[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sexta-feira, 26 de abril de 2019

[2123.] LUÍSA CHAGAS COSTA [I] || PRESA POLÍTICA (1938 - 1939)

* LUÍSA CHAGAS COSTA *
[06/12/1916 - ?]

Activista do Partido Comunista nos anos 30 do século XX, com intervenção na área das tipografias clandestinas, numa época em que se começava a reforçar o papel das mulheres na imprensa partidária ilegal. 

[Luísa Chagas Costa || 1938 || ANTT || RGP/9309 || PT-TT-PIDE-E-010-47-9309_m0227]

Filha de Rosalina Chagas Costa e de Francisco Bartolomeu Costa, Luísa Chagas Costa nasceu em 6 de Dezembro de 1916, em Sesimbra.

Luísa Chagas Costa envolveu-se, ainda muito nova, na militância comunista contra a Ditadura do Estado Novo, começando por ter actividade na casa da Avenida General Roçadas com Aníbal da Silva Bizarro [Irene Flunser Pimentel, Biografia de um Inspector da PIDE, 2008, pp. 94 e 332], “O Victor”, operário pintor militante desde 1933, preso em Maio de 1936, depois de dois anos de impressão do jornal Avante!, e enviado sem julgamento, em 5 Junho de 1937, para o Campo de Concentração do Tarrafal, de onde só sairia em finais de 1944. 

[Luísa Chagas Costa || 1938 || ANTT || RGP/9309 || PT-TT-PIDE-E-010-47-9309_m0227]

Em 15 de Janeiro de 1938, quando tinha 21 anos, foi detida na tipografia da Avenida Sacadura Cabral, juntamente com Adelino Mendes [08/01/1910 - 1975] - grumete do navio Gonçalo Velho que tinha participado, em 1936, na Revolta dos Marinheiros e, exilado em Cuba desde 1941, juntou-se à sua revolução, tendo morrido naquele país; Augusto da Costa Valdez [01/02/1914 - 1988] - também deportado para o Tarrafal, chegando posteriormente a jornalista de A Bola por intermédio de Cândido de Oliveira; e Lino dos Santos Coelho [10/12/1913 - 03/04/1990] - trabalhador na Fábrica de Louça de Sacavém -, todos funcionários partidários e que mantiveram actividade política oposicionista durante muitos anos. Este último publicou as suas Memórias, as quais ajudam a enquadrar as regras conspirativas do funcionamento das tipografias na década de 30 [Memórias de um Rebelde. Testemunhos do Terror Fascista, Editora Em Marcha, 1981]. 

[Luísa Chagas Costa || 1938 || ANTT || RGP/9309 || PT-TT-PIDE-E-010-47-9309_m0227]

Levada para uma esquadra, incomunicável, Luísa Chagas Costa seria transferida para a Cadeia das Mónicas em 23 de Junho e julgada pelo Tribunal Militar Especial em 29 de Abril de 1939.

Condenada na pena de 18 meses de prisão e perda de direitos políticos por cinco anos, foi libertada em 6 de Julho de 1939.

Feminae. Dicionário Contemporâneo, editado pela CIG em 2013, inclui a biografia possível de Luísa Chagas Costa.

Fonte:
ANTT, Registo Geral de Presos 9309 [Luísa Costa Chagas / PT-TT-PIDE-E-010-47-9309_m0227].

Bibliografia:
AA.VV., Tarrafal – Testemunhos, Lisboa, Editorial Caminho, 1978, p. 333.
Irene Flunser Pimentel, Biografia de um Inspector da PIDE, Lisboa, A Esfera dos Livros, 2008, pp. 94 e 332.
José Pacheco Pereira, Álvaro Cunhal – Uma Biografia Política, Vol. 1 – “Daniel”, O Jovem Revolucionário (1913-1941), Lisboa, Temas e Debates, 1999, p. 294.
Lino Santos Coelho, Memórias de um rebelde. Testemunhos do terror fascista, Lisboa, Editor em Marcha, 1981.
Partido Comunista Português, 60 Anos de Luta ao Serviço do Povo e da Pátria (1921-1981) [Tipografias clandestinas], Lisboa, Edições Avante!, 1982.

[João Esteves]

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