[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

[2452.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [LXIX] || 1926 - 1933

 * PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || LXIX *

0573. Artur Elísio de Melo e Castro [1927]

[Professor. Encontrava-se, em 11/07/1927, preso no Aljube [do Porto] à ordem da Polícia de Informações do Ministério do Interior, devendo seguir para a Penitenciária de Lisboa.]

0574. Eduardo Soares Moura [1927] 

[Professor. Encontrava-se, em Julho de 1927, preso no Aljube [do Porto, à ordem da Polícia de Informações do Ministério do Interior.]

0575. Abílio Pereira Ribeiro [1927]

[Empregado do "Café Chaves" - Chaves. Encontrava-se, em Julho de 1927, preso no Aljube [do Porto]à ordem da Polícia de Informações do Ministério do Interior.]

0576. Maria de Jesus Moreira [1927]

[Natural da freguesia de Manhucelos. Presa em 10 ou 11/07/1927, à ordem da Polícia de Informações do Ministério do Interior (Porto), e libertada depois de prestar declarações.]

0577. Rómulo de Oliveira [1927]

[Em Julho de 1927, foi detido à ordem da Polícia de Informações do Ministério do Interior (Porto) e saiu em liberdade depois de «largamente interrogado». Pode tratar-se do antigo Inspector da Polícia, preso no Porto durante o Sidonismo.]

0578. António Afonso Pais Gomes [1927]

[Alverca - Pinhel (Guarda), 04/12/1876. Capitão de Infantaria. Preso na Penitenciária de Lisboa por envolvimento na Revolta de 3 de Fevereiro de 1927, foi libertado em 11-12/07/1927 (ANTTPT-TT-MI-DGAPC-2-701-622).]

0579. Augusto da Conceição Fontes [1927, 1928]

[Capitão de Infantaria. Preso na Penitenciária de Lisboa por envolvimento na Revolta de 3 de Fevereiro de 1927, foi libertado em 11-12/07/1927 (ANTT, PT-TT-MI-DGAPC-2-701-622). Continuou a conspirar, estando, em Novembro de 1928, com residência fixada em Póvoa do Varzim ou Santo Tirso. Em Maio de 1929, continuava com residência fixada na área da 1.ª Região Militar (Cadastro Político 296).]

0580. Alfredo Ernesto de Sá Cardoso [1926, 1927, 1930, 1934]

[Alfredo Ernesto de Sá Cardoso || 28/08/1926 || ANTT || PT/TT/EPJS/SF/001-001/0003/1088A]

[Lisboa, 06/06/1864, general. Filiação: Adelaide Leopoldina Moreira de Sá Cardoso e Carlos Ernesto Freire de Aguiar Cardoso (oficial do exército). Frequentou o Colégio Militar, a Escola do Exército, onde concluiu o curso de Artilharia, e seguiu a carreira militar: praça (1880); alferes (1886); tenente (1888); capitão (1900); major (19119; tenente-coronel (1915); coronel (1917); general (1924). Integrou o Corpo Expedicionário Português e partiu para França em Março de 1917, assumido o comando da 1.ª Divisão. Maçon desde 1893 e republicano, esteve envolvido nos preparativos militares do movimento revolucionário de 28/01/1908 e da Revolução de 05/10/1910, ainda que tenha abandonado a Rotunda quando a República não tinha triunfado. Estava, então, no Regimento de Artilharia N.º 1. Filiado no Partido Republicano Português, fez parte do grupo que, em Abril de 1920, formou o Partido Republicano de Reconstituição Nacional, integrando o seu Directório até Fevereiro de 1923, mês em aderiu Partido Republicano Nacionalista. Ainda neste ano, transitou para o Grupo Parlamentar de Acção Republicana, de que foi presidente, aí se mantendo até Agosto de 1925, quando passou à condição de independente. Exerceu diversos cargos políticos e funções militares durante a 1.ª República: combateu as incursões monárquicas de Paiva Couceiro; integrou a Junta Revolucionária da Revolução de 14/05/1915; opôs-se ao Sidonismo, tendo sido preso por duas vezes, uma delas no Forte  de Nossa Senhora da Graça, em Elvas; participou, no início de 1919, no embate contra a Monarquia do Norte; e, em 1925, presidiu ao Comité de Defesa da República. Eleito deputado por Viana do Castelo (1913, 1915, 1919, 1922), presidiu, por três vezes, à Câmara dos Deputados (02/12/1916-12/03/1917, 23/01/1920- 02/12/1920, 02/12/1922-02/12/1923, presidiu ao governo por duas vezes (29/06/1919-15/01/1920 e 16 a 21/01/1920) e foi Ministro dos Negócios Estrangeiros (1919) e do Interior (1919-1920, 1923-1924). Em 26/06/1926, menos de um mês decorrido sobre o golpe militar de 28 de Maio, o general Sá Cardoso seria preso, acusado de conspirar. Começou por ser chamado ao Palácio de Belém e foi-lhe ordenado que, na manhã do dia seguinte, se apresentasse no Ministério da Guerra, onde recebeu ordem de prisão do general Gomes da Costa e mandado apresentar-se na fragata D. Fernando. Dirigiu-se, então, para o Arsenal da Marinha e levado para bordo daquela fragata, acompanhado pelo almirante Mariano da Silva, havendo fotografias desse momento.

[Prisão dos srs. general Sá Cardoso e dr. José Eugénio Dias Ferreira || 26/06/1926 || ANTT || PT/TT/EPJS/SF/001-001/0003/0934A]
[O general Sá Cardoso dirigindo-se para bordo da fragata D. Fernando, sob prisão || 26/06/1926 || ANTT || PT-TT-EPJS-SF-001-001-0003-0935A]

Para além do general Sá Cardoso, ficaram ainda detidos naquele vaso de guerra Álvaro de Castro, o tenente-coronel Álvaro Pope, o tenente-coronel Hélder Armando dos Santos Ribeiro e o advogado Manuel Gregório Pestana Júnior, sendo todos libertados na tarde de 03/07/1926. Preso em Janeiro de 1927 e deportado para S. Tomé, embarcando, com outros presos, no Niassa. 

[O Rebate || 02/02/1927]

Transferido, depois, para os Açores, tendo desembarcado em Santa Cruz da Graciosa em 29/06/1927 (ANTTPT-TT-MI-DGAPC-2-701-622). Terá, também, estado na Ilha do Faial, regressando a Lisboa em Dezembro de 1929. Novamente preso em 1930 e deportado para os Açores, ficando com residência fixada na Horta, por estar envolvido na sublevação que estava para eclodir em 21/06/1930. Abrangido pela amnistia de 05/12/1932, regressou ao Continente. Preso em 1934 e enviado para o presídio militar de Santarém. Faleceu em Lisboa, em 24/04/1950.]

[João Esteves]

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