* MARIA DO PILAR BAPTISTA RIBEIRO *
[05/10/1911 - 28/03/2011]
[05/10/1911 - 28/03/2011]
Professora e matemática.
Filha de Joaquim Rodrigues Carreira e de Luísa Loureiro Peres, nasceu em Lisboa a 5 de Outubro de 1911 e faleceu, em Cascais, a 28 de Março de 2011, com 99 anos de idade.
Frequentou o Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho e, em 1933, licenciou-se em matemática na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde conheceu Hugo Baptista Ribeiro [16/05/1910-1988], com quem casaria no ano seguinte, estudante da mesma instituição que se evidenciou pelas atitudes antifascistas, intervenção associativa, activista do Socorro Vermelho Internacional e militância comunista, só tendo por isso concluído o curso em 1939.
No Verão de 1934, juntamente com o marido e Francisco Lyon de Castro [24/10/1914-11/04/2004], “participam num congresso das Juventudes Comunistas de Espanha e, no âmbito desse congresso, organizam exposições de solidariedade com os presos portugueses” [JPP, Vol. 1, p. 200].
Terá pertencido à Associação Feminina Portuguesa para a Paz e participou, com muitos outros jovens intelectuais, nomeadamente Maria Lucília Estanco Louro*, Maria Virgínia Redol, Maria Olívia, Lídia Monteiro [n. 31/10/1910], Stella Fiadeiro* (depois, Stella Biker Correia Ribeiro Piteira Santos), Maria Helena Correia Guedes, nos passeios de barco pelo rio Tejo, de características culturais e políticas, realizados nos anos de transição da década de 30 para a de 40.
A par da intensa actividade política oposicionista, destacou-se também na vida profissional.
Estagiou no Liceu Pedro Nunes e leccionou Matemática no Liceu Camões, enquanto frequentava o Seminário de Análise Geral, organizado por António Aniceto Monteiro [31/05/1907-29/10/1980].
Sócia n.º 1 da Sociedade Portuguesa de Matemática, de que foi uma das fundadoras a 12 de Dezembro de 1940, juntamente com Bento de Jesus Caraça, integrou, enquanto 1.ª Secretária, a sua primeira Direcção [1941/1942]. Foi também uma das fundadoras da Gazeta de Matemática, em 1939, onde colaborou com textos sobre o “Ensino da Matemática na Suíça”.
Entre 1942 e 1946, permaneceu com o marido em Zurique, por este estar a fazer o doutoramento na Escola Politécnica Federal de Zurique, e aproveitou para frequentar vários cursos de especialização em Matemática nesta mesma instituição.
Regressou a Portugal em 1946. Voltou a ser 1.ª Secretária da Direcção da SPM no biénio 1946/1947, quando esta tinha por Secretário-Geral Hugo Ribeiro, mas em 1947 acompanhou o marido no exílio forçado devido às perseguições salazaristas a vários cientistas, investigadores, matemáticos e docentes universitários.
Tornou-se, então, instrutora de Matemática na Pennsylvania State University, só regressando dos Estados Unidos da América depois do 25 de Abril de 1974, após quase trinta anos de exílio.
Na década de 1960, o casal Pilar e Hugo Baptista Ribeiro estiveram no Brasil, onde Hugo Ribeiro leccionou, pontualmente, na Universidade Federal de Pernambuco, Recife, e reencontraram Maria Helena de Vinha Novais e José Morgado.
Entre 1976 e 1980, esteve como professora na Universidade do Porto, a convite de Ruy Luís Gomes, e na Escola Biomédica Abel Salazar.
Em Janeiro de 2005, doou à Biblioteca Nacional o espólio do marido, constituído essencialmente por correspondência de personalidades nacionais e estrangeiras, incluindo um núcleo de cartas familiares e alguns rascunhos de cartas enviadas.
Por ocasião do centenário do seu nascimento, a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), em colaboração com os CTT, lançou um Inteiro Postal Comemorativo.
[Hugo Baptista Ribeiro || 1960]
Terá pertencido à Associação Feminina Portuguesa para a Paz e participou, com muitos outros jovens intelectuais, nomeadamente Maria Lucília Estanco Louro*, Maria Virgínia Redol, Maria Olívia, Lídia Monteiro [n. 31/10/1910], Stella Fiadeiro* (depois, Stella Biker Correia Ribeiro Piteira Santos), Maria Helena Correia Guedes, nos passeios de barco pelo rio Tejo, de características culturais e políticas, realizados nos anos de transição da década de 30 para a de 40.
A par da intensa actividade política oposicionista, destacou-se também na vida profissional.
Estagiou no Liceu Pedro Nunes e leccionou Matemática no Liceu Camões, enquanto frequentava o Seminário de Análise Geral, organizado por António Aniceto Monteiro [31/05/1907-29/10/1980].
Sócia n.º 1 da Sociedade Portuguesa de Matemática, de que foi uma das fundadoras a 12 de Dezembro de 1940, juntamente com Bento de Jesus Caraça, integrou, enquanto 1.ª Secretária, a sua primeira Direcção [1941/1942]. Foi também uma das fundadoras da Gazeta de Matemática, em 1939, onde colaborou com textos sobre o “Ensino da Matemática na Suíça”.
Entre 1942 e 1946, permaneceu com o marido em Zurique, por este estar a fazer o doutoramento na Escola Politécnica Federal de Zurique, e aproveitou para frequentar vários cursos de especialização em Matemática nesta mesma instituição.
Regressou a Portugal em 1946. Voltou a ser 1.ª Secretária da Direcção da SPM no biénio 1946/1947, quando esta tinha por Secretário-Geral Hugo Ribeiro, mas em 1947 acompanhou o marido no exílio forçado devido às perseguições salazaristas a vários cientistas, investigadores, matemáticos e docentes universitários.
[Pilar Baptista Ribeiro, 1960]
Tornou-se, então, instrutora de Matemática na Pennsylvania State University, só regressando dos Estados Unidos da América depois do 25 de Abril de 1974, após quase trinta anos de exílio.
Na década de 1960, o casal Pilar e Hugo Baptista Ribeiro estiveram no Brasil, onde Hugo Ribeiro leccionou, pontualmente, na Universidade Federal de Pernambuco, Recife, e reencontraram Maria Helena de Vinha Novais e José Morgado.
[José Morgado, Helena Novais, Pilar e Hugo Ribeiro, em Recife, in blogue Ruy Luís Gomes, de Jorge Rezende]
Entre 1976 e 1980, esteve como professora na Universidade do Porto, a convite de Ruy Luís Gomes, e na Escola Biomédica Abel Salazar.
Em Janeiro de 2005, doou à Biblioteca Nacional o espólio do marido, constituído essencialmente por correspondência de personalidades nacionais e estrangeiras, incluindo um núcleo de cartas familiares e alguns rascunhos de cartas enviadas.
Por ocasião do centenário do seu nascimento, a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), em colaboração com os CTT, lançou um Inteiro Postal Comemorativo.
Feminae. Dicionário Contemporâneo, editado em 2013 pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, contém uma entrada dedicada a Maria do Pilar Baptista Ribeiro.
Os blogues António Aniceto Monteiro e Ruy Luís Gomes inserem dados biográficos e fotografias de Pilar Ribeiro, para além de muita outra informação sobre matemáticos, cientistas e intelectuais perseguidos pela ditadura do Estado Novo.
[João Esteves]
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