* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCLXVII *
02132. José Maria Vinagre Preto da Cruz [1928, 1931, 1932, 1937, 1946]
[José Maria Vinagre Preto da Cruz || F. 30/07/1928 || ANTT || PT-TT-PIDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902]
[José Maria Vinagre Preto da Cruz.
Castelo Branco, 08/03/1897. Empregado de escritório nas oficinas da CP no Entroncamento / Professor primário na Amora. Filiação: Maria Bárbara de S. Pedro Ribeiro, António da Cruz. Casado. Residência: Entroncamento / Amora. A residir em Castelo Branco, seria admitido, no ano letivo 1913/1914, à matrícula no 1.º ano das Escolas do Ensino Normal. Preso em 28/07/1928, por ter tomado parte no movimento revolucionário de 20/07/1928, sendo no Entroncamento o agente de ligação entre os civis e a tropa que atacou a Escola de Cavalaria. Deportado para Angola em 21/08/1928. Por despacho do Ministro do Interior, datado de 04/04/1930, foi autorizado a sua transferência para os Açores. Chegou ao Funchal em 21/05/1930 e, em 10/06/1930, embarcou para Ponta Delgada, onde lhe foi fixada residência. Autorizado, em setembro, a regressar ao Continente, desembarcou em 11/10/1930, indo residir na Rua José Estêvão 6 - Lisboa. Usava um cartão de visita que tinha inscrito "Deportado Político Constitucional". Preso em 17/03/1931, por ser agente de ligação do engenheiro Pimenta de Castro, tendo os conspiradores o seu centro na Rua Luciano Cordeiro. Proposto, em 24/03/1931, a fixação de residência fora do Continente. Libertado em 23/06/1931. Andava, em novembro de 1931, fugido à polícia, estando acusado de ter entregado a António Martins um pacote com manifestos clandestinos, nos quais se incitava o povo e as forças armadas à revolta contra os defensores da situação política. Preso na fronteira de Elvas pela Polícia Internacional Portuguesas, juntamente com dois irmãos, e entregue em 11/02/1932. Libertado em 17/02/1932. Preso pela SPS em 06/01/1937, quando era professor primário na Amora, acusado de estar envolvido em organizações extremistas, tendo-lhe sido apreendidas publicações anarco-sindicalistas, 24 senhas de cobrança da "Solidariedade" e uma circular da Seção Portuguesa do Socorro Vermelho Internacional. A PVDE invadiu lhe a casa e arrastou-o para a rua, sendo levado para o Aljube. Transferido, no dia seguinte, para uma esquadra incomunicável, entrou na 1.ª esquadra em 27/01/1937, seguiu, em 22/03/1937, para Caxias e regressou, em 16/09/1937, ao Aljube. Passou pela enfermaria e, em 13/12/1937, seguiu para Peniche. Reingressou no Aljube em 27/12/1937 e, em 15/06/1938 passou para Caxias. Libertado em 22/07/1938.
Preso em 11/10/1946, passou pelo Aljube e Caxias. Julgado pelo 2.º Juízo Criminal de Lisboa em 06/05/1947, foi condenado a 14 meses de prisão e entregue, em 30/05/1947, às Cadeias Civis Centrais de Lisboa. Foi homenageado a seguir ao 25 de Abril de 1974, tendo sido atribuído o seu nome a uma rua da freguesia da Amora.]
02133. João da Cruz Vinagre Preto [1932]
[João da Cruz Vinagre Preto.
Castelo Branco, 1908. Empregado de comércio. Filiação: Maria Bárbara de S. Pedro Ribeiro, António da Cruz. Solteiro. Residência: Rua 25 de Março, 67 - Setúbal. Preso pelos funcionários do posto fronteiriço de Elvas, quando se preparava, juntamente com dois irmãos, para entrar em Espanha. Entregue pela Polícia Internacional Portuguesa à PVDE em 11/02/1932. Foram-lhe apreendidas cartas dirigidas a emigrados políticos que se encontravam em Espanha e que tinham sido escritas e entregues pelo tenente Manuel Cardoso. Declarou à polícia que ia apenas acompanhar o irmão, José Maria Vinagre Preto da Cruz, a Espanha, regressando depois a Portugal. Libertado em 24/03/1932.]
[João Esteves]
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