forma de luta, de caráter social, interessava estar contra a ditadura" [Mulheres em grupo contra a corrente, Evolua Edições, 2011].
Segundo Lúcia Serralheiro, em 6 de agosto de 1950 o jornal República publicou o seu depoimento à questão «O que de mais emocionante ocorreu na sua carreira?», no âmbito de um inquérito às mulheres profissionais com o título «Dá licença minha senhora?». A resposta de Maria Barroso foi: «Terem-me escolhido para Benilde ou a Virgem Mãe» .
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