[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sábado, 2 de maio de 2020

[2365.] JOAQUIM LEMOS DE OLIVEIRA - "O REPAS" [II] || ASSASSINADO PELA PIDE EM FEVEREIRO DE 1957

* JOAQUIM LEMOS DE OLIVEIRA - "O REPAS" *
[21/05/1908 - 14-15/02/1957]

[Joaquim Lemos de Oliveira || 30/01/1957 || ANTT || RGP/19520 || PT-TT-PIDE-E-010-98-19520]

O percurso político do barbeiro Joaquim Lemos de Oliveira começou muito cedo, tendo aderido às Juventudes Comunistas ainda durante a 1.ª República, em 1922, com 14 ou 15 anos. Com a Ditadura instituída em 28 de Maio de 1926 e a sua rápida fascização, tornou-se num dos primeiros presos políticos de Fafe. A continua militância no Partido Comunista levou-o a ser preso por cinco vezes entre 1936 e 1957, tendo aparecido morto numa das celas da Subdirectoria do Porto da PIDE aquando da última detenção, após vários dias de tortura da estátua e bárbaros espancamentos. 

[Portugal Democrático || N.º 11 || Maio de 1957 || ANTT || PT-TT-JPD-0001_m0096]

Joaquim Lemos de Oliveira faleceu, em 14 ou 15 de Fevereiro de 1957, numa das celas da Subdirectoria da PIDE no Porto. Quando no caixão, a mulher e os filhos puderam ver que «tinha ferimentos na cabeça e equimoses no corpo», tendo a PIDE procurado que o funeral fosse feito em Fafe tarde e às escondidas. Este, realizado no dia 19 de Fevereiro, constituiu «um momento importante de protesto e de revolta contra a PIDE e a GNR que vigiaram com mão de ferro as cerimónias» [Artur Ferreira Coimbra, Desafectos ao Estado Novo - Episódios da Resistência ao Fascismo em Fafe, 2003].

Advogados de Coimbra dirigiram-se ao Presidente do Conselho Geral da Ordem de Advogados a solicitar a sua intervenção no apuramento do sucedido.

[Portugal Democrático || N.º 11 || Maio de 1957 || ANTT || PT-TT-JPD-0001_m0096]

Por sua vez, dezenas de advogados de todo o país dirigiram, sem sucesso, uma exposição ao Ministro da Presidência, «exigindo um amplo e rigoroso inquérito das causas da morte do Repas e de um outro preso a seguir assassinado, Manuel Silva Júnior, de Viana do Castelo» [o nome correcto é Manuel Zola Pereira Fiúza].

[Portugal Democrático || N.º 11 || Maio de 1957 || ANTT || PT-TT-JPD-0001_m0096]

[João Esteves]

1 comentário:

Unknown disse...

Obrigada, pela memória do meu bisavô!