* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CXCVI *
01234. Carlos de Araújo [1927, 1928, 1931, 1932]
[Carlos de Araújo || F. 10/07/1923 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
[Lisboa, c. 1889, correeiro. Filiação: Maria Luísa e António José de Araújo. Casado. Residência: Rua de S. Félix, 42 - Lisboa. Preso pela Polícia de Segurança do Estado em 10/07/1923, "por agitador e avançado perigoso"; libertado em 12/07/1923. Preso em 17/05/1924, "acusado de fomentador de greves e agitador profissional e perigoso". Preso em 19/02/1927, "por ter sido um dos principais organizadores que atuaram no movimento de 7 de Fevereiro, tendo sido o principal distribuidor de armamento para aquele movimento". Entregue à Polícia Militar, o qual manteve "longos meses presos, por contra ele se ter feito prova". Libertado, continuou a participar em outros movimentos contra a Ditadura, ausentando-se para parte incerta ao ser procurado pela Polícia de Informações. Preso em 16/07/1928, "por ser um dos chefes dos grupos civis e agente de ligação do comité revolucionário para o movimento que veio eclodir em 20 do mesmo mês": "era chefe dum importante grupo revolucionário de elementos avançados dentro do Arsenal do Exército, tendo passado para fora do mesmo Arsenal vários embrulhos contendo invólucros para o fabrico de bombas". Mantinha ligações com Adalberto Chaves, capitão Batista, capitão Chaves, tenente Correia, Hamilton Guedes, tenente João Pereira de Carvalho, tenente Lopes Soares, coronel Mascarenhas, tenente-coronel Norberto Guimarães, capitão Nuno Cruz, Paulo Caldeira, Pestana Júnior, Simões Torres, tenente-coronel Pinto Garcia, tenente Sousa Rosa: "É elemento avançado e de bastante atividade no meio revolucionário, sendo considerado um dos melhores organizadores das classes baixas, mantendo, não obstante isso, ligações com elementos de categoria elevada." Deportado para Moçambique em 21/08/1928; evadiu-se, em Janeiro de 1930, da Madeira, onde estava deportado. Capturado em 23/06/1931 e deportado para Timor em 02/09/1931, "por ser um elemento bastante perigoso" e "estar comprometido na organização revolucionária que veio a eclodir em 26 de Agosto". Autorizado, em 06/11/1931, por determinação do Conselho de Ministros, a regressar à Metrópole; tendo-se verificado ser um equívoco a suspensão da pena, foi preso em 29/03/1932. Por parecer do Diretor Geral de Segurança Pública e despacho do Ministro do Interior, de 15/06/1932, foi-lhe fixada residência obrigatória na Ilha Terceira, a fim de completar o cumprimento da pena, cuja suspensão não se justificava. Libertado em 08/12/1932, por estar abrangido pela amnistia do dia 5.]
01235. António de Jesus Branco [1931, 1932, 1936]
[António de Jesus Branco || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
[António de Jesus, António Branco, António de Jesus Branco. "António Lindinho". Carregosa, 25/12/1906, descarregados do Porto de Lisboa. Filiação: Maria de Jesus Cardoso / Condosa. Solteiro. Residência: Rua Vale Formoso de Cima - Quinta do Vale Firmino, Lisboa / Rua Lopes F. J. - Lisboa. Preso por um guarda da PSP em 26/08/1931, "por suspeita de ter tomado parte no movimento revolucionário deste dia"; libertado, "em virtude de falta de provas". Preso e entregue pelo Comando da PSP de Lisboa em 19/01/1932, "por suspeita de estar implicado numa tentativa de homicídio na pessoa de um indivíduo de nome Carlos Silva", ocorrida em Dezembro de 1930, em Alferrarede. Em 22/06/1932, por parecer do Diretor Geral da Segurança Pública e despacho do Ministro do Interior, foi enviado ao Juiz da Comarca de Abrantes, o que se verificou em 08/12/1932. Regressou da Comarca de Abrantes em 17/07/1932 e deu entrada na Seção de Vigilância Política e Social da Polícia Internacional. Libertado em 08/12/1932, por ter sido abrangido pela amnistia do dia 5. Era, em Março de 1935, procurado pela PVDE, "por ser um elemento extremista bastante perigoso", estando em ligação com a Comissão Organizadora do Sindicato Unitário da Indústria do Vestuário por intermédio de Artur Ferreira ou Artur Ferreira da Silva, entretanto preso.
[António de Jesus Branco || ANTT || RGP/3404]
Preso em 12/07/1936, recolheu a uma esquadra, foi transferido, em 20/08/1936, para a 1.ª esquadra e, em 27/08/1936, entrou no Aljube. Seguiu, em 18 de outubro de 1936, para o Campo de Concentração do Tarrafal, onde permanecerá seis anos, acamado e dependente da dedicação dos companheiros durante os últimos dois anos, doente com paludismo e tuberculose e crescentemente debilitado pela doença e falta de assistência médica. Faleceu em 28 de Dezembro de 1942. com 36 anos de idade.]
01236. José dos Santos Coração [1932?]
[Libertado em 08/12/1932, por estar abrangido pela amnistia do dia 5.]
01237. Vítor Marques Maurício [1931]
[Lisboa, c. 1900, trabalhador. Filiação: Umbelina Marques, António Maurício. Solteiro. Residência: Beco do Belo a Alfama, 22 - Lisboa. Preso em 30/09/1931, acusado de ter tomado parte no movimento revolucionário de 26 de Agosto, participando nos combates junto do quartel de Artilharia 3. Em 22/06/1932, por parecer do Diretor Geral da Segurança Pública e despacho do Ministro do Interior, foi determinado fixar-lhe residência obrigatória na Ilha Terceira, ficando a aguardar o embarque na Penitenciária de Lisboa. Libertado em 08/12/1932, por estar abrangido pela amnistia do dia 5. Irmão de César Eduardo Maurício, deportado para Timor.]
[João Esteves]
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