* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CLXXIV *
01161. Manuel Wenceslau Leiria [1932, 1933, 1948]
01162. José António Borges [1932]
[Oeiras, c. 1908, barbeiro e cabeleireiro. Filiação: Gertrudes Pereira de Matos Borges, Gregório António Borges. Casado. Residência: Rua Gonçalves Ramos. Preso em 03/10/1932, por andar, com outros indivíduos, a percorrer de automóvel as ruas da Amadora, pintando nas paredes "Abaixo a Ditadura e Viva a Rússia Vermelha", nomeadamente na loja de barbeiro do pai (Processo 531). Integrava o Centro Escolar local. Libertado da 23ª Esquadra em 05/10/1932.]
01163. Manuel de Sousa Machado [1932]
[Viana do Castelo, c. 1903, marítimo. Filiação: Antónia Rosa Machado, João de Sousa Machado. Solteiro. S/residência. Entregue pela Polícia Marítima à SVPS em 06/10/1932, "expulso da Holanda como indesejável"; levado para o Aljube: "Ignora-se qual o destino que foi dado a este preso."]
01164. João Augusto [1932]
["O João Duzentos". Lisboa, c. 1899, pintor. Filiação: Elvira de Assunção, Júlio Augusto. Casado. Residência: Rua do Carvalhão, 156. Procurado há meses por ser colaborar com o Partido Comunista e fazer parte de uma das cinco Brigadas de Choque da zona de Campo de Ourique que deveria atuar na ação prevista para o dia 29/02/1932, foi preso, juntamente com António Augusto e Jorge Monteiro, em 07/10/1932 (Processo 460); levado, incomunicável, para uma esquadra. Embora não fosse militante comunista, colaborou com Américo Anselmo, António Augusto, Carlos Martins, Francisco Campos e José Miranda (Processo 568). Julgado pelo TME em 16/12/1933, foi considerado abrangido pela amnistia de 05/12/1932 (Processo 11/933 do TME). Libertado em 19/12/1932.]
01165. Jorge Monteiro [1932]
[Lisboa, c. 1915, ajudante de metalúrgico. Filiação: Leonor Gomes da Silva, Armando Monteiro. Solteiro. Residência: Rua do Miradouro, 51. Preso em 07/10/1932, juntamente com António Augusto e João Augusto, sendo levado, incomunicável, para uma esquadra. Acusado de ser o filiado 441 da Célula 44 do Comité de Zona 4 das Juventudes Comunistas, ficando encarregado de organizar uma célula na Empresa Progresso Industrial, onde trabalhava, o que fez com os colegas José Francisco, Lúcio Augusto Pereira e Mário. Esta seria controlada por um tal Virgílio ou Virgílio, passando depois a sê-lo por Albino Salgado. Participou na ação realizada de 3 para 4 de setembro de 1932, no âmbito da XVIII Jornada Internacional da Juventude, procedendo a inscrições e pinturas nas paredes e hasteamento de bandeiras comunistas em diversos locais da cidade. Considerado "um extremista perigoso, pois apesar de apenar contar 17 anos, não só colaborou nas pinturas de inscrições comunistas e hasteamento de uma bandeira, como também organizou uma célula, para o que aliciou os respetivos componentes, denotando assim uma compreensão nítida da sua missão nas Juventudes, o que é raro verificar-se nos filiados destas ou mesmo do Partido" (Processo 568). Julgado pelo TME em 16/12/1933, foi considerado abrangido pela amnistia de 05/12/1932 (Processo 11/933 do TME). Libertado em 19/12/1932.]
[João Esteves]
Sem comentários:
Enviar um comentário