[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

quarta-feira, 19 de junho de 2024

[3446.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXI

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXI *

01970. Vítor Machado Pereira Falcão [1928]

[Bilhete Postal de Vítor Falcão || Arquivo Histórico de Almada || PT-AHALM-AHN-002-000043_3675]

[Lisboa, 1886. Escritor,  jornalista e crítico de artes plásticas. Filiação: Adelaide Emília Ferreira Vaz Falcão, Joaquim Machado Pereira Falcão. Casado. Residência: Faro. Evidenciou-se enquanto jornalista a partir de 1907, colaborando, entre outros, nos periódicos "Ilustração Popular" (1907), "O Intransigente" (1910), "A Capital" (1912), "O Século", "Revista Portuguesa" (1920), "Contemporânea", "Diário da Tarde" e "Diário de Lisboa". Próximo do Partido Democrático, conspirou contra a Ditadura Militar e, em 1927, esteve exilado em França e em Espanha, mantendo contactos regulares com os dirigentes republicanos na mesma situação, nomeadamente Bernardino Machado. Julgado e absolvido em 21/09/1927, regressou a Portugal pela fronteira de Vila Real de Santo António em janeiro ou fevereiro de 1928, procurando passar a residir em Faro. Foi-lhe fixada residência em Pinhel, mas recusou-se a cumprir a decisão do Ministro do Interior, bem como apresentar-se em Lisboa na Polícia de Informações. Preso em 16/03/1928, acusado de «conspirar contra a situação política» e «estar em ligação com elementos emigrados», e levado para a Penitenciária de Lisboa. Deportado no barco "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928, passou para Angola, de onde conseguiu fugir «através do mato»: em janeiro de 1929, encontrava-se em Bruxelas, cidade onde passou a residir e continuou a manter contactos com outros exilados e emigrados políticos. Faleceu em 1966.] 
[alterado em 20/06/2024]

01971. Manuel Pedro Guerreiro [1927, 1928, 1930, 1933]

[São Brás de Alportel, 25/05/1878. Advogado. Filiação: Rosa da Conceição Pereira, Manuel Pedro Guerreiro. Casado. Residência: Rua de S. Francisco - Faro. Quando professor primário, frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra entre 1907 e 1911, formando-se neste ano. Tornou-se, então, advogado e conservador do Registo Civil de Faro. Maçom e republicano, aderiu ao Partido Republicano Português, ao Partido Evolucionista e, por fim, à Esquerda Democrática, por quem foi candidato às eleições de 1925 pelo círculo de Faro. Governador Civil deste distrito entre 09/08/1924 e 11/06/1925. Participou ativamente na revolta de fevereiro de 1927 despoletada no Algarve na tarde do dia 4, integrando a Junta Revolucionária de Faro, juntamente com o 1.º tenente Sebastião José da Costa e o Dr. Vítor Castro da Fonseca. Preso em 26/02/1928, acusado de «estar implicado no complô do Algarve», seria deportado para S. Tomé em 04/05/1928, embarcando no "Gil Eanes". Regressou e apresentou-se na Polícia de Informações em 08/02/1929, passando a residir em Faro. Preso em 22/07/1930, «por suspeita de estar implicado no movimento revolucionário em preparação», e libertado no mesmo dia. Preso pela PSP de Faro em 31/05/1933, por determinação do Diretor da SVPS, acusado de «estar envolvido em manejos revolucionários», seria libertado em 07/06/1933. Faleceu em 01/02/1937, em Lisboa.]

01972. Joaquim Aurélio dos Santos [1928]

[Porto, c. 1878. Industrial. Filiação: Blandina Pereira de Jesus, António Espírito Santo. Residência: Rua do Loureiro, 132-136 - Porto. Envolvido na revolta de fevereiro de 1927, no Porto, exilou-se na Galiza juntamente com muitos outros intervenientes que conseguiram fugir. Preso em 21/03/1928, «acusado de bombista». Deportado para S. Tomé em 04/05/1928,  embarcou no "Gil Eanes". Evadiu-se em 14/01/1929.]

01973. José Rebelo [1928

["O José Mau". Porto, c. 1891. Filiação: Maria da Conceição Fernandes, Joaquim Rebelo. Residência: Rua do Bonjardim, 739 - Porto. Vigiado pela Polícia de Informações do Porto. Preso em 18/03/1928, «por ser um elemento perigoso e revolucionário de profissão», e deportado para S. Tomé em 04/05/1928, tendo embarcado no "Gil Eanes". Transferido, em 19/04/1930, para a ilha das Flores. Por ofensas corporais a outro deportado, esteve preso no Depósito de Deportados Políticos de Ponta Delgada e enviado para a Madeira, onde se apresentou em 17/07/1930. Regressou e apresentou-se em 10/10/1930.]

01974. Américo Negrão Buisel [1928

[Deportado no barco "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928.]

01975. João Pereira de Carvalho [1928]

[Tenente. Preso na Penitenciária de Lisboa e deportado no "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928.]
[alterado em 20/06/2024]

01976. Manuel Gregório Mendes [1928, 1934, 1935]

[Manuel Gregório Mendes || ANTT || RGP/350 || PT-TT-PIDE-E-010-2-350]

[Cachopo, Tavira, c. 1898. Guarda-livros. Filiação: Maria Inácia Barão, Gregório Mendes. Casado. Residência: Rua do Saco, 36 - Lisboa / Rua da Alameda, 6 - Lisboa. Preso na residência de João Nicolau Lúcio Escórcio em 01/05/1928, quando estava reunido com outros elementos que integravam um «comité revolucionário», levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado no "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928. Passou, depois, para Angola. Mandado apresentar no Ministério das Colónias, embarcou em Luanda, no vapor "África", em 24/01/1929. Apresentou-se no Ministério das Colónias e na Polícia de Informações em 20/02/1929 e voltou a residir em Lisboa. Preso em 25/09/1934, «por estar envolvido em manejos revolucionários» com, entre outros, Basílio Lopes Pereira, César de Almeida e Luís Carlos de Azevedo Morais. Entrou no Aljube em 18/10/1934, seria libertado em 08/04/1935. Preso em 27/04/1935 e enviado  no dia seguinte à Delegação da PVDE do Porto, por ordem do TME, a fim de responder num processo. Condenado em 01/05/1935 a seis anos de desterro e multa de doze mil escudos. Transferido para Peniche em 09/05/1935, regressou à Diretoria da PVDE em 05/09/1935 e foi-lhe fixada residência nas Caldas da Rainha.]
[alterado em 20/06/2024]

[João Esteves]

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