[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

domingo, 2 de novembro de 2014

[0827.] ANÍBAL CARNEIRO FRANCO [II]

* ANÍBAL CARNEIRO FRANCO *

[20/02/1903 - 08/10/1957]

Professor do Ensino Secundário particular.

Filho de António Maria Carneiro Franco [04/03/1860-03/12/1923] e de Lucinda Augusta Rodrigues [19/05/1866-13/03/1933], nasceu a 22 de Março de 1903 e terá falecido em 1956.


[Lucinda Augusta Rodrigues e António Maria Carneiro Franco]

Irmão de Ernesto Carneiro Franco [07/11/1886-1965], de Ivandro César Carneiro Franco [1889-1889], de Albano Carneiro Franco [n. 11/12/1892], de António Maria Carneiro Franco [22/10/1895-26/05/1946], de César Carneiro Franco [n. 14/04/1898-1980 (?)], de José Luís Carneiro Franco [14/09/1900-19/03/1969], de Virgínia Maria Carneiro Franco  [11/01/1905-29/07/1935] e de Amílcar Rodrigues Carneiro Franco [n. 12/03/1909], este último casado com Maria Amália Dias [Lourenço Marques, 16/12/1915 - Brasil, 26/03/2015].

Frequentou, na década de 1920, a Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, leccionou no Colégio Portugal e, na década seguinte, empenhou-se na oposição local à ditadura.  

Preso em Coimbra a 9 de Setembro de 1936, com 33 anos de idade, por suspeita comunista e acusado de propaganda subversiva, tentativa de organização da Frente Popular naquela cidade e de receber listas para angariar donativos a favor dos antifascistas espanhóis.

Foram arguidos do mesmo processo [TT, PIDE/DGS, SC, PC 1184/36]: Albano Pires Fernandes Nogueira (despronunciado); António Mano Fernandes, estudante membro da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas que faleceu, a 30 de Janeiro de 1938, por falta de assistência médica, tendo sido transferido já moribundo de Peniche para os Hospitais Universitários de Coimbra; António Ventura (alfaiate); Augusto Serra (trabalhador jornaleiro); Fernando Lopes Graça; Jaime Augusto; Manuel Augusto de Oliveira (trabalhador jornaleiro); João José Lopes Farinha (despronunciado e que, posteriormente, se retratou da sua actuação política, declarando-se fiel à orientação política do Estado Novo); José Gomes dos Santos (empregado comercial); Manuel Nunes (trabalhador jornaleiro); Mário Freitas Morais (despronunciado); Raul Mariz Seabra.  

[Pormenor de um postal enviado à sobrinha no Natal de 1936]

Transferido para Caxias a 25 de Outubro de 1936.

[in Alberto Vilaça, Para a história remota do PCP em Coimbra 1921-1946, Edições Avante!, 1997]

Em 14 de Abril de 1937, foi condenado em tribunal a 22 meses de prisão correcional, restando cumprir 439 dias.

Transferido para o Forte de Peniche em 26 de Abril de 1937, sendo libertado na última semana de Junho de 1938.

[Aníbal Carneiro Franco e Maria Rodrigues]

Casou, posteriormente, em 17 de Abril de 1948, com Maria Rodrigues [Franco], viúva do irmão António Maria Carneiro Franco. Nascida a 29 de Maio de 1909, em S. Pedro do Sul, emigrou para o Brasil em 1958 depois de ter novamente enviuvado. 

O irmão, Ernesto Carneiro Franco, foi também várias vezes detido na sequência da Ditadura Militar e do Estado Novo, tendo sido deportado, em 1929, para a Fortaleza de Angra do Heroísmo e preso, já sexagenário, no Aljube e em Caxias (1947-1948). Conspirou, na década de 30, com o Grupo dos Budas, sediado em Espanha, e integrou a oposição republicana sediada no Brasil, país onde se exilou entre 1949 e 1965.

Adenda: agradecemos a Cristina Valente as preciosas informações sobre as datas de nascimento, casamento e falecimento. 

[João Esteves]

1 comentário:

Cristina Valente disse...

Bom dia,

Muito obrigada pelo seu trabalho.
Procurava este avó paterno à muitos anos e foi através do seu blogue que consegui encontrar elementos. Assim, gostava de ajudar actualizando dados pelos documentos encontrados.
Data de Nascimento de Anibal 20 Fevereiro de 1903 freg. Castelo Rodrigo, Casamento com Maria Rodrigues (Franco) em 17 Abril de 1948 na 1ª CRC Lisboa e Obito a 8 de Outubro de 1957 na Freg de Santa Engracia em Lisboa (dados tirados da certidão de nascimento e continha os averbamentos de casamento e obito).

Obrigada mais uma vez.

Cumprimentos,

Cristina Valente