[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sexta-feira, 10 de maio de 2024

[3410.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCV

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCXCV *

01752. Emídio Santana [1933, 1937]

[Emídio Santana]

[Lisboa, 04/07/1906. Carpinteiro de moldes / Desenhador. Filiação: Beatriz Alice da Conceição Carvalho de Santana, Salvador Santana. Casado. Residência: Rua do Vale de Santo António, 144 - Lisboa. Esteve sempre associado ao anarcossindicalismo e ao anarquismo, sendo um dos seus nomes mais relevantes, atravessando quase todo o século XX. Frequentou a Escola Oficina n.º 1, no Largo da Graça e cedo começou a trabalhar. Militou no núcleo de Lisboa das Juventudes Sindicalistas, onde foi Secretário da Propaganda e, em 1925 e 1926, Secretário Geral. Pertenceu ao Sindicato Nacional dos Metalúrgicos, integrado na Confederação Geral do Trabalho (CGT). Preso em 1933, foi deportado para Angra do Heroísmo em 19/11/1933; libertado em 24/08/1933. Voltou a ser preso por preparar e participar, em 04/07/1937, no atentado bombista a Salazar quando este ia assistir à missa na capela particular de Josué Trocado, situada na Avenida Barbosa du Bocage. Embora tenham sido presos, acusados e torturados muitos resistentes, a maioria inocente, conseguiu refugiar-se em Inglaterra, onde foi identificado em Southampton, preso e entregue às autoridades portuguesas. Deu entrada no Aljube em 19/10/1937 e percorreu, depois, as Penitenciárias de Lisboa e de Coimbra. Julgado pelo TME em 15/01/1939, seria condenado a 8 anos de prisão maior celular, seguida de degredo por 12 anos ou, em alternativa, a 25 anos de degredo em possessão de 1.ª classe. Libertado em 23/05/1953, envolveu-se em diversas associações e participou em comícios e sessões durante as eleições de 1969. Depois de 1974, tornou-se diretor do jornal "A Batalha" até 1988. Publicou, em 1985, Memórias de um militante anarco-sindicalista e faleceu em 16/10/1988, em Lisboa.]

01753. Afonso Martins da Silva [1933]

[Lisboa, c. 1910. Empregado de comércio. Filiação: Sinira da Silva, Joaquim da Silva. Residência: Rua das Atafounas, 57 - Lisboa. Militante comunista, também conhecido por "Cintra", seria o controleiro da Célula 12-A da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas. Preso aos 23 anos, integrou, em 19/11/1933, a leva de 143 presos políticos que embarcou no vapor Quanza, fundeado a cerca de 500 metros da praia sul de Peniche, com destino à Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo, onde chegou a 22. Regressou dos Açores em 09/11/1934 e foi libertado no dia seguinte.]

[João Esteves]

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