[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

domingo, 1 de novembro de 2020

[2423.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS - DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [LV] || 1926 - 1933

 * PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || LV *

0489. António Carlos da Silva Reis [1929] 

[Esmoriz-Ovar, 1892, comerciante. Terá estado envolvido na Revolta de 03/02/1927, sendo um elemento de toda a confiança do ex-Capitão Chaves. Preso pela Polícia de Informações do Porto e entregue, em 19/02/1929, à Polícia Internacional Portuguesa, «por ser agente de ligações entre vários núcleos revolucionários» e «elemento de toda a confiança do ex-Capitão Chaves». Deportado, em 22/06/1929, para Ponta Delgada (Processo 4250). Transferido, em 26/02/1930, da Ilha Graciosa para Ponta Delgada. Em 12/05/1931, por ter participado na Revolta da Madeira, seguiu daqui para Cabo Verde. Abrangido pela amnistia de 05/12/1932].

0490. António Carlos da Silva [1928]

[António Carlos da Silva - "O Rosca Moída" || 17/10/1928 || ca-PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]

[Preso, provavelmente, em Outubro de 1928, já que a fotografia está datada do dia 17].

0491. António Carlos da Silva [1926, 1928, 1935]

[Bombarral, 02/08/1896, 1.º Cabo de Artilharia de Costa N.º 2 / Fiscal dos serviços de viação. Preso em 13/09/1926, por ter carregado um revólver que deu origem a que outro, involuntariamente, tivesse morto um individuo com um tiro no peito. Preso em 09/05/1928, acusado de auxiliar elementos revolucionários em Algés, «prometendo fornecer-lhes armamento da Unidade a que pertencia» (Processo 3710). Eliminado dos Quadros do Exército em 05/07/1928. Libertado em 02/08/1928 (Processo 3969). Preso pela Secção Política e Social da PVDE em 19/06/1935, por estar envolvido em assuntos de carácter revolucionário: funcionava como ligação activa entre vários militares e ex-militares espalhados por várias unidades e localidades, muitos associados à Organização Revolucionária de Sargentos. Homem de confiança de Francisco Horta Catarino, então com residência fixada em Peniche, continuou a colaborar activamente com ele mesmo depois da sua fuga para Lisboa. Levado para uma esquadra, foi transferido para o Aljube em 16/07/1935 e, em 03/08/1935, entrou na enfermaria da Cadeia do Limoeiro (Processo 1647). Julgado pelo TME em 30/05/1936 (Processo 183/935, do TME) e libertado em 03/06/1936]. 

00492. António Carlos Linhares de Campos [1932, 1932]

[Miragaia - Porto, 01/01/1898, funcionário Municipal do Porto. Filiação: Maria Augusta de Linhares de Campos, José Augusto da Silva Campos. Casado. Residência: Rua das Antas, 474 - Porto. Preso no Porto em 04/02/1932, "por ser anarquista"; libertado em 23/02/1932 (Processo 59/Porto). Preso em 20/07/1932, por "fazer parte da Direcção da Federação Anarquista do Norte". Integraria o Comité de Propaganda Anarquista do Norte, que se propunha organizar a Federação Anarquista Regional do Norte, sendo o seu Secretário e colaborando com António Inácio Martins (v. Processo 99/Porto). Seguiu para Lisboa em 05/08/1932, recolhendo ao Aljube. Por ser funcionário público, foi proposto e aceite, em 11/08/1932, que lhe fosse fixada residência obrigatória em Cabo Verde. O seu processo foi devolvido à Delegação do Porto em 19/08/1932, a fim de dar cumprimento da decisão ministerial (Processo 480/Lisboa). Em 20/10/1932, por Despacho do Ministro do Interior, a pena de deportação foi substituída por prisão, dada como já expiada, devendo apresentar-se na Polícia do Porto. Libertado da Penitenciária de Lisboa, onde aguardava deportação, em 27/10/1932.]
[alterado em 02/01/2022]

0493. António Carlos Farto Leone [1930]

[2.º Sargento-Cadete do G. A. P. N.º 2 (Forte da Ameixoeira). Por indicação da Polícia de Informações do Ministério do Interior, em Julho de 1930 foi-lhe fixada residência obrigatória em Vila Real de Santo António, por estar comprometido num movimento revolucionário em preparação e manter ligações com o ex-Tenente Manuel António Correia].

0494. António Carlos Kaizeeler [1931]

[Setúbal, 1903, empregado de escritório - Lisboa. Preso pela PSP e entregue em 13/06/1931, «por soltar gritos subversivos». Libertado no mesmo dia].

0495. António Carlos Sanches [1933]

[Abrantes, 1904, ferroviário - Entroncamento. Preso em 09/03/1933, por suspeita de ter entendimentos revolucionários com Manuel Jacinto, do Rocio de Abrantes (v. Processo 754). Libertado em 25/08/1933].

0496. António Carvalho Braga [1931]

[António Carvalho Braga || 01/01/1885 - 02/08/1967]

[Ilha de Santa Maria, 01/01/1885, Ex-Tenente. Em Abril de 1931, aquando da Revolta dos Deportados, encontrava-se a prestar serviço na ilha de S. Miguel, sendo o comandante do Forte de São Brás de Ponta Delgada. Conhecido pelo seu republicanismo, aderiu àquele movimento contra a Ditadura Militar e, perante o seu fracasso, foi o último oficial daquele aquartelamento a render-se às tropas governamentais. Como consequência, foi-lhe fixada, «por motivos políticos», residência obrigatória no Distrito de Ponta Delgada. Embora tenha sido abrangido pela amnistia de 05/12/1932, a sua carreira militar acabou aos 46 anos].

[João Esteves]

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