[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

domingo, 5 de janeiro de 2014

[0442.] MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES PATO [I] || 1900 - 1984


Uma vida de resistência a caminho das prisões políticas salazaristas * 
[1949-1974] 

Casada com João Floriano Baptista Pato, Maria Rodrigues Pato nasceu em outubro de 1900. 

Mãe de Abel, Carlos Alberto (21/12/1920 - 26/06/1950) e Octávio Floriano Rodrigues Pato (1925-1999), “sogra” de Albina Fernandes (1929-1970) e avó de Álvaro Pato, militantes comunistas. 

Foi a mulher que mais tempo caminhou para as prisões fascistas para ver aqueles familiares, presos, em simultâneo, ou de forma continuada, a partir da década de 40: segundo palavras do neto Álvaro, "percorreu milhares de quilómetros a andar de cadeia para cadeia"


[pp. 27-31]

Em 1974, em conversa com a jornalista Gina de Freitas, publicada a 25 de setembro de 1974 no Diário de Lisboa, contou o que foram “30 anos de sofrimento”, entre maio de 1949 e abril desse ano, a partir do momento em que a PIDE prendeu o filho Carlos, morto em Caxias depois de barbaramente torturado com 130 horas de estátua e sem lhe prestarem assistência médica, apesar das insistências dos outros presos, tendo guardado “uns sapatos dele, todos rebentados devido a ter ficado muito inchado por causa das torturas” [A força ignorada das companheiras, p. 30]. 

Depois detiveram Abel, empregado bancário, para ver se denunciava Octávio Pato, na clandestinidade desde 1945; de seguida, em 1961, calhou a vez a este e a Albina Fernandes, sua companheira, serem detidos com os dois filhos pequenos em Caxias; e, por último, em 1973, foi o neto, preso onze meses e um dia, sendo libertado de Peniche em 26 de abril de 1974. 
[João Esteves]

* Júlia Coutinho, no blogue As Causas da Júlia, insere a fotografia de Maria Rodrigues Pato, assim como a respectiva entrevista publicada no Diário de Lisboa *

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