* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || LXIX *
0573. Artur Elísio de Melo e Castro [1927]
[Professor. Encontrava-se, em 11/07/1927, preso no Aljube [do Porto] à ordem da Polícia de Informações do Ministério do Interior, devendo seguir para a Penitenciária de Lisboa.]
0574. Eduardo Soares Moura [1927]
[Professor. Encontrava-se, em Julho de 1927, preso no Aljube [do Porto, à ordem da Polícia de Informações do Ministério do Interior.]
0575. Abílio Pereira Ribeiro [1927]
[Empregado do "Café Chaves" - Chaves. Encontrava-se, em Julho de 1927, preso no Aljube [do Porto], à ordem da Polícia de Informações do Ministério do Interior.]
0576. Maria de Jesus Moreira [1927]
[Natural da freguesia de Manhucelos. Presa em 10 ou 11/07/1927, à ordem da Polícia de Informações do Ministério do Interior (Porto), e libertada depois de prestar declarações.]
0577. Rómulo de Oliveira [1927]
[Em Julho de 1927, foi detido à ordem da Polícia de Informações do Ministério do Interior (Porto) e saiu em liberdade depois de «largamente interrogado». Pode tratar-se do antigo Inspector da Polícia, preso no Porto durante o Sidonismo.]
0578. António Afonso Pais Gomes [1927]
[Alverca - Pinhel (Guarda), 04/12/1876. Capitão de Infantaria. Preso na Penitenciária de Lisboa por envolvimento na Revolta de 3 de Fevereiro de 1927, foi libertado em 11-12/07/1927 (ANTT, PT-TT-MI-DGAPC-2-701-622).]
0579. Augusto da Conceição Fontes [1927, 1928]
[Capitão de Infantaria. Preso na Penitenciária de Lisboa por envolvimento na Revolta de 3 de Fevereiro de 1927, foi libertado em 11-12/07/1927 (ANTT, PT-TT-MI-DGAPC-2-701-622). Continuou a conspirar, estando, em Novembro de 1928, com residência fixada em Póvoa do Varzim ou Santo Tirso. Em Maio de 1929, continuava com residência fixada na área da 1.ª Região Militar (Cadastro Político 296).]
0580. Alfredo Ernesto de Sá Cardoso [1926, 1927, 1930, 1934]
[Alfredo Ernesto de Sá Cardoso || 28/08/1926 || ANTT || PT/TT/EPJS/SF/001-001/0003/1088A]
[Lisboa, 06/06/1864, general. Filiação: Adelaide Leopoldina Moreira de Sá Cardoso e Carlos Ernesto Freire de Aguiar Cardoso (oficial do exército). Frequentou o Colégio Militar, a Escola do Exército, onde concluiu o curso de Artilharia, e seguiu a carreira militar: praça (1880); alferes (1886); tenente (1888); capitão (1900); major (19119; tenente-coronel (1915); coronel (1917); general (1924). Integrou o Corpo Expedicionário Português e partiu para França em Março de 1917, assumido o comando da 1.ª Divisão. Maçon desde 1893 e republicano, esteve envolvido nos preparativos militares do movimento revolucionário de 28/01/1908 e da Revolução de 05/10/1910, ainda que tenha abandonado a Rotunda quando a República não tinha triunfado. Estava, então, no Regimento de Artilharia N.º 1. Filiado no Partido Republicano Português, fez parte do grupo que, em Abril de 1920, formou o Partido Republicano de Reconstituição Nacional, integrando o seu Directório até Fevereiro de 1923, mês em aderiu Partido Republicano Nacionalista. Ainda neste ano, transitou para o Grupo Parlamentar de Acção Republicana, de que foi presidente, aí se mantendo até Agosto de 1925, quando passou à condição de independente. Exerceu diversos cargos políticos e funções militares durante a 1.ª República: combateu as incursões monárquicas de Paiva Couceiro; integrou a Junta Revolucionária da Revolução de 14/05/1915; opôs-se ao Sidonismo, tendo sido preso por duas vezes, uma delas no Forte de Nossa Senhora da Graça, em Elvas; participou, no início de 1919, no embate contra a Monarquia do Norte; e, em 1925, presidiu ao Comité de Defesa da República. Eleito deputado por Viana do Castelo (1913, 1915, 1919, 1922), presidiu, por três vezes, à Câmara dos Deputados (02/12/1916-12/03/1917, 23/01/1920- 02/12/1920, 02/12/1922-02/12/1923, presidiu ao governo por duas vezes (29/06/1919-15/01/1920 e 16 a 21/01/1920) e foi Ministro dos Negócios Estrangeiros (1919) e do Interior (1919-1920, 1923-1924). Em 26/06/1926, menos de um mês decorrido sobre o golpe militar de 28 de Maio, o general Sá Cardoso seria preso, acusado de conspirar. Começou por ser chamado ao Palácio de Belém e foi-lhe ordenado que, na manhã do dia seguinte, se apresentasse no Ministério da Guerra, onde recebeu ordem de prisão do general Gomes da Costa e mandado apresentar-se na fragata D. Fernando. Dirigiu-se, então, para o Arsenal da Marinha e levado para bordo daquela fragata, acompanhado pelo almirante Mariano da Silva, havendo fotografias desse momento.
Para além do general Sá Cardoso, ficaram ainda detidos naquele vaso de guerra Álvaro de Castro, o tenente-coronel Álvaro Pope, o tenente-coronel Hélder Armando dos Santos Ribeiro e o advogado Manuel Gregório Pestana Júnior, sendo todos libertados na tarde de 03/07/1926. Preso em Janeiro de 1927 e deportado para S. Tomé, embarcando, com outros presos, no Niassa.
Transferido, depois, para os Açores, tendo desembarcado em Santa Cruz da Graciosa em 29/06/1927 (ANTT, PT-TT-MI-DGAPC-2-701-622). Terá, também, estado na Ilha do Faial, regressando a Lisboa em Dezembro de 1929. Novamente preso em 1930 e deportado para os Açores, ficando com residência fixada na Horta, por estar envolvido na sublevação que estava para eclodir em 21/06/1930. Abrangido pela amnistia de 05/12/1932, regressou ao Continente. Preso em 1934 e enviado para o presídio militar de Santarém. Faleceu em Lisboa, em 24/04/1950.]
[João Esteves]
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