[Cipriano Dourado]

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[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

terça-feira, 27 de outubro de 2020

[2417.] BERNARDO CASALEIRO PRATAS [I] || 23 ANOS PRESO, 17 DOS QUAIS NO TARRAFAL

 * BERNARDO CASALEIRO PRATAS *

[20/02/1899 - 12/08/1989]

  PRATICAMENTE 23 ANOS DE PRISÃO, 17 DELES NO TARRAFAL


Serralheiro dos Serviços Municipalizados de Coimbra, Bernardo Casaleiro Pratas foi preso por estar envolvido na Greve Geral Revolucionária de 18 de Janeiro de 1934 e, por isso, encarcerado durante praticamente 22 anos, entre 20 de Janeiro de 1934 e 17 de novembro de 1956, quando saiu em liberdade condicional.

Deportado, primeiro, para Angra do Heroísmo, para onde embarcou em 8 de Setembro de 1934, seguiu para o Campo de concentração do Tarrafal dois anos depois, integrando a primeira leva de presos políticos que o inaugurou em 29 de Outubro de 1936.

Permaneceu no Tarrafal 17 anos, regressando ao Continente em Dezembro de 1953 e enviado para Peniche em 31 de Dezembro.

Devido ao seu estado de saúde, foi enviado, em 16 de Janeiro de 1956, para o Sanatório Sousa Martins, na Guarda, ai permanecendo sob prisão. A liberdade condicional só chegou em 17 de Novembro do mesmo ano.


Publica-se a carta, datada do ano de 1976, que Bernardo Casaleiro Pratas, então com 77 anos, dirigiu ao Ministro dos Assuntos Sociais, expondo a situação durante o tempo de prisão, esperando que o regime saído do 25 de Abril soubesse atenuar a situação em que vivia.

Por despacho do Ministro da Administração Interna, Coronel Costa Braz, ao abrigo do decreto 173/74, de 26 de Abril de 1974, Bernardo Casaleiro Pratas foi reintegrado na categoria de serralheiro principal dos Serviços Municipalizados de Coimbra, na situação de aposentado.

Faleceu em 12 de Agosto de 1989, aos 90 anos de idade.

Agradece-se á bisneta de Bernardo Casaleiro Pratas, bem como à restante família, a pronta disponibilização deste importante documento que muito contribui para a percepção do que foi a vida daqueles que ousaram lutar e combater o fascismo, ficando privados de qualquer liberdade durante tantos anos.

[João Esteves]

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