[05/09/1895-28/07/1975]
[extractos da biografia escrita por Lúcia Serralheiro para o Dicionário no Feminino (Livros Horizonte, 2005)]
Filha de Torquato Fernandes e de Maria Augusta Loureiro Dias, nasceu a 5 de Setembro de 1895 na freguesia da Sé, no Porto, e faleceu a 28 de Julho de 1975.
Tal como a mãe e irmãs, exerceu a profissão de professora do Ensino Primário, cujo exame na Escola Normal do Porto concluiu em 5 de Junho de 1914, com 20 valores.
Foi Directora da Escola da Freguesia da Sé no Porto.
Em 1917, casou com Amílcar Gonçalves de Morais e Castro, nascido a 22 de Maio de 1896, filho de Manuel Joaquim Gonçalves de Castro e de Adelaide das Dores de Morais e Castro. Maçon e franco-atirador, escriturário de 3.ª classe dos Caminhos-de-Ferro Portugueses, terminou o Curso de Direito depois de casado e passou a exercer a advocacia. Devido às suas ideias, esteve preso onze vezes na PIDE do Porto.
Sócia fundadora da Delegação do Porto da Associação Feminina Portuguesa para a Paz, foi, de 1949 a 1952, a sua última presidente.
Organizou, em articulação com a sede de Lisboa, entre outras actividades, as comemorações do XV Aniversário da AFPP no ano de 1950, que tiveram como ponto alto as conferências O Dilema da Paz e da Guerra e Pró Paz proferidas, respectivamente, por Maria Lamas e Teixeira de Pascoaes. As conferências tiveram lugar no Salão Nobre do Clube Fenianos Portuense, a primeira a 25 de Maio e a segunda a 1 de Junho.
Mãe de três filhos e de uma filha, a todos apoiou nas suas lutas políticas, tendo pedido às autoridades melhores condições de vida para os presos políticos e reclamado das injustiças praticadas.
O filho mais velho, Armando de Castro [18/7/1918-16/6/1999], conhecido professor e historiador de Economia, era casado com a sócia da AFPP Maria Virgínia Castro.
O segundo filho, Raul de Castro [nascido a 25/08/1921], advogado antifascista, casou com a sócia da AFPP Maria Carolina Campos e andou fugido à PIDE.
O terceiro filho, Amílcar, nasceu em 1927; e a filha mais nova, Irene, em 1933.
Irene de Castro apoiou os filhos nas lutas académicas e quando estavam presos na PIDE.
Acolheu na sua casa todos os que precisavam de ajuda durante os tempos das lutas antifascistas e da oposição ao Estado Novo.
Foi uma mulher política, mas não por influência do seu marido, de quem sempre ocultou a sua militância no Partido Comunista. Fez parte do Partido Comunista por vontade própria e nem os filhos souberam. Exigiu que o partido a contactasse através de uma mulher para que ninguém de casa desconfiasse.
Integrou todos os Movimentos Unitários até ao 25 de Abril de 1974. Esteve presente na sessão do Olímpia em 13 de Outubro de 1945, onde se organizou o MUD no Porto. Pertenceu ao MDM - Movimento Democrático de Mulheres - e nessa qualidade recebeu no Porto a russa Valentina Tereskova, a primeira mulher a ir ao espaço.
Em 11 de Outubro de 1992 foi homenageada por um grupo de personalidades, entre elas antigas sócias das AFPP, como Branca de Lemos. Nesse dia, domingo, foi organizada uma romagem com colocação de flores ao Cemitério Prado do Repouso, onde Virgínia Moura relembrou o perfil de mãe, de mulher e de professora lutadora por uma educação progressista pela Paz e pelos direitos das mulheres. À tarde realizou-se uma sessão pública no Salão Nobre do Clube Fenianos do Porto, com apresentação de um vídeo feito especialmente com testemunhos de pessoas que com ela conviveram, música poesia e pintura.
O filho Raul de Castro escreveu-lhe o seguinte epitáfio: à memória exemplar de quem sempre enfrentou a vida de forma a nem na morte deixar a imagem de vencida.
O filho mais velho, Armando, disse dela no vídeo feito por ocasião da homenagem prestada em 1992: morreu de pé como sempre viveu, coerente consigo própria e, tal como Romain Rolland dizia, “esteve sempre em marcha e só parou na morte”.
Como pedagoga, é referida pelo respeito que votava às crianças. Na sala de aula tinha uma caixa com lacinhos de organdi, que todas as suas alunas colocavam, enquanto estavam na escola, para que todas estivessem bonitas.
Tal como a mãe e irmãs, exerceu a profissão de professora do Ensino Primário, cujo exame na Escola Normal do Porto concluiu em 5 de Junho de 1914, com 20 valores.
Foi Directora da Escola da Freguesia da Sé no Porto.
Em 1917, casou com Amílcar Gonçalves de Morais e Castro, nascido a 22 de Maio de 1896, filho de Manuel Joaquim Gonçalves de Castro e de Adelaide das Dores de Morais e Castro. Maçon e franco-atirador, escriturário de 3.ª classe dos Caminhos-de-Ferro Portugueses, terminou o Curso de Direito depois de casado e passou a exercer a advocacia. Devido às suas ideias, esteve preso onze vezes na PIDE do Porto.
Sócia fundadora da Delegação do Porto da Associação Feminina Portuguesa para a Paz, foi, de 1949 a 1952, a sua última presidente.
Organizou, em articulação com a sede de Lisboa, entre outras actividades, as comemorações do XV Aniversário da AFPP no ano de 1950, que tiveram como ponto alto as conferências O Dilema da Paz e da Guerra e Pró Paz proferidas, respectivamente, por Maria Lamas e Teixeira de Pascoaes. As conferências tiveram lugar no Salão Nobre do Clube Fenianos Portuense, a primeira a 25 de Maio e a segunda a 1 de Junho.
Mãe de três filhos e de uma filha, a todos apoiou nas suas lutas políticas, tendo pedido às autoridades melhores condições de vida para os presos políticos e reclamado das injustiças praticadas.
O filho mais velho, Armando de Castro [18/7/1918-16/6/1999], conhecido professor e historiador de Economia, era casado com a sócia da AFPP Maria Virgínia Castro.
O segundo filho, Raul de Castro [nascido a 25/08/1921], advogado antifascista, casou com a sócia da AFPP Maria Carolina Campos e andou fugido à PIDE.
O terceiro filho, Amílcar, nasceu em 1927; e a filha mais nova, Irene, em 1933.
Irene de Castro apoiou os filhos nas lutas académicas e quando estavam presos na PIDE.
Acolheu na sua casa todos os que precisavam de ajuda durante os tempos das lutas antifascistas e da oposição ao Estado Novo.
Foi uma mulher política, mas não por influência do seu marido, de quem sempre ocultou a sua militância no Partido Comunista. Fez parte do Partido Comunista por vontade própria e nem os filhos souberam. Exigiu que o partido a contactasse através de uma mulher para que ninguém de casa desconfiasse.
Integrou todos os Movimentos Unitários até ao 25 de Abril de 1974. Esteve presente na sessão do Olímpia em 13 de Outubro de 1945, onde se organizou o MUD no Porto. Pertenceu ao MDM - Movimento Democrático de Mulheres - e nessa qualidade recebeu no Porto a russa Valentina Tereskova, a primeira mulher a ir ao espaço.
Em 11 de Outubro de 1992 foi homenageada por um grupo de personalidades, entre elas antigas sócias das AFPP, como Branca de Lemos. Nesse dia, domingo, foi organizada uma romagem com colocação de flores ao Cemitério Prado do Repouso, onde Virgínia Moura relembrou o perfil de mãe, de mulher e de professora lutadora por uma educação progressista pela Paz e pelos direitos das mulheres. À tarde realizou-se uma sessão pública no Salão Nobre do Clube Fenianos do Porto, com apresentação de um vídeo feito especialmente com testemunhos de pessoas que com ela conviveram, música poesia e pintura.
O filho Raul de Castro escreveu-lhe o seguinte epitáfio: à memória exemplar de quem sempre enfrentou a vida de forma a nem na morte deixar a imagem de vencida.
O filho mais velho, Armando, disse dela no vídeo feito por ocasião da homenagem prestada em 1992: morreu de pé como sempre viveu, coerente consigo própria e, tal como Romain Rolland dizia, “esteve sempre em marcha e só parou na morte”.
Como pedagoga, é referida pelo respeito que votava às crianças. Na sala de aula tinha uma caixa com lacinhos de organdi, que todas as suas alunas colocavam, enquanto estavam na escola, para que todas estivessem bonitas.
[Lúcia Serralheiro]
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