* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || LVII *
0507. José Vicente Brochado [1927]
[Tenente de Infantaria. Participou no movimento revolucionário de 3 de Fevereiro de 1927. Foi um dos deportados para São Tomé, onde terá desembarcado por volta de 12/03/1927. Posteriormente, foi-lhe fixada residência em Amarante].
0508. Teotónio da Malta Jota [1927, 1931, 1933]
[Tenente de Infantaria. Integrou, durante a 1.ª Guerra, o corpo Expedicionário Português enquanto Alferes Miliciano. Participou no movimento revolucionário de 7 de Fevereiro de 1927. Deportado para São Tomé, onde terá desembarcado por volta de 12/03/1927. De regresso e vigiado, devido às suas contínuas ligações ao tenente Manuel António Correia e ao advogado Luís da Costa Figueiredo, a Polícia Internacional Portuguesa propôs, novamente, o seu afastamento do Continente. Interveio, em 8 de Abril de 1931, quando estava deportado em São Miguel, na Revolta das Ilhas contra a Ditadura e, durante o processo de rendição daquela ilha, dirigiu-se para Madeira no vapor Pero de Alenquer, juntamente com outros revoltosos civis e militares, quase todos deportados. Integravam o grupo a bordo do vapor, para além do tenente Malta Jota, Álvaro Garrido Castro (segundo-sargento cadete), António Mendes, António Silva Reis, Augusto César Loureiro (capitão), Bartolomeu Severino, Basílio Lopes Pereira, Deodato Ramos, Francisco da Conceição Rodrigues, Francisco Violante, Joaquim Pinheiro Vila, Joaquim Pinto de Lima, José Filipe Piçarra (tenente), Leonel Ferro Alves, Luís Emílio Seca (tenente) e Manuel Alegria Vidal. Demitido do Exército, seguiu, em 12 de Maio de 1931, para Cabo Verde, onde lhe foi fixada residência por ter participado no movimento militar da Madeira. Abrangido pela amnistia de 05/12/1932, regressou ao Continente e apresentou-se em 16/01/1933, indo residir, provisoriamente, para o Suíço Atlantic Hotel – Lisboa. Preso pela PSP de Setúbal em 24/11/1933 e entregue, na mesma data, à Secção Política e Social da PVDE, acusado de estar envolvido nos preparativos de um movimento revolucionário em preparação (v. Processo 892); libertado em 25 de Maio de 1934. Continuou a bater-se contra a Ditadura, colaborando activamente com Manuel António Correia, a quem visitava, com frequência, nos seus esconderijos. Segundo as Memórias deste, “Passou por muitas necessidades!” [Manuel António Correia, Memórias de um resistente às ditaduras, p. 222.]
0509. Artur da Cunha Azinhais [1927]
[Major Miliciano de Infantaria do Quadro Especial. Combateu em África durante a 1.ª Grande Guerra. Em 1919, era capitão miliciano de Infantaria e encontrava-se em Viana do Castelo como comandante de companhia. Proposto em 11/03/1926 e 25/05/1926, para ser condecorado pela Presidência da República com o Grau de Oficial, sendo as duas propostas aprovadas em 08/09/1926. Enquanto capitão do Batalhão N.º 6 da GNR, situado em Viana do Castelo, participou na Revolta de 3 de Fevereiro de 1927, sendo nomeado pelos revoltosos Comandante Militar e Governador Civil daquela cidade. Arguido nos processos 79 e 153 do TME/Porto, foi um dos deportados para São Tomé, onde terá por volta de 12/03/1927. Em 28 e 30/03/1937, foi indicado para receber o Grau de Comendador, o que foi aprovado em 4 de Novembro [Decreto de Concessão com o mesmo Grau, de 23 de Fevereiro de 1938, publicado no DG n.º 46, de 25 de Fevereiro de 1938].
0510. José Júlio de Almeida Sobral [1927, 1931]
[Enquanto Sargento Ajudante do Regimento de Infantaria N.º 1, esteve envolvido no movimento revolucionário de 07/02/1927, tendo sido deportado para S. Tomé, onde terá desembarcado por volta de 12/03/1927. Em 1930, já Alferes, apurou-se que terá integrado uma organização revolucionária que envolvia os Cabos de Infantaria 1, mantendo ligações, entre outros, com Arruda (sargento cadete) e o João de Oliveira Ceborro (cabo, entretanto deportado no ano anterior para a Guiné), e fora convidado pelo Tenente Chaves para participar num movimento contra a Ditadura, não tendo aceitado. Foi, então, transferido do Regimento de Infantaria 1 para o Batalhão de Caçadores N.º 1, em Portalegre. Em Setembro de 1931, por fazer parte da sua organização revolucionária, juntamente com Aguiar (1.º sargento), Domingos Lopes (furriel corneteiro), Filipe Cardoso Calhancas (tenente), Joaquim Batista (furriel), Jorge Pinheiro Serrão da Veiga (tenente), Pinto (furriel), Rodrigo Cardoso Dórdio Rosado de Figueiredo Pereira Botelho (tenente) e Vilela (sargento ajudante), entre outros, foi-lhe fixada residência obrigatória em Peniche, para onde seguiu em 14/09/1931. Pelo Decreto de 25/01/1939, o Tenente José Júlio de Almeida Sobral foi condecorado com Grau de Cavaleiro].
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