[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

quarta-feira, 15 de abril de 2020

[2354.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS - DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [XXXI] || 1926 - 1933

* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || XXXI *

00296. Álvaro Augusto Sales [1929]

[Lisboa, 1900, empregado de escritório. Preso em 25/09/1929, libertado em 14/10/1929 (Processo 4436)].

00297. Álvaro Coelho Fernandes [1931]

[Amadora, 1911, luveiro - Amadora. Preso pela PSP em 15/10/1931 e entregue na Secção de e Justiça e Informações. Libertado em 13/11/1931 (Processo 124)].

00298. Álvaro Costa [1927, 1929]

[Seia, c. 1891. Advogado. Filiação: Isabel Maria Belém Costa, Artur Augusto da Costa. Casado. Residência: Rua Rodrigo da Fonseca, 24 - Lisboa. Preso pela Polícia de Informações do Ministério do Interior em 27/05/1927. Libertado ao fim do dia após ter sido interrogado. Vigiado em 1928 e 1929. Preso em 02/04/1929, «por estar em ligação com o comité revolucionário», e libertado em 17/05/1929.]
[alterado em 26/06/2024]

00299. Álvaro da Costa Ramos [1927, 1927, 1929, 1934]

[Álvaro da Costa Ramos || F. 15/09/1927 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[Lisboa, 1895 ou 1896. Marítimo. Filiação: Carlota Enes da Costa Ramos, Adriano Augusto da Conceição Ramos. Casado. Residência: Rua de Infantaria 4, 62 - Lisboa. Viveu com a família na ilha do Faial, onde o pai era o diretor da Alfândega. Com o seu falecimento, mãe e filhos regressaram a Lisboa, indo viver para Campo de Ourique. Integrou, segundo o filho Moisés Silva Ramos, os Batalhões da República formados em 1919 para combater os monárquicos em Monsanto. Despenseiro, pertenceu, ainda antes do 28 de Maio de 1926, ao Sindicato do Pessoal de Câmaras da Marinha Mercante. Aquando da revolta de 7 de Fevereiro de 1927, terá participado na tentativa de assalto ao Quartel de Sapadores de Caminhos-de-Ferro, em Campo de Ourique. Preso em 27/05/1927, «por ser anarquista» e «bombista»; libertado em 09/06/1927. Preso em 30/08/1927, «por ser detentor de 3 exemplares dum jornal editado na América, denominado "A Luta"».  Levado para os calabouços do Governo Civil, integraria o grupo de presos que foram, em 18 de Setembro de 1927, deportados para AngolaPermaneceu algum tempo em Sá da Bandeira e, por  motivos de saúde, foi-lhe fixada residência na Madeira, juntamente com Arnaldo Simões Januário, de onde fugiu com a ajuda de militantes anarquistas que trabalhavam a bordo dos barcos que aportavam na ilha. A viver clandestinamente em Lisboa, na zona das Janelas Verdes, voltaria a ser preso em 6 de Dezembro de 1929, próximo do Teatro Nacional, «por se ter evadido da Madeira, onde se encontrava deportado, e por ter em seu poder documentos que o comprometiam». Levado para o Aljube, seria libertado em 29/04/1930. Pertencendo ao Sindicato do Pessoal de Câmaras dos Navios de Longo Curso, esteve envolvido na Greve Geral Revolucionária de 18 de Janeiro de 1934. Responsável pela compra da tipografia e sua instalação na Ramada, por incumbência de Mário Castelhano, coube-lhe a impressão da respectiva propaganda, em colaboração com José Severino de Melo BandeiraFracassada aquela, transferiu a tipografia da Ramada para a Rua Fidié, onde procedeu à impressão e composição do primeiro número clandestino do jornal "A Batalha", em Abril de 1934, com uma tiragem de milhares de exemplares. Referenciado pela SPS da PPVDE em Fevereiro de 1934, acusado de estar envolvido no 18 de Janeiro através de ligações a Custódio da CostaManuel Augusto da Costa [faleceu no Tarrafal em 3 de Junho de 1945], Manuel Henriques Rijo e Mário Castelhano, da Confederação Geral do Trabalho, e procurado pela polícia por ser «um dos mais antigos agitadores revolucionários», estando «preso várias vezes e deportado para as Colónias», seria preso em 27/07/1934. Estava, também, indiciado por ter assistido a reuniões de anarquistas em Almada. Levado para o Aljube em 23/08/1934 e julgado pelo Tribunal Militar Especial em 23/03/1935, foi acusado de atividade revolucionária e propaganda subversiva, sendo condenado a 360 dias de prisão correcional e perda de direitos políticos por cinco anos. Libertado em 23/07/1935, por ter terminado a pena imposta pelo TME. Expulso da Marinha Mercante, montou uma pequena oficina, enquanto a mulher abriu um pequeno ateliê de costura. Integrava, em 1946, o Grupo Anarquista "Os Iconoclastas", de Lisboa. Faleceu em 1948. Pai do militante libertário Moisés Silva Ramos, falecido em 21/10/2000, entrevistado por António Candeias em Abril de 1989, aquando do estudo Educar de Outra Forma - A Escola Oficina N.º 1 de Lisboa, 1905 - 1930 [Volume II - Anexos, Porto, 1992]. Moisés Silva Ramos expôs, então, relevantes informações sobre o pai.]
[alterado em 26/05/2024]
 
[Álvaro da Costa Ramos || 1934 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-4-NT-8904 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[João Esteves]

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