[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

[2031.] ALBERTO DE ALMEIDA [I] || DEPORTADO PARA TIMOR (1931)

* ALBERTO DE ALMEIDA *
[1907 - 1932]

REVOLTA DE 26 DE AGOSTO DE 1931 CONTRA A DITADURA MILITAR || DEPORTADO PARA TIMOR, ONDE FALECEU EM 1932

[Navio "Pedro Gomes" que, em 2 de Setembro de 1931, transportou 358 deportados políticos para Timor]

Filho de Maria do Carmo de Almeida e de Manuel de Almeida, Alberto de Almeida terá nascido em 1907, em Viseu.

Pintor, antigo empregado da Câmara Municipal de Lisboa, com residência no Bairro da Bélgica - 265, em Lisboa, foi preso em 26 de Agosto de 1931, acusado de ter participado na Revolta contra a Ditadura Militar ocorrida nesse dia.

Preso por praças do Exército na Avenida António Augusto de Aguiar e levado para o Batalhão de Caçadores 5, seguiu para a Cadeia Nacional / Penitenciária de Lisboa.

Deportado para Timor [Processo 326], uma semana depois, na noite de 2 de Setembro de 1931, foi levado da Penitenciária de Lisboa e embarcou, com mais 357 deportados (271 civis e 87 militares), no navio Pedro Gomes.

FOTOGRAFIAS DE MILITARES DEPORTADOS A AGUARDAR O EMBARQUE NO NAVIO PEDRO GOMES || TORRE DO TOMBO

[27/08/1931 || PT/TT/EPJS/SF/001-001/0020/1022F || Pormenor]

[27/08/1931 || PT/TT/EPJS/SF/001-001/0020/1023F || Pormenor]



[27/08/1931 || PT/TT/EPJS/SF/001-001/0020/1029F || Pormenor]

[27/08/1931 || PT/TT/EPJS/SF/001-001/0020/1026F || Pormenor] 

No Pedro Gomes seguiam os principais chefes militares da revolta de 26 de Agosto, tendo o barco navegado pelo Mar Mediterrâneo, atravessado o Canal do Suez e chegado a Dili em 16 de Outubro, sem fazer qualquer escala nas colónias portuguesas. 

Segundo ofício do Ministério do Interior, faleceu em Timor em 25 de Maio de 1932. 

No entanto, segundo documentação disponibilizada por J. Quintanilha Mantas, Alberto de Almeida faleceu com uma biliosa em 8 de Janeiro de 1932, quando seguia numa lancha do campo de concentração de Ataúro para o hospital de Dili. Segundo a mesma fonte, teria enlouquecido naquele campo de concentração onde, logo que o seu estado se manifestou, perdeu a fala - que nunca mais recuperou - passando a comunicar por mímica.


[Manuscrito de João da Silva, publicado em FNM por J. Quintanilha Mantas]

António Monteiro Cardoso, no livro Timor na 2.ª Guerra Mundial - O Diário do Tenente Pires [colaboração de Luísa Tiago de Oiveira, CEHCP, 2007], refere que a comissão organizadora do seu funeral foi composta por Carlos Santos Barata, Jaime Pereira Rodrigues Baptista [Capitão de Infantaria, 1883 - 1938], Manuel dos Santos Pimenta [ex-Alferes de Artilharia / escriturário] e Mário de Moura [1.º Sargento de Metralhadoras 1].

Nota: Muito obrigado a J. Quintanilha Mantas pelo envio de preciosas informações complementares sobre Alberto de Almeida.

Fonte:
ANTT, Cadastro Político 3342 [Alberto de Almeida / PT-TT-PIDE-E-001-CX05_m0367].


[João Esteves]
[actualizado em 22/09/2019]

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