[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

quarta-feira, 25 de junho de 2014

[0691.] LUÍSA RODRIGUES [I]

* LUÍSA RODRIGUES [1903-1960] *
[Desenho de António Domingues, in José Pacheco Pereira, Álvaro Cunhal – Uma Biografia Política – O Prisioneiro (1949-1960), Vol. 3, Lisboa, Temas e Debates, 2005]

Operária, nasceu em Lisboa no ano de 1903.

Militante comunista nas décadas de 1930, 1940 e 1950. 

Presa pela primeira vez a 21 de novembro de 1936, acusada “de fazer propaganda subversiva e haver a suspeita de ter distribuído panfletos clandestinos nas oficinas da fábrica onde trabalha”, sendo “conhecida como pessoa de ideias avançadas, chegando a cantar a Internacional e mais versos comunistas, na oficina onde é operária”. 

Foi libertada quase cinco meses depois, a 12 de abril de 1937. 

Ter-se-á tornado funcionária do Partido Comunista por volta de 1942 [José Pacheco Pereira, Álvaro Cunhal – Uma Biografia Política, Vol. 2, Lisboa, Temas e Debates, 2001, p. 640]. 

Escassos anos depois, era companheira de casa de Manuel dos Santos, operário comunista conhecido pelo “pequeno Dimitrov” [03/02/1914-25/10/1947], condenado nos anos 30 a 22 anos de prisão e fugido do Limoeiro em setembro de 1944, após 12 anos em várias prisões, morrendo na clandestinidade com apenas 33 anos. 

Novamente presa em 10 de fevereiro de 1949, em Macinhata do Vouga, Sever do Vouga, na casa clandestina que partilhava com Militão Bessa Ribeiro [13/08/1896-02/01/1950], tendo este escapado por poucos dias. 

Levada para a sede da PIDE do Porto, recusou prestar quaisquer informações. Um mês depois, assistiu à chegada às mesmas instalações de Álvaro Cunhal, Militão Ribeiro e Sofia Ferreira, tendo os seus constantes gritos contribuído para que se soubesse daquelas prisões. 

Devido ao grave estado de saúde, a PIDE acabou por a libertar sem processo, tendo o número de setembro do jornal Avante! denunciado que foi torturada até à loucura. 

Morreu a 1 de dezembro de 1960, com 57 anos de idade. 

Referenciando-a como companheira de Militão Ribeiro, o Avante! de janeiro de 1961 sublinhou que o assassinato do companheiro pela PIDE e a saúde fortemente abalada pela prisão, martirizou toda a sua existência [Avante!, n.º 296].

António Domingues assinou, em 1954, um desenho onde a retratou com um ar acusador e o braço esquerdo levantado, tendo umas grilhetas quebradas na mão, o qual foi publicado por Pacheco Pereira no III volume dedicado à biografia política de Álvaro Cunhal.

Feminae - Dicionário Contemporâneo, editado pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, inseriu uma biografia mais desenvolvida de Luísa Rodrigues.

[João Esteves]

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