* ALGUMA COISA É DITA, MUITO MAIS FICOU POR DIZER *
[Guerra e Paz, 2015]
A propósito deste pequeno livrinho, que rapidamente se devora iniciada a leitura, vale a pena referir que José Tengarrinha entrou duas vezes na Universidade pelas mãos dos estudantes.
A primeira, mencionada neste diálogo com José Jorge Letria, em 1974, na sequência do 25 de Abril. A segunda, exatamente dez anos depois, em 1984, aquando da tentativa frustrada do seu saneamento meticulosamente planeado por quem julgava que se tratava do elo mais fraco de um conjunto de Professores que urgia afastar do corpo docente de História.
Então, perante professores e assistentes coniventes ou receosos de reagir junto dos novos poderes emergentes, os alunos e ex-alunos foram inexcedíveis e souberam lutar pela permanência do professor Tengarrinha na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa: movimentaram-se, denunciaram o caso, intervieram junto dos órgãos diretivos, recorreram à comunicação social (jornais, rádio e televisão) e fizeram greve(s). Não se calaram, tendo alguns dos protagonistas desses dias sido seriamente prejudicados enquanto estudantes e nas carreiras académicas.
[Diário de Lisboa, 3 de Dezembro de 1984]
Um dia valerá a pena voltar a este "episódio" que visou, também, atingir António Borges Coelho e Hernâni Resende.
1 comentário:
Tive os três professores e foram alguns dos poucos GRANDES professores que tive. O saneamento de uns e tentativa de saneamento de outros deu-se no ano seguinte a ter concluído a minha licenciatura em 1982. Grandes homens e, no caso do Professor Tengarrinha, a minha primeira inspiração para o estudo de movimentos sociais!
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