* Uma vida de resistência a caminho das prisões políticas salazaristas *
[1949-1974]
[1949-1974]
Casada com
João Floriano Baptista Pato, Maria Rodrigues Pato nasceu em outubro de 1900.
Mãe de Abel, Carlos Alberto (21/12/1920 - 26/06/1950) e
Octávio Floriano Rodrigues Pato (1925-1999), “sogra” de Albina Fernandes (1929-1970) e avó de Álvaro Pato, militantes comunistas.
Foi a mulher que mais tempo
caminhou para as prisões fascistas para ver aqueles familiares, presos, em simultâneo, ou de
forma continuada, a partir da década de 40: segundo palavras do neto Álvaro, "percorreu milhares de quilómetros a andar de cadeia para cadeia".
[pp. 27-31]
Em 1974, em conversa com a jornalista Gina de
Freitas, publicada a 25 de setembro de 1974 no Diário de Lisboa, contou o que foram “30 anos de sofrimento”, entre maio de 1949 e abril
desse ano, a partir do momento em que a PIDE prendeu o filho Carlos, morto em
Caxias depois de barbaramente torturado com 130 horas de estátua e sem lhe
prestarem assistência médica, apesar das insistências dos outros presos, tendo
guardado “uns sapatos dele, todos rebentados devido a ter ficado muito inchado
por causa das torturas” [A força ignorada das companheiras, p. 30].
Depois detiveram Abel, empregado bancário, para ver se
denunciava Octávio Pato, na clandestinidade desde 1945; de seguida, em 1961,
calhou a vez a este e a Albina Fernandes, sua companheira, serem detidos com os
dois filhos pequenos em Caxias; e, por último, em 1973, foi o neto, preso onze meses e um dia, sendo libertado de Peniche em
26 de abril de 1974.
[João Esteves]
* Júlia Coutinho, no blogue As Causas da Júlia, insere a fotografia de Maria Rodrigues Pato, assim como a respectiva entrevista publicada no Diário de Lisboa *
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