[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

sexta-feira, 21 de junho de 2024

[3447.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXII

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXII *

01977. Eduardo Henrique Maia Rebelo [1928, 1930, 1931]

[Areosa - Viana do Castelo, 1894. 1.º tenente da Armada. Filiação: Maria Antónia Maia Rebelo, Luís Joaquim Dias Rebelo. Residência: Rua de Santo António, 6 - Oeiras. Frequentou o Colégio Militar e a Escola Naval. Republicano, teve relevante participação na Revolução de 14/05/1915, que afastou o general Pimenta de Castro, e desempenhou funções militares em Moçambique e em Timor. Preso na residência de João Nicolau Lúcio Escórcio em 01/05/1928, quando estava reunido com outros elementos que integravam um «comité revolucionário», e levado para a Penitenciária de Lisboa. Ao contrário dos outros detidos, não foi logo deportado para S. Tomé em 04/05/1928, seguindo uns dias depois no barco "Zaire". No mês seguinte, houve uma tentativa de o libertar quando era conduzido num automóvel. Preso em 1930, seria deportado para Angra do Heroísmo em 08/06/1930 e, aquando da "Revolta das Ilhas", já como capitão tenente na reserva, integrou a Junta Revolucionária da ilha Terceira, juntamente com o comandante João Manuel de Carvalho e o major Lobo Pimentel. Fracassada aquela, ficou preso em Angra até ser enviado para Cavo Verde, apresentando-se na Praia em 18/06/1931. Foi-lhe fixada residência em Vila Nova de Sintra, na ilha Brava, e ficou excluído da amnistia  de 05/12/1932. Permaneceu em Cabo Verde até 1937, quando lhe foi levantada a deportação, com a condição de não regressar ao Continente. Exilou-se em Dakar e, sem regressar mais a Portugal, faleceu em 1953.]

01978. João Cruz Cebola [1928, 1937]

[João Cruz Cebola || ANTT || RGP/7524 || PT-TT-PIDE-E-010-38-7524]

[Nisa, 21/09/1886. Comerciante. Filiação: Isabel da Piedade, Jerónimo das Necessidades Marques. Preso em 16/05/1928, quando comerciante a residir no Barreiro, «acusado de ter tomado parte nas reuniões do "comité revolucionário" ultimamente descoberto», e levado para os calabouços do Governo Civil. Preso em 21/07/1937, «para averiguações», recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Transferido, em 06/11/1937, para o Campo de Concentração do Tarrafal, sem ter sido julgado ou condenado. Abrangido pela amnistia estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 35.041, de 18 de Outubro de 1945, seria libertado em 27/12/1945 e regressou a Lisboa, no barco “Guiné”, em 01/02/1946.]

01979. Vitorino Máximo de Carvalho Guimarães [1927]

[Vitorino Guimarães || ANTT || PT-TT-EPJS-SF-001-001-0002-0589A]

[Penafiel, 13/11/1876. Militar e político republicano. Filiação: Amélia Augusta de Carvalho Guimarães, Joao Antunes de Sousa Guimarães. Frequentou os Institutos Comerciais e Industriais do Porto e de Lisboa e a Escola do Exército, seguindo a carreira militar: integrou o CEP e, em 1936, atingiu a patente de coronel de Administração Militar. Lecionou na Escola do Exército, no Instituto dos Pupilos do Exército e no Instituto Superior do Comércio - Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras. Republicano, integrou o Comité Militar envolvido na preparação da implantação da República, exerceu cargos no Partido Republicano Português e foi eleito deputado por Bragança (1911, 1915) e Moncorvo (1919, 1921, 1925). Foi, por diversas vezes, ministro das Finanças (1915, 1921, 1922, 1923, 1925) e chegou a presidir ao 36.º governo republicano durante quatro meses e meio (1925). Preso em janeiro de 1927 e levado para o Forte de S. Julião da Barra. Faleceu em 02/12/1957, em Lisboa.] 

01980. José Cortês / Cortez dos Santos [1927]

[Lisboa, 30/01/1885. Iniciou a carreira militar em 1902. Integrou o Corpo Expedicionário Português, foi chefe do Estado Maior de Lisboa, do Porto e da GNR e lecionou nas instituições militares. Foi ministro da Guerra (1921) e deputado eleito por Torres Vedras (1922). Preso em janeiro de 1927, quando era tenente coronel, e levado para o Forte de S. Julião da Barra. Terá estado deportado, pois em regressou ao Continente em 26/02/1929, disso dando conta o Ministério do Interior. Segundo o Ministério da Guerra, estava preso na Casa de Reclusão Temporária de S. Julião da Barra em 05/12/1930, continuando na mesma situação em 14/04/1931. Por informação do Ministro da Guerra ao Ministro do Interior, datada de 05/06/1931, foi posto em liberdade, por nada se ter apurado, «ficando a residir em Lisboa». Prosseguiu a carreira militar, passando à reserva como brigadeiro (1947). Faleceu em Lisboa, em 17/12/1963.]

[José Cortez dos Santos || 05/06/1931 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-54-72]

01981. Aníbal Augusto Ramos de Miranda [1927]

[Santarém, 06/05/1869. Militar. Filiação: Ana José Carvalho Ramos de Miranda, Augusto dos Santos Ferreira de Miranda. Governar Civil de Santarém em 1921 e, em 1922, foi eleito senador pelo círculo de Santarém, integrando as listas do Partido Democrático. Preso em janeiro de 1927, quando era coronel, e levado para o Forte de S. Julião da Barra. Prosseguiu a carreira militar, atingindo o posto de general. Faleceu em 19/07/1959.]

[João Esteves]

quarta-feira, 19 de junho de 2024

[3446.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXI

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXXI *

01970. Vítor Machado Pereira Falcão [1928]

[Bilhete Postal de Vítor Falcão || Arquivo Histórico de Almada || PT-AHALM-AHN-002-000043_3675]

[Lisboa, 1886. Escritor,  jornalista e crítico de artes plásticas. Filiação: Adelaide Emília Ferreira Vaz Falcão, Joaquim Machado Pereira Falcão. Casado. Residência: Faro. Evidenciou-se enquanto jornalista a partir de 1907, colaborando, entre outros, nos periódicos "Ilustração Popular" (1907), "O Intransigente" (1910), "A Capital" (1912), "O Século", "Revista Portuguesa" (1920), "Contemporânea", "Diário da Tarde" e "Diário de Lisboa". Próximo do Partido Democrático, conspirou contra a Ditadura Militar e, em 1927, esteve exilado em França e em Espanha, mantendo contactos regulares com os dirigentes republicanos na mesma situação, nomeadamente Bernardino Machado. Julgado e absolvido em 21/09/1927, regressou a Portugal pela fronteira de Vila Real de Santo António em janeiro ou fevereiro de 1928, procurando passar a residir em Faro. Foi-lhe fixada residência em Pinhel, mas recusou-se a cumprir a decisão do Ministro do Interior, bem como apresentar-se em Lisboa na Polícia de Informações. Preso em 16/03/1928, acusado de «conspirar contra a situação política» e «estar em ligação com elementos emigrados», e levado para a Penitenciária de Lisboa. Deportado no barco "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928, passou para Angola, de onde conseguiu fugir «através do mato»: em janeiro de 1929, encontrava-se em Bruxelas, cidade onde passou a residir e continuou a manter contactos com outros exilados e emigrados políticos. Faleceu em 1966.] 
[alterado em 20/06/2024]

01971. Manuel Pedro Guerreiro [1927, 1928, 1930, 1933]

[São Brás de Alportel, 25/05/1878. Advogado. Filiação: Rosa da Conceição Pereira, Manuel Pedro Guerreiro. Casado. Residência: Rua de S. Francisco - Faro. Quando professor primário, frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra entre 1907 e 1911, formando-se neste ano. Tornou-se, então, advogado e conservador do Registo Civil de Faro. Maçom e republicano, aderiu ao Partido Republicano Português, ao Partido Evolucionista e, por fim, à Esquerda Democrática, por quem foi candidato às eleições de 1925 pelo círculo de Faro. Governador Civil deste distrito entre 09/08/1924 e 11/06/1925. Participou ativamente na revolta de fevereiro de 1927 despoletada no Algarve na tarde do dia 4, integrando a Junta Revolucionária de Faro, juntamente com o 1.º tenente Sebastião José da Costa e o Dr. Vítor Castro da Fonseca. Preso em 26/02/1928, acusado de «estar implicado no complô do Algarve», seria deportado para S. Tomé em 04/05/1928, embarcando no "Gil Eanes". Regressou e apresentou-se na Polícia de Informações em 08/02/1929, passando a residir em Faro. Preso em 22/07/1930, «por suspeita de estar implicado no movimento revolucionário em preparação», e libertado no mesmo dia. Preso pela PSP de Faro em 31/05/1933, por determinação do Diretor da SVPS, acusado de «estar envolvido em manejos revolucionários», seria libertado em 07/06/1933. Faleceu em 01/02/1937, em Lisboa.]

01972. Joaquim Aurélio dos Santos [1928]

[Porto, c. 1878. Industrial. Filiação: Blandina Pereira de Jesus, António Espírito Santo. Residência: Rua do Loureiro, 132-136 - Porto. Envolvido na revolta de fevereiro de 1927, no Porto, exilou-se na Galiza juntamente com muitos outros intervenientes que conseguiram fugir. Preso em 21/03/1928, «acusado de bombista». Deportado para S. Tomé em 04/05/1928,  embarcou no "Gil Eanes". Evadiu-se em 14/01/1929.]

01973. José Rebelo [1928

["O José Mau". Porto, c. 1891. Filiação: Maria da Conceição Fernandes, Joaquim Rebelo. Residência: Rua do Bonjardim, 739 - Porto. Vigiado pela Polícia de Informações do Porto. Preso em 18/03/1928, «por ser um elemento perigoso e revolucionário de profissão», e deportado para S. Tomé em 04/05/1928, tendo embarcado no "Gil Eanes". Transferido, em 19/04/1930, para a ilha das Flores. Por ofensas corporais a outro deportado, esteve preso no Depósito de Deportados Políticos de Ponta Delgada e enviado para a Madeira, onde se apresentou em 17/07/1930. Regressou e apresentou-se em 10/10/1930.]

01974. Américo Negrão Buisel [1928

[Deportado no barco "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928.]

01975. João Pereira de Carvalho [1928]

[Tenente. Preso na Penitenciária de Lisboa e deportado no "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928.]
[alterado em 20/06/2024]

01976. Manuel Gregório Mendes [1928, 1934, 1935]

[Manuel Gregório Mendes || ANTT || RGP/350 || PT-TT-PIDE-E-010-2-350]

[Cachopo, Tavira, c. 1898. Guarda-livros. Filiação: Maria Inácia Barão, Gregório Mendes. Casado. Residência: Rua do Saco, 36 - Lisboa / Rua da Alameda, 6 - Lisboa. Preso na residência de João Nicolau Lúcio Escórcio em 01/05/1928, quando estava reunido com outros elementos que integravam um «comité revolucionário», levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado no "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928. Passou, depois, para Angola. Mandado apresentar no Ministério das Colónias, embarcou em Luanda, no vapor "África", em 24/01/1929. Apresentou-se no Ministério das Colónias e na Polícia de Informações em 20/02/1929 e voltou a residir em Lisboa. Preso em 25/09/1934, «por estar envolvido em manejos revolucionários» com, entre outros, Basílio Lopes Pereira, César de Almeida e Luís Carlos de Azevedo Morais. Entrou no Aljube em 18/10/1934, seria libertado em 08/04/1935. Preso em 27/04/1935 e enviado  no dia seguinte à Delegação da PVDE do Porto, por ordem do TME, a fim de responder num processo. Condenado em 01/05/1935 a seis anos de desterro e multa de doze mil escudos. Transferido para Peniche em 09/05/1935, regressou à Diretoria da PVDE em 05/09/1935 e foi-lhe fixada residência nas Caldas da Rainha.]
[alterado em 20/06/2024]

[João Esteves]

terça-feira, 18 de junho de 2024

[3445.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXX

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXX *

01965. José Carlos dos Santos [1928, 1930]

[Lisboa, c. 1885. Funcionário público. Filiação: Maria Emília Vieira dos Santos, Carlos Inácio dos Santos. Casado. Residência: Rua Alves Correia, 161 - Lisboa. Preso em 01/05/1928, quando reunido com outros elementos que fariam parte de um «comité revolucionário», seria levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado no "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928. Por decisão do Ministro das Colónias seguiu em março de 1929 para Moçâmedes (Angola), via Luanda,  no "Lourenço Marques", por lhe ter sido fixada residência na Chibia - província da Huíla. Escassos dias depois, foi autorizado o seu regresso à Metrópole, tendo embarcado em Moçâmedes naquele transporte em 13/03/1929. Apresentou-se às autoridades militares de Luanda em 19/03/1929 e, em 19/04/1929, apresentou-se no gabinete do Ministério do Interior, declarando ficar a residir em Lisboa. Preso em 22/07/1930, «por suspeita de estar comprometido no movimento revolucionário em preparação»; libertado em 11/08/1930.]
[alterado em 20/06/2024]

01966. António de Carvalho [1928]

[Barcarena, c. 1893. Médico. Filiação: Palmira Augusta F. Carvalho, Júlio José de Carvalho. Residência: Rua Carlos Mascarenhas, 12. Preso em 01/05/1928, quando reunido com outros elementos que fariam parte de um «comité revolucionário», foi levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado no "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928. Por decisão do Ministro das Colónias seguiu em março de 1929 para Moçâmedes (Angola), via Luanda,  no "Lourenço Marques", por lhe ter sido fixada residência na Chibia - província da Huíla. Por ter regressado, apresentou-se na Polícia de Informações em 03/12/1929.]
[alterado em 20706/2024]

01967. Camilo Zuzarte Cortesão Abreu [1928]

[S. João do Campo, 17/06/1890. Comerciante. Filiação: Joaquina Cortesão Abreu, Guilherme Zuzarte de Freitas Abreu. Casado. Residência: Rua Direita das Campinas, 426 - Porto. Primo direito de Jaime Cortesão. Participou nas primeiras revoltas contra a Ditadura Militar. Preso em 01/05/1928, quando reunido com outros elementos que fariam parte de um «comité revolucionário», seria levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado no "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928. Esteve exilado em Espanha e no Brasil, onde faleceu em 22/02/1966.]
[alterado em 20/06/2024]

01968. João Nicolau Lúcio Escórcio [1928]

[Ilha da Madeira, c. 1870. Capitalista. Filiação: Maria Joaquina Gomes, Casimiro Lúcio Escórcio. Viúvo. Residência: Rua Pinheiro Chagas, 27 - Lisboa. Preso na sua residência em 01/05/1928, quando estava reunido com outros elementos que integravam um «comité revolucionário», levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado no "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928. Por decisão do Ministro das Colónias seguiu em em finais de janeiro de 1929 para Lisboa, embarcando no no vapor "África". Apresentou-se, em 20/02/1929, no gabinete do Ministério do Interior e na Polícia de Informações de Lisboa, ficando a residir na Rua Alves Torgo, 14, por ter sido despejado da sua anterior casa por decisão administrativa, alegando-se ser «um local de reuniões políticas para fins revolucionários».]
[alterado em 20/06/2024]

01969. Raúl Pinto Coelho Madeira [1928, 1930, 1931, 1937]

[Raúl Madeira || in Gente de Soure, de António dos Santos Mota]

[Lagares da Beira, Oliveira do Hospital, 05/10/1897. Médico e assistente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Filiação: Elvira dos Milagres Pires, Alexandre Coelho Madeira. Solteiro. Preso na residência de João Nicolau Lúcio Escórcio em 01/05/1928, quando estava reunido com outros elementos que integravam um «comité revolucionário», levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado no barco "Gil Eanes" para S. Tomé em 04/05/1928. Conseguiu fugir desta ilha e, em março de 1929, encontrava-se em Paris numa situação económica muito difícil. Segundo Vítor Falcão, em carta a Bernardino Machado datada de 16/03/1929, tratava-se de um «rapaz de caráter, um espírito desempoeirado e brilhante, um republicano convicto, um valor moral e intelectual» que estava na «miséria», depois de ter ajudado a fuga de muitos deportados e que pensava emigrar para o Congo Belga. Regressou a Portugal e seria preso em 17/06/1930, acusado de estar implicado numa nova revolta com, entre outros, Augusto Casimiro, Carlos Vilhena, Correia de Matos, Ernesto Carneiro Franco, Francisco Cunha Leal, Hélder  Ribeiro, João Soares, Maia Pinto, Moura Pinto, Pinto Garcia, Rego Chaves, Ribeiro de Carvalho, Sá Cardoso e Tavares de Carvalho. Foi, então, um dos deportados para S. Miguel. Terá regressado já que casou em Lisboa em 03/01/1931. Voltaria a ser preso em 1931, «como bombista», e deportado, em 26/06/1931, para Timor. Durante o transporte, quando a bordo do "Gil Eanes", escreveu duas importantes missivas datadas de 09 e 10/07/1931, onde relatava que os 69 presos acomodados no porão da ré mal podiam respirar e que «viajamos com destino a Timor, em condições verdadeiramente miseráveis». Após quatro meses de viagem, desembarcou, em 21/10/1931, em Dili e ficou internado no Campo de Concentração de Oecussi. De volta à Metrópole, fixou-se como médico em Soure. Preso em 30/07/1937, por ordem do ministro do Interior. Levado para os calabouços da PSP de Coimbra, seria libertado em 29/08/1937. Integrou, em 1958, a Comissão Distrital de Coimbra da candidatura presidencial de Humberto Delgado. Subscreveu, em 31/01/1961, o "Programa para a Democratização da República". Faleceu em 05/10/1973.]
[alterado em 20/06/2024]
 
[João Esteves]

segunda-feira, 17 de junho de 2024

[3444.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXIX

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXIX *

01962. Manuel António Augusto Ferreira Pinto Correia / Manuel António Correia [1928, 1929, 1930, 1938]

[Manuel António Correia]

[Alvarenga - Arouca, 18/03/1893. Tenente de Infantaria. Filiação: Maria José Augusta Ferreira Pinto, Carolino Correia. Já em Lisboa, após ter ficado órfão de pai, frequentou o Instituto Comercial e, em 1909, assentou praça como voluntário. Republicano e carbonário, participou na implantação da República, sendo um dos combatentes da Rotunda ao lado de Machado Santos. voluntariou-se para integrar o Corpo Expedicionário Português e, em 20/01/1917, embarcou para França, de onde regressou em 17/06/1919, sendo promovido a tenente em 31/07/1919. Após o triunfo da Ditadura Militar, interveio em muitas das revoltas e conspirações para a derrubar. Esteve envolvido no movimento de fevereiro de 1927 e, em 02/04/1927, foi afastado do Exército. Refugiou-se em Espanha, mas continuou a conspirar. Preso em 01/05/1928, com outros militares, seria levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado para S. Tomé em 04/05/1928, embarcando no "Gil Eanes". Evadiu-se em 10/10/1928, regressou clandestinamente a Lisboa e voltou a ser detido em 07/01/1929, também em Lisboa, por estar implicado em novo movimento revolucionário. Foi-lhe fixada residência em Ponta Delgada, de onde fugiu. Preso em 08/12/1930, seria deportado, em 27/06/1931, para Timor, de onde se evadiu em 18/02/1932. Julgado à revelia em 03/11/1937, foi condenado pelo TME a oito anos de desterro, com prisão no local escolhido até dois anos. Preso em 02/10/1938, recolheu ao Aljube. Novamente julgado pelo TME em 27/06/1939, seria enviado para Caxias no dia seguinte e libertado em 03/06/1940, por ter sido amnistiado. Reintegrado como tenente, na situação de reserva, em 1951, requereu, em 1971, a revisão do seu processo, sendo, no ano seguinte, promovido ao posto de coronel. Também a demissão imposta em 1927 seria anulada e convertida em dois meses de inatividade. Faleceu em 16/08/1897, na Amadora.]
[alterado em 20706/2024]

[Manuel António Correia || ANTT || RGP/10738 || PT-TT-PIDE-E-010-54-10738]

01963. Júlio César de Almeida [1928, 1933, 1947]

[Júlio César de Almeida || F. 28/06/1947 || ANTT || RGP/17717 || PT-TT-PIDE-E-010-89-17717]

[Lisboa, 11/06/1891. Capitão / Funcionário contratado. Filiação: Angélica Marques de Almeida, Alfredo Augusto César de Almeida. Casado. Residência: Avenida da Boavista, 219 - Porto / Rua de Penha França, 234 - Lisboa. Esteve envolvido na revolta de fevereiro de 1927e, fracassada esta, exilou-se em Espanha, instalando-se em Madrid. Preso em 01/05/1928, quando se «encontrava reunido com outros elementos que formavam o comité revolucionário», seria levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado, por ordem do Governo, para S. Tomé em 04/05/1928, embarcando no "Gil Eanes". Evadiu-se em 10/10/1928, continuou a conspirar contra a Ditadura Militar e, em fevereiro de 1933, andava fugido. Julgado, à revelia, pelo TME/Porto em 20/05/1933, acusado «de fazer parte duma conjura revolucionária para derrubar o Governo da Ditadura Nacional», seria absolvido. Vigiado, era referenciado por estar «envolvido em manejos revolucionários», juntamente com Artur Guilherme Rodrigues Cohen, Carlos Rodrigues Consiglieri, João Lopes Soares, José Joaquim Mendes, Manuel Jacinto, Roque Laia e Sarmento de Beires. Entregue pela Delegação do Porto à Polícia de Defesa Política e Social em 17/08/1933, deu entrada no Hospital Militar Principal para tratamento, ficando internado. Evadiu-se em 22/09/1933. Julgado à revelia pelo TME em 18/05/1934, seria condenado a doze meses de prisão correcional. Esteve exilado em Espanha, onde integrou a Liga de Paris e o Grupo dos Budas. Assinou, em 1945, as listas do Movimento de Unidade Democrática (MUD). Preso em 28/06/1947, recolheu à Penitenciária de Lisboa e, em 11/08/1947, entrou na enfermaria do Aljube. Reingressou na Penitenciária em 16/08/1947 e, em 12/09/1947, seguiu para Caxias. Saiu em liberdade condicional em 02/10/1947, enquanto a definitiva só chegou em 29/06/1948.]
[alterado em 20706/2024]

[Júlio César de Almeida || 1933_09_23 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-54-161]

01964. José Feliciano da Costa Júnior [1928]

[Lisboa, 18/12/1884. Capitão de Cavalaria. Assentou praça no Exército em 05/12/1903 e, enquanto alferes, participou na implantação da República ao lado de Machado Santos. Já capitão, participou ativamente no golpe militar de 05/12/1917, ficando como Vogal da Junta Revolucionária presidida por Sidónio Pais. Foi, entre 11/12/1917 e 14/05/1918, Ministro do Trabalho e Previdência Social e, por decreto de 24/08/1918, seria nomeado representante de Portugal junto da Santa Sé. Integrou, a partir de julho de 1920, o Centro Republicano Sidónio Pais, embrião do Partido Nacional Republicano Presidencialista. Preso em 01/05/1928, por estar envolvido na preparação de um movimento revolucionário contra a Ditadura Militar, seguiu para a Penitenciária de Lisboa e foi deportado para S. Tomé em 04/05/1928, tendo embarcado no "Gil Eanes". Solicitou, em agosto de 1929, a possibilidade de passar a residir em Lisboa, o que foi considerado inconveniente pelas autoridades policiais em ofício para o Ministério da Guerra datado de 07/08/1929. Promovido a major em 30/09/1929, faleceu em 24/10/1929, em Lisboa.]
[alterado em 20/06/2024]

[João Esteves]

sábado, 15 de junho de 2024

[3443.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXVIII

 * PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXVIII *

01958. Carlos José de Sousa [1928]

[Preso durante a 1.ª República. Preso em 1928, seria libertado, juntamente com Manuel Joaquim de Sousa, em 26/05/1928.]

01959. Jaime Alberto de Castro de Morais / Jaime Morais [1928, 1940]

[Jaime de Morais || F. 27/07/1940 || ANTT || RGP/12546 || PT-TT-PIDE-E-010-63-12546]

[Porto, 13/07/1882. Médico e oficial da Armada - capitão de fragata. Filiação: Margarida Cândida Pereira de Castro Morais, Américo Pereira de Lemos de Morais. Casado. Formou-se, em 1904, na Escola Médico Cirúrgica do Porto e, no ano seguinte, ingressou na Armada, tornando-se médico naval. Maçom e republicano, interveio na implantação da República em 05/10/1910, opôs-se à ditadura de Sidónio Pais e combateu a Monarquia do Norte. Enfrentou a Ditadura Militar, participando ativamente na revolta despoletada no Porto em 03/02/1927. Fracassada esta, partiu para a Galiza, sendo julgado à revelia e demitido da Armada. Numa das suas incursões a Portugal, seria preso em 01/05/1928, durante uma reunião na residência de João Nicolau Lúcio Escórcio, levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado para S. Tomé em 04/05/1928, embarcando no "Gil Eanes". Conseguiu evadir-se em outubro e instalou-se, primeiro, em França e, depois, em Espanha, onde integrou o "Grupo dos Budas" e colocou-se ao serviço da República triunfante. Finda a Guerra Civil, seria preso e internado num campo de concentração espanhol, passou pela Bélgica e retornou a França. Com a ocupação de Paris pela Alemanha nazi em 14/06/1940, procurou regressar a Portugal. Preso na fronteira de Vilar Formoso em 25/07/1940, quando entrava em Portugal, recolheu à cadeia da localidade e, em 27/07/1940, seguiu para Lisboa. Levado para o Aljube, foi libertado em 28/09/1940 e, por não lhe ser permitida a residência em Portugal, embarcou para o Brasil nessa mesma data. Fixou-se neste país, no Rio de Janeiro, onde continuou a atividade oposicionista. Amnistiado em 1950 e reintegrado na Armada, no posto de capitão-tenente na situação de reforma, visitou o país em 1952, não lhe sendo autorizado a sua permanência. Faleceu em 20/12/1973.]
[alterado em 20/06/2024]

01960. Alfredo António Chaves [1926, 1928, 1931]

[Chaves. 1890. Capitão de Infantaria. Filiação: Júlia Pires Chaves, António Maria Augusto Chaves. Casado. Dirigiu a primeira revolta contra a Ditadura Militar, organizando a sublevação de Chaves em 11/09/1926. Preso e condenado a 18 meses, evadiu-se, em finais de dezembro de 1926, do presídio de Santarém, estabelecimento onde estava a cumprir a pena. Preso em 01/05/1928, levado para a Penitenciária de Lisboa e deportado para S. Tomé em 04/05/1928, embarcou no "Gil Eanes". Em março de 1931, estava preso na Penitenciária de Lisboa e seria deportado para Timor em 28/06/1931, ficando internado no campo de Oé-Cussi. Foi explicitamente excluído da amnistia de 05/12/1932 e esteve exilado em Espanha e França. Quando se encontrava deportado em Moçambique, foi abrangido pela amnistia estabelecida pelo Decreto 26.633, de 25/05/1936. Faleceu em 1937.]
[alterado em 20/06/2024

01961. Nuno Cerqueira Machado Cruz [1928, 1933]

[Nuno Cerqueira Machado Cruz - Nuno Cruz || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Ponte da Barca, Viana do Castelo, 05/03/1893. Capitão de Artilharia - Bacharel em Direito. Maria das Dores Machado Cruz, Alberto Carlos Cruz. Solteiro. Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e combateu na 1.ª Guerra, onde foi gaseado em combate em 06/01/1918. Republicano, depois do apoio inicial ao golpe de 28/05/1926, intervindo em Coimbra, cedo o combateu e participou na revolta despoletada no Porto em 03/02/1927. Exilou-se em Espanha, continuou a conspirar e, numa das incursões clandestinas a Portugal, seria preso em 01/05/1928 e levado para a Penitenciária de Lisboa. Deportado para S. Tomé, embarcou no "Gil Eanes". Conseguiu evadir-se dessa colónia, tornou a refugiar-se em Espanha e continuou a conspirar, participando na revolta de 26/08/1931. Viria a ser preso no início de 1933 e, julgado em maio, condenado ao desterro. Preso na Cadeia da Relação do Porto, conseguiu fugir e exilou-se em Madrid, onde faleceu em 29/12/1934.]
[alterado em 20706/2024]

[Nuno Cerqueira Machado Cruz || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[João Esteves]

sexta-feira, 14 de junho de 2024

[3442.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXVII

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXVII *

01952. José Agostinho das Neves [1927, 1928]

[José Agostinho das Neves || F. 30/06/1927 || PT-TT-PIDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902]

[C. 1905. Tipógrafo. Filiação: Maria de Jesus, Emílio Agostinho das Neves. Casado. Residência: Rua Possidónio da Silva, 5 - Lisboa. Referenciado como «jovem sindicalista», foi preso em 29/12/1921, «por ocasião da explosão de bombas na Calçada do Combro, na C.G.T., tendo recolhido ferido ao hospital». Terá sido preso em 1927, atendendo à fotografia com data de 30/07/1927. Preso em 17/02/1928, «por ser anarquista», foi deportado para a Guiné em 04/05/1928, seguindo no "Gil Eanes". Evadiu-se em 23/08/1929.]

01953. Manuel de Sousa Leal [1928]

[Loulé, c. 1900. Carpinteiro. Filiação: Maria da Assunção, José de Sousa Leal. Casado. Residência: Loulé. Preso em 02/03/1928, «por conspirar contra a Ditadura», e deportado para a Guiné em 04/05/1928. Embarcou, com outros presos políticos e sociais, no vapor "Gil Eanes". Evadiu-se da Guiné em fevereiro de 1929.]

01954. Manuel José Hartley [1928]

[Manuel José Hartley || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Torneiro mecânico no Barreiro. Pertenceu às Juventudes Sindicalistas. Preso e deportado para a Guiné em 04/05/1928, embarcando no "Gil Eanes". Faleceu na Guiné.]

01955. Luís Cândido de Figueiredo [1928]

[Lagiosa, Oliveira do Hospital, c. 1898. Condutor da Carris. Filiação: Maria Emília, Eduardo de Figueiredo. Casado. Residência: Cascalheira (ao Arco do Carvalhão) - Vila Almeida, 15, Lisboa. Preso em 19/02/1928, «acusado de fazer parte dum grupo que fabricava bombas em casa de Américo Vilar, ser agitador na Carris e fazer propaganda de  teorias subversivas e violentas». Deportado em 04/05/1928 para a Guiné, embarcou no "Gil Eanes". Não se provou aquela acusação.] 

01956. Francisco José Cascalho [1928]

[Arraiolos, c. 1893. Barbeiro. Filiação: Antónia Rosa, José Cascalho. Casado. Residência: Travessa do Passarinho, 4 - Évora. Seria anarquista e foi preso em 25/02/1928, acusado de «estar ligado aos bombistas presos no Algarve». Deportado, em 04/05/1928, para a Guiné, seguiu no barco "Gil Eanes". Por despacho do Ministro do Interior de 29/07/1932, foi mandado regressar, o que sucedeu em Outubro.]

01957. Reinaldo Ferreira Godinho [1928]

[Lisboa, c. 1898. Funcionário público. Filiação: Damiana de Jesus Godinho, Joaquim António Ferreira Godinho. Solteiro. Residência: Rua da Escola Politécnica, 19 - Lisboa. Preso em 18/02/1928, «acusado de ser chefe comunista perigoso, ter interferência no fabrico de bombas e ter ligações com Américo Vilar». Deportado para a Guiné, embarcou no "Gil Eanes" em 04/05/1928. Evadiu-se em 03/11/1928 e embarcou em Dakar com destino a França, onde se exilou.]

[João Esteves]

[3441.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXVI

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXVI * 

01945. Leopoldo dos Reis Calapez [1928]

[Leopoldo dos Reis Calapez || ANTT || PT-TT-PIDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902]

[Trabalhador da CP no Barreiro. Militante do Partido Comunista antes de 1926. Preso e deportado para a Guiné em 04/05/1928, embarcou no barco "Gil Eanes".]

01946. Silvino Augusto Ferreira [1928, 1940]

[Silvino Augusto Ferreira || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[Lisboa, 08/08/1899. Torneiro mecânico no Arsenal de Lisboa. Filiação: Maria do Sacramento Ferreira. Militante e dirigente do Partido Comunista durante a 1.ª República, manteve sempre contactos com os anarco-sindicalistas. Preso e deportado para a Guiné em 04/05/1928, embarcou no barco "Gil Eanes". Conseguiu evadir-se, seguiu para Dakar e chegou a França, onde contatou os refugiados portugueses. Regressou clandestinamente a Lisboa em 1932 e retomou as suas atividades políticas e sindicais, tornando-se Secretário-Geral do Sindicato do Arsenal do Exército. Na sequência do fracasso da Greve Geral Revolucionária de 18/01/1934, exilou-se em Espanha, país de onde regressou em 1936. No ano seguinte, envolveu-se ativamente no atentado a Salazar ocorrido em 4 de julho de 1937. Conseguiu fugir, viveu na clandestinidade e seria julgado, à revelia, pelo Tribunal Militar Territorial em 20/03/1939, sendo condenado a 10 anos de prisão celular, seguidos de doze de segredo ou, em alternativa, a 28 anos de degredo. Preso em 08/08/1940, recolheu ao Aljube e, em 04/10/1940, seguiu para a Penitenciária de Lisboa, onde passou 19 anos. Exilou-se, em janeiro de 1960, em França, onde vivia a mulher e o filho.]

01947. Francisco Guerra [1928, 1933]

[Lisboa, c. 1901. Sapateiro. Filiação: Maria José, Joaquim Guerra. Solteiro. Residência: Rua Garibaldi, Pátio - Vila Maia, 9. Preso em 23/02/1928, «por ser o encarregado de lançar bombas sobre as tropas governamentais» e estar envolvido no movimento que devia despoletar no dia 24. Deportado para a Guiné em 04/05/1928, embarcou no barco "Gil Eanes". Evadiu-se, regressou em maio de 1929 e empregou-se na Companhia Portuguesa de Alpargatas. Preso pela PSP de Lisboa em 15/07/1933 e entregue à S.V.P.S. em 17/07/1933; libertado em 20/07/1933.]

01948. José Lourenço [1928]

[Lisboa, c. 1903. Pedreiro. Filiação: Maria do Nascimento. Residência: Travessa dos Prazeres - Quinta do Passarinho, Lisboa. Preso em 24/10/1925, «por andar a distribuir manifestos»; libertado em 26/10/1925. Preso em 23/02/1928, «por ser bombista e por fazer parte do grupo de ação do "João Varina"». Deportado para a Guiné em 04/05/1928, de onde se evadiu, embarcou no barco "Gil Eanes". Preso em 26/07/1933, «por se ter evadido da Guiné»; libertado no mesmo dia por despacho do Diretor-Geral de Segurança Pública, «por se ter provado que não conspirava contra a atual Situação, desde que se encontrava na Metrópole».]

01949. Rogério António da Silva [1928]

[Estremoz, c. 1904. Polidor de cantarias. Filiação: Emília do Carmo, José da Silva. Solteiro. Residência: Estremoz. Preso em 04/01/1928, «por ser bolchevista», e deportado para a Guiné em 04/05/1928. Embarcou no barco "Gil Eanes".]

01950. Quirino Francisco Fernandes [1928]

[Sobral de Monte Agraço, c. 1901. Carpinteiro. Filiação: Maria do Espírito Santo, Luís Francisco. Casado. Residência: Terras do Gil - Palma de Baixo. Preso dias vezes em 1922, «por dar vivas à "revolução social"» e «por distribuir manifestos incitando *a greve geral». Novamente preso em 1923, acusado de «ser fabricante de bombas» e ter «tomado parte nos atentados da Rua Augusta». Preso em 06/02/1928, «como sindicalista e anarquista», foi deportado para a Guiné em 04/05/1928, embarcando no "Gil Eanes". Evadiu-se em 05/06/1930.]

01951. Filipe José da Costa [1928, 1928, 1932, 1934, 1947]

[Filipe José da Costa || F. 19/03/1925 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902]

[Lisboa, 19/12/1896. Pintor, a residir e a trabalhar na capital. Filiação: Teresa de Jesus Costa, Manuel José da Costa. Pertenceu, durante a República, às Juventudes Sindicalistas. Preso em 28/03/1928, acusado de «ser o principal autor do atentado contra o Chefe dos guardas da Penitenciária», foi deportado para a Guiné em 04/05/1928, seguindo, com outros presos políticos e sociais, no “Gil Eanes”. Preso em 08/07/1928, «por ser legionário vermelho evadido da Guiné», seria deportado, em 21/08/1928, para Moçambique. Transferido para Cabo Verde, foi-lhe fixada residência obrigatória em Timor, conseguido evadir-se nesta última viagem quando a bordo do vapor “Moçambique”, onde também se encontravam Arnaldo Simões Januário, Bernardino dos Santos, Cal Brandão e Daniel Severino. Preso em 18/02/1932, em Lisboa, ao desembarcar do barco “Colonial”, onde viajava com o nome «Carlos Alberto de Sousa». Evadiu-se, em 04/04/1932, da Cadeia do Aljube, juntamente com Emídio Guerreiro, Heitor Rodrigues, José dos Santos Rocha, José Severo dos Santos e Manuel Sanches Dias: acusado de ter matado o guarda António Lopes, seria condenado à revelia em 28 anos de prisão. Refugiou-se na zona de Almada, sob o nome de «Azevedo da Cruz», frequentava o associativismo local e, anarquista assumido, integrando o grupo “Spartacus”, envolveu-se no movimento revolucionário de 18/01/1934 na margem Sul, nomeadamente através da Associação de Classe dos Corticeiros de Almada: além de detentor de bombas explosivas e pistolas, participou no corte do cabo submarino no sítio do Portinho. Regressado há pouco de Espanha, onde se acolhera temporariamente, é preso em 31/07/1934, «por se encontrar há muito fugido» e estar implicado no movimento revolucionário de janeiro. Entregue ao 4.º Juízo Criminal de Lisboa em 30/10/1934, foi absolvido do crime de assassinato do guarda do Aljube e recolheu ao Limoeiro. Voltou, em 29/03/1935, a ficar sob a alçada da PVDE, a fim de ser julgado pelo Tribunal Militar Especial. Entrou no Aljube em 09/05/1935 e o TME, reunido no dia 15, condenou-o em cinco anos de desterro, multa de vinte mil escudos e perda dos direitos políticos por dez anos: era acusado de, «anteriormente a 18 de janeiro do ano findo, ter tomado parte em várias reuniões preparatórias do movimento revolucionário grevista […] tendo tomado parte no corte do cabo submarino entre Porto Brandão e Trafaria». Interpôs recurso e o TME, de 25/05/1935, alterou a pena para quatro anos de desterro, com seis meses de prisão no local escolhido pelas autoridades, e oito mil escudos de multa. Embarcou, em 08/06/1935, para Angra do Heroísmo, a fim de entrar na Fortaleza de S. João Batista. Transferido, em 23/10/1936, para o Campo de Concentração do Tarrafal, deveria ter sido solto em 15/10/1940, o que não sucedeu por despacho do diretor da PVDE de 24 do mesmo mês, ficando em prisão preventiva por considerar inconveniente a sua libertação. Abrangido pela amnistia estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 35.041, de 18 de Outubro de 1945, foi libertado em 30/12/1945 e regressou a Lisboa, no paquete “Guiné”, em 01/02/1946. Preso, pela última vez, em 28/03/1947, «para averiguações», recolheu ao Aljube, sendo libertado em 14/05/1947.]

[João Esteves]

quinta-feira, 13 de junho de 2024

[3440.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXV

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXV *

01944. Gabriel Pedro [1927, 1928, 1934]

[Gabriel Pedro || F. 15707/1927 || ANTT || PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903]

[“O Samouco”. Nasceu em 22 de abril de 1898, na freguesia de Santos-o-Velho, Lisboa, filho de Marta da Conceição e de Sebastião Pedro. Marítimo, cresceu em condições particularmente difíceis entre Lisboa e o Samouco e começou a trabalhar muito novo, nomeadamente na faina da pesca, o que muito contribuiu para um invulgar conhecimento do mar e das técnicas de navegação, permitindo-lhe, sempre que corria perigo, refugiar-se no Tejo para escapar às autoridades e à prisão. Acompanhou e viveu as sucessivas revoltas desencadeadas entre o derrube da monarquia, em 5 de outubro de 1910, e o triunfo da ditadura militar, em 26 de maio de 1926, empenhando-se na defesa da República contra as forças monárquicas ou fascizantes: com 12 anos, a caminho da lota de Lisboa depois de uma noite de pesca em Alcochete, presenciou as movimentações de grupos revolucionários republicanos, civis e militares, que fizeram triunfar o novo regime; em dezembro de 1917, quando fragateiro, observou o movimento militar chefiado por Sidónio Pais; em janeiro de 1919, associou-se às movimentações populares contra a revolta monárquica centrada na Serra de Monsanto; em 18 de abril de 1925, aquando da revolta militar que procurava antecipar os tempos de ditadura, enfileirou no seu combate, reforçando a sua desconfiança em relação ao comandante da Polícia Cívica de Lisboa, o tenente-coronel João Maria Ferreira do Amaral. Integrou, no mês seguinte, em 15 de maio, o grupo responsável pelo atentado que o feriu com gravidade, sendo por intermédio de Gabriel Pedro que Paulo da Silva, o elemento mais procurado, se conseguiu esconder e embarcar, no Sacavém, para França. Depois, envolveu-se em assaltos de "violência revolucionária", nomeadamente a uma ourivesaria na Rua de São Paulo, em fevereiro de 1926, fazendo com que tivesse de partir, clandestinamente, para África. Estava já casado com Margarida Tavares Fernandes Ervedoso e tinha três filhos: Edmundo Pedro (08/11/1918 - 27/01/2018), João (1920-1935) e Germano Tavares Pedro. Desembarcou em Luanda, onde trabalhou e permaneceu vários meses, passou por Bolama e, por falta de ocupação, seguiu para a cidade da Praia, sempre de forma clandestina, reencontrando nestes dois últimos locais vários companheiros deportados que lhe asseguraram a sobrevivência. Ao fim de ano em meio em África, já sob a Ditadura Militar, acabaria por ser preso em Cabo Verde, detetado pelas autoridades mediante dinheiro que enviara à mulher. Após dois de meses de cativeiro, recebeu ordem para regressar a Lisboa, onde tinha à espera a Polícia de Informações, passou pelos calabouços do Governo Civil, do Limoeiro e do Forte de Monsanto, sendo deportado, em 1927, para a Guiné, acusado de pertencer à Legião Vermelha. No entanto, enquanto marítimo conhecedor do rio, conseguiu fugir quando estava a bordo do navio "Infante de Sagres", atirando-se ao Tejo e nadando para um buque que o recolheu. Primeiro, escondeu-se no Samouco, terra da mulher e, passados uns meses, refugiou-se em Espanha, ainda que por pouco tempo. Com a libertação daquela, presa há algum tempo, resolveu voltar: reuniu-se à família, trabalhava como pintor e envolveu-se em conspirações reviralhistas. Preso por denúncia, seria deportado, em 4 de maio de 1928, para a Guiné, embarcando no "Gil Eanes" para Bolama, onde permaneceu cerca de três anos, até ao desencadear da Revolta das Ilhas, em Abril de 1931. Aderiu ao movimento revolucionário triunfante desencadeado em 17 de abril e, com a rendição dos sublevados da Madeira e dos Açores, Gabriel Pedro foi um dos que, mediante um acordo assinado entre os revoltosos da Guiné e as autoridades portuguesas, partiu para o Senegal, tendo por destino final Espanha: em 27 de maio, com mais 22 companheiros, embarcou de Dacar para Las Palmas, onde chegou no vapor Doukkala, seguindo, no Escolano, para Cádis. Com a implantação da República em Espanha, foi-lhe concedido asilo político, rumando para Sevilha, onde voltou a conspirar nos meios reviralhistas. Depois de entrar em Portugal clandestinamente pela fronteira de Ficalho, fracassado o movimento de 26 de agosto de 1931, regressou a Sevilha, onde foi descarregador no porto, trabalho arranjado por intermédio do Socorro Vermelho Internacional. Foi nesta cidade que, por intermédio de Pepe Díaz, se filiou no Partido Comunista Espanhol e  participou, em março de 1932, no seu IV Congresso, assim como a mulher e o filho João Pedro, este na qualidade de pioneiro. Contactado pela delegação do Partido Comunista Português para ingressar na clandestinidade, talvez devido às numerosas prisões ocorridas na sequência dos preparativos do 1.º de Maio em Lisboa, Gabriel Pedro regressou e passou a estar, formalmente, ligado àquele. Na clandestinidade, manteve uma casa alugada na Rua S. Sebastião da Pedreira, transformada em sede central do PCP e onde se reuniam os principais dirigentes, nomeadamente Alfredo Caldeira, Bento Gonçalves, Francisco de Paula Oliveira (Pavel) e José de Sousa. Integrou o Comité Regional de Lisboa, teve responsabilidades na Comissão Inter-Sindical (CIS) e envolveu-se nos preparativos do 18 de Janeiro de 1934, nomeadamente na recolha de bombas explosivas e na realização, em 29 de dezembro de 1933, de um comício relâmpago na Rocha de Conde de Óbidos, de forma a publicitar a greve junto dos operários da Administração do Porto de Lisboa. Na noite de 17 para 18 de janeiro de 1934, participou nos acontecimentos de Xabregas e de Chelas, estando previsto o assalto ao Posto da Guarda Fiscal. Preso em 29 de janeiro e levado para a Trafaria, cruzou-se nos calabouços do Governo Civil com a mulher e o filho, Edmundo Pedro, presos em janeiro de 1934 noutras circunstâncias políticas. Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 8 de março de 1934, foi condenado a dez anos de degredo e seguiu, em 8 de setembro, para Angra do Heroísmo onde, num dos muitos castigos, conheceu a "poterna", um cubículo húmido subterrâneo com água sempre a pingar, mesmo no verão, onde eram fechados os presos durante vários dias, individualmente ou em grupo, sem qualquer agasalho, sufocados pela falta de ar e pelo cheio nauseabundo dos próprios dejetos. Em 23 de outubro de 1936, juntamente com o filho Edmundo Pedro, este vindo de Lisboa, embarcou para o Tarrafal, onde sofreu castigos duradouros na "frigideira" e na "brigada brava" e tentou uma fuga, já que tinha conhecimentos marítimos e sabia manobrar um barco, com mais quatro companheiros. Abrangido pela amnistia estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 35.041, de 18 de Outubro de 1945, foi libertado em 9 de dezembro de 1945 e regressou a Lisboa, no vapor “Guiné”, em 1 de fevereiro de 1946. Instalou-se em Almada, trabalhou como estivador do porto de Lisboa e, em abril de 1947, na sequência da greve de solidariedade dos portuários (descarregadores, estivadores e fragateiros) com a dos operários dos estaleiros navais, assumiu diversos projetos comerciais que, devido ao insucesso, o levaram a ficar como contínuo da Incrível Almadense. Participou, desde o seu lançamento, na campanha presidencial do general Humberto Delgado e, na sequência de uma manifestação evocativa de Elias Garcia, em Almada, realizada em 13 de maio de 1958, voltou a viver semiclandestino até emigrar para França, onde arranjou emprego e fixou residência. Teve, sempre, relacionamento respeitoso e afetivo com os anarcossindicalistas, que conhecia desde muito novo e com quem colaborara em diversos atos, e continuou a sua militância política, pontuada com divergências com militantes do Partido Comunista, nomeadamente no Tarrafal e em França. Em 1970, já com 72 anos, regressou a Portugal para integrar a ARA, Ação Armada Revolucionária, estando envolvido na sua primeira iniciativa: a colocação de explosivos no casco do navio Cunene de forma a sabotar a sua participação na Guerra Colonial. Faleceu em 2 de fevereiro de 1972, em Paris. Deixou um relevante texto manuscrito, intitulado Acontecimentos Vividos, datado de 1 de Agosto de 1971. A viúva, Maria Adelaide Ribeiro da Fonseca Pedro, entregou-o ao Partido Comunista depois do 25 de Abril de 1974 e encontra-se publicado pelas edições Avante! (2015).]

[João Esteves]

[3439.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXIV

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXIV *

01939. Manuel Esteves Ramos [1927]

[Segundo sargento. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Regressou ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado no TME, acusado de ter «tomado parte na revolução de Fevereiro».]

01940. José Ferreira dos Santos [1927]

[Segundo sargento. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Regressou ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado no TME, acusado de ter «tomado parte na revolução de Fevereiro».]

01941. António Moreira Lopes [1927]

[Segundo sargento. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Regressou ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado no TME, acusado de ter «tomado parte na revolução de Fevereiro».]

01942. Manuel Severo Vieira [1927]

[Deportado para a Guiné em 04/05/1928, embarcou no "Gil Eanes".]

01943. Manuel Meneses de Castro [1928]

[Manuel Meneses de Castro || ANTT || PT-TT-PIDE-Policias-Anteriores-1-NT-8902]

[Porto, c. 1896. Eletricista. Filiação: Joaquina Meneses de Castro, Manuel António de Castro. Solteiro. Residência: Rua do Sol ao Rato, 79 - Lisboa. Preso duas vezes em novembro de 1922. Preso em 14/04/1928, «por bombista e ter ideias avançadas». Deportado para a Guiné em 04/05/1928, embarcou no "Gil Eanes". Evadiu-se da Guiné segundo nota do Ministério das Colónias de 11/08/1928.]

[João Esteves]

[3438.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXIII

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXIII *

01931. António Augusto [1927]

[Primeiro sargento. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Regressou ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado no TME, acusado de ter «tomado parte na revolução de Fevereiro».]

01932. Custódio Augusto de Sousa [1927]

[Primeiro sargento. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Regressou ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado no TME, acusado de ter «tomado parte na revolução de Fevereiro».]

01933. Sebastião Passos Júnior [1927]

[Primeiro sargento. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Regressou ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado no TME, acusado de ter «tomado parte na revolução de Fevereiro».]

01934. Joaquim Moreira dos Santos [1927]

[Primeiro sargento. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Regressou ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado no TME, acusado de ter «tomado parte na revolução de Fevereiro».]

01935. Joaquim de Melo [1927]

[Segundo sargento. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Regressou ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado no TME, acusado de ter «tomado parte na revolução de Fevereiro».]

01936. Alfredo Augusto [1927]

[Segundo sargento. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Regressou ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado no TME, acusado de ter «tomado parte na revolução de Fevereiro».]

01937. Manuel António Serra [1927]

[Segundo sargento. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Regressou ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado no TME, acusado de ter «tomado parte na revolução de Fevereiro».]

01938. Zacarias Rodrigues Pinto [1927]

[Segundo sargento. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Regressou ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado no TME, acusado de ter «tomado parte na revolução de Fevereiro».]

[João Esteves]

quarta-feira, 12 de junho de 2024

[3437.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXII

PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCCXXII * 

01924. António Manuel de Araújo [1928]

[Ex-agente da PSP de Lisboa. Preso pela Polícia Internacional em serviço na fronteira em 11/04/1928, quando tentava entrar em Espanha. Terá participado no movimento de fevereiro de 1927 e terá desertado. Levado para o Porto, seguiu para Lisboa.]

01925. Elísio Pinto de Almeida e Castro [1928]

[Porto, 06/01/1869. Advogado. Filiação: Maria Marcelina Barbosa de Castro, António Pinto de Almeida de Castro. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra em 1893. Presidiu à Comissão Municipal Republicana da Feira e, após a implantação da República, foi nomeado Presidente da Comissão Administrativa daquele concelho. Foi deputado pelo círculo de Estarreja à Assembleia Nacional Constituinte (1911) e eleito para o Senado pelo círculo de Aveiro em 1915, 1922 e 1925, integrando as listas do Partido Democrático. Proprietário de "A Voz Pública", do Porto. Preso pela Polícia de Informações do Porto em 11/04/1928 e levado para a Casa de Reclusão, sendo referenciado como «antigo senador».]

01926. João Batista Conde [1928]

[Comerciante. Preso pela Polícia de Informações do Porto em 11/04/1928 e levado para a Casa de Reclusão.]

01927. Joaquim Pereira de Vasconcelos [1927]

[Tenente. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Mandado regressar pela Secretaria da Guerra ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado.]  

01928. João Luís de Sousa Durão [1927]

[Elvas, 18/09/1873. Capitão. Filiação: Antónia de Ascenção, Gonçalo do Rosário. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Regressou ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado no TME, acusado de ter «tomado parte na revolução de Fevereiro».] 

01929. Samuel Respeita [1927]

[Tenente de Infantaria. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Regressou ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado no TME, acusado de ter «tomado parte na revolução de Fevereiro».] 

01930. José Duarte Ferreira de Brito [1927]

[Porto de Mós, Leiria. Filiação: Ana Lopes Ferreira, Teodoro Duarte Ferreira. Sargento ajudante. Deportado para os Açores na sequência da revolta de fevereiro de 1927. Regressou ao Continente em abril de 1928, a fim de ser julgado no TME, acusado de ter «tomado parte na revolução de Fevereiro».]

[João Esteves]