- ALZIRA AUGUSTA DE LOURDES PINTO VIEIRA -
[08/06/1879-01/01/1970]
Professora primária oficial e escritora.
Filha de Maria Augusta da Encarnação Vieira e de Tiago Pinto Vieira, professor primário em Viseu, nasceu em Vilar de Besteiros, Tondela, a 8 de Junho de 1879, e faleceu em Boaldeia, Viseu, a 1 de Janeiro de 1970.
Exerceu a docência na sua terra natal e aderiu, nas primeiras décadas do século XX, às organizações feministas.
Republicana assumida, colaborou com iniciativas da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas; foi activista da Associação de Propaganda Feminista, assinando no jornal A Semeadora artigos de opinião, escritos biográficos de figuras históricas femininas e, em forma de folhetim, o texto “O Poeta e o Soldado”; e aderiu à Cruzada das Mulheres Portuguesas, exercendo o cargo de Vice-Presidente da Subcomissão de Tondela.
Durante a I Guerra, recolheu uma órfã de 16 anos e foi a autora do folheto patriótico A missão da mulher na hora presente editado, em 1917, em Viseu.
Posteriormente, militou no Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas e engrossou, enquanto mulher e educadora, a campanha promovida contra o espectáculo das touradas, por contribuir para a degradação dos povos e ser impróprio dos países civilizados.
Em Agosto de 1925, secretariou a 3.ª Sessão do Congresso Pedagógico de Braga, organizado pela União do Professorado Primário Oficial de Ensino Geral e Infantil.
Colaborou em vários periódicos e usou, por vezes, o pseudónimo Zila.
Nos anos 30, foi delegada da revista Portugal Feminino na localidade onde residia, a qual publicou a sua fotografia a acompanhar poesias e um texto sobre Viseu.
O ex-libris, da autoria de Clotilde Mateus, constava de uma concha – uma ‘vieira’ – onde estava inscrita a palavra Alzira. Seguravam-na duas crianças, uma de cada lado, e por baixo “Deixai vir a mim as criancinhas”.
Sobre o percurso enquanto professora no distrito de Viseu durante cerca de quatro décadas, consultar a entrada escrita por Alice C. Silva Batista para o Dicionário de Educadores Portugueses dirigido por António Nóvoa (2003).
[João Esteves]
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