Silêncios e Memórias: [3395.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLXXX

sábado, 13 de abril de 2024

[3395.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLXXX

* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLXXX *

01677. Júlio Gomes dos Santos (Júnior) [1927, 1931, 1933]

[Porto, c. 1890. Juiz. Filiação: Felismina S. Neves Santos, Júlio Gomes dos Santos. Casado. Residência: Porto. Preso em 21/09/1927, «por conspirar ativamente contra a situação», sendo considerado «cabecilha democrático, propagandista e braço direito de José Domingos dos Santos». Libertado em 29/10/1927. Preso em 14/04/1931, «sob a acusação de estar implicado no movimento revolucionário em preparação, ser um dos elementos conspiradores mais irrequietos do Norte do País, sendo pela sua categoria social um dos mais preciosos agentes de ligação entre a Liga de Paris e os Chefes revolucionários em Portugal». Libertado em 13/06/1931. Libertado pela SPS do Porto em 05/11/1933.]

01678. Cesário Augusto Rebelo Bonito [1928, 1930, 1931, 1933]

[Vila Real, c. 1887. Escrivão de Direito. Filiação: Josefa Cândido Bonito, Miguel Augusto Rebelo Bonito. Casado. Residência: Rua Dr. Alves da Veiga, 215 - Porto. Preso pela Delegação do Porto em 01/12/1928, «para averiguações», e libertado em 28/12/1928. Vigiado por diferentes informadores, voltou a ser preso no Porto em 17/07/1930, «por estar implicado no movimento revolucionário em preparação», e enviado para Lisboa no dia seguinte. Libertado em 28/08/1930, foi-lhe fixada residência obrigatória em Setúbal. Autorizado a regressar ao Porto em 27/12/1930. Preso no Porto em 11/05/1931, «por estar envolvido em manejos revolucionários» - foi-lhe fixada residência obrigatória em Celorico de Bastos. Ter-se-á deslocado a Vigo em 12/06/1932, para conferenciar com José Domingos dos Santos. Libertado pela SPS do Porto em 05/11/1933.]

01679. Oliveira de Jesus Pires [1933]

[Levado de Bragança para a SPS do Porto em 07/11/1933. Transferido, em 16/11/1933, da SPS para o Aljube local.]

[alterado em 20/04/2024]

01680. Joaquim Mendes Bastos e Silva [1933]

[Lisboa, c. 1893. Empregado de escritório. Filiação: Guilhermina de Cerca Bastos e Silva, António da Conceição Bastos e Silva. Casado. Residência: Cabeço do Moinho de Vento - Tramagal, Abrantes. Preso no Tramagal em 13/04/1933, por militar no Partido Comunista e integrar a célula local. Transferido, em 08/11/1933, do aljube para a Torre de S. Julião da Barra. Julgado pelo TME em 07/03/1934, foi considerado que estava abrangido pela amnistia de 05/12/1932 e libertado nesse dia.]

01681. Sebastião de Jesus Palma [1928, 1933, 1936, 1942]

[Sebastião de Jesus Palma || F. 28/08/1928 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Loulé, 20/06/1879. Comerciante / agente comercial. Filiação: Maria do Carmo Palma, Hermenegildo Gomes Palma. Casado / Viúvo. Residência: Rua Pedro Vítor - Beja. Antigo Comissário de Polícia de Beja. Preso nesta cidade e enviado, em 27/08/1928, para Lisboa, «por fazer parte do comité revolucionário» envolvido na revolta de 20 de julho. Foi-lhe tirada uma fotografia, com a data de 28 de agosto, e seria libertado em 29/09/1928. Preso e entregue, em 10/11/1933, pelo Comando da PSP de Beja à PVDE, «por desenvolver grande atividade conspiratória», sendo «um dos elementos mais importantes da fação adversária da atual Situação Política na cidade de Beja». Recolheu, incomunicável, à 23.ª esquadra. Libertado em 09/12/1933. Preso pela PVDE em 31/10/1936, «por estar envolvido em ligações revolucionárias», mantendo, nomeadamente, ligações com o antigo sargento ajudante Sebastião da Encarnação Júnior, foi levado, incomunicável, para uma esquadra. Transferido, em 17/11/1936, para o Aljube, seria libertado em 24/05/1937, por ter sido despronunciado pelo Tribunal Militar Especial. Preso em 05/03/1942, «para averiguações», recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Integrava, então, a rede de espionagem anglo-portuguesa do “SOE” (Special Operations Executive, Seção H), mais conhecida por “Rede Shell”, tal como Sebastião da Encarnação Júnior. Passou, em 05/05/1942, para o Forte de Caxias e, em 05/08/1942, foi transferido para o Campo de Concentração do Tarrafal, sem qualquer julgamento ou acusação, de onde regressou em 27/01/1944. Conduzido para o Hospital Júlio de Matos, entrou, no dia 2 de fevereiro, no Forte de Caxias e, em 23 de maio, passou para a Fortaleza Militar de Peniche, de onde saiu em liberdade condicional no dia 29/05/1944. Referenciado como comunista por Antónia Gato Pinto na sua tese “Tarrafal: resistir como promessa - O poder de transformar uma experiência de opressão numa história de grandeza”.]