[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

quinta-feira, 23 de março de 2023

[3242.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO [CLXXXIV] || 1926 - 1933

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CLXXXIV * 

01194. Gabriel António Trindade Albino [1927, 1931, 1932]

[Setúbal, c. 1894, pintor no Arsenal da Marinha. Filiação: Esperança Trindade Albino e António João Albino. Casado. Residência: Travessa da Portuguesa, 14 - Lisboa. Participou na Revolta de Fevereiro de 1927 e deportado para Luanda, de onde regressou em 18/03/1928. Preso pela GNR do Barreiro em 26/08/1931, "acusado de ter acompanhado o Almirante Cerejo em uma camioneta que seguira de Cacilhas até àquela Vila, com o fim de tomar parte no movimento revolucionário que nesse dia eclodiu, trajando no ato da sua captura uma farda de marinheiro". Levado para a Majoria Geral da Armada, passou para o Governo Civil e, depois, para a Cadeia NacionalDeportado, em 02/09/1931, para Timor, seguindo no vapor "Pedro Gomes". Evadiu-se do barco em Porto Said, segundo informação de 14/09/1932. Preso em 05/11/1932, por se ter evadido do "Pedro Gomes", recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Libertado em 08/12/1932, por ter sido abrangido pela amnistia de 5 de dezembro.]

01195. Alfredo Barbosa da Silva [1932, 1937]

[Lisboa, 30/10/1908, serralheiro - Lisboa. Filiação: Júlia da Silva e Armando da Silva. Solteiro. Residência: Travessa de S. José, 14 - Lisboa. Preso pela Polícia de Investigação Criminal e entregue, em 07/11/1932, à SVPS. Recolheu ao Aljube, de onde foi libertado em 22/11/1932. Preso em 17/12/1937, "para averiguações", recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Libertado em 23/12/1937.]
[alterado em 25/03/2023]

01196. Cristiano José da Costa [1932]

[Barreiro, c. 1904, eletricista. Filiação: Maria José da Costa e Cristiano José da Costa. Casado. Residência: Estrada do Loureiro, 9. Preso em 07/11/1932, "para averiguações", recolheu a uma esquadra. Libertado do Aljube em 15/11/1932.]

01197. Manuel Batista dos Reis [1932, 1941, 1949]

[Manuel Batista dos Reis || F. 18/04/1941 || ANTT || RGP/13277]

[Lisboa, 18/02/1908, médico. Filiação: Elvira Augusta Douwens dos Reis e Cesário Batista dos Reis. Casado. Residência: Rua Campo de Ourique, 187 - Lisboa / Rua do Patrocínio, 132 - Lisboa / Rua do Quartel - Grândola. Preso em 08/11/1932, quando estudante do 5.º ano de medicina, acusado de, juntamente com o irmão, Mário Batista dos Reis, manter ligações com Miguel Wager Russell, refugiado em Espanha. Levado para uma esquadra, efetuou o exame final do curso na prisão e, libertado em 24/11/1932, trabalhou como médico num sanatório em Castelo Branco. Em 1936, com a mulher, Lídia Nolasco da Silva, e o irmão, embarcou no paquete Belle Île de forma a entrar em Espanha e ajudar a causa republicana. Levava "um aval do Partido Comunista Português", entrou no país em Outubro e tornou-se médico nas Brigadas Internacionais, integrando a 86.ª Brigada. Foi gravemente ferido em 1937 e, com a vitória dos nacionalistas franquistas, refugiou-se em França, depois de atravessar os Pirenéus. Preso num campo de internamento, solicitou, em 1941, o repatriamento e regressou a Portugal com um passaporte falso. Preso na fronteira de Beirã, Marvão, em 16/04/1941, seguiu para Lisboa no dia seguinte e recolheu à 1.ª esquadra. Passou, em 1 de Maio, para o Aljube e, em 17 de Junho de 1941, seguiu para o Campo de Concentração do Tarrafal sem ter sido julgado. Aqui, foi uma ajuda preciosa para os outros presos, denunciando a situação com que eram tratados e procurando atenuar o abandono médico a que estavam, propositadamente, votados. Passou duas vezes pela "frigideira". Abrangido pela amnistia de 18 de Outubro de 1945, regressou a Lisboa em 1 de Fevereiro de 1946 e fixou-se em Grândola, onde exerceu a profissão e faleceu. Integrou, em 196, o Movimento de Unidade Democrática e apoiou, em 1949, a campanha presidencial de Norton de Matos, voltando a ser detido em 11/02/1949, "para averiguações". Levado para Caxias, foi libertado em 19/03/1949.

[Manuel Batista dos Reis || F. 19/02/1949 || ANTT || RGP/13277]

Pertenceu à URAP e continuou a militar no Partido Comunista. Faleceu em 10 de Fevereiro de 1992.]

[João Esteves]

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