* Maria Isabel Hahenman Saavedra de Aboim Inglez *
[07/01/1902-08/03/1963]
Filha de João Saavedra e de Elisa
Augusta Hahenman Saavedra, nasceu em Lisboa a 7 de Janeiro de 1902.
Em 1938,
casada e mãe de 5 filhos, matriculou-se na Faculdade de Letras de Lisboa, no curso
de Ciências Histórico-Filosóficas.
Nesse mesmo ano, fundou o Colégio Feminino
Fernão de Magalhães, que dirigiu até ao seu encerramento pela PIDE, em 1949.
Concluído o curso, ingressou, em 1943, como assistente, na mesma Faculdade,
leccionando as disciplinas de Filosofia Antiga e de Psicologia Geral.
Foi, no
entanto, demitida em 1945, devido às suas ideias e actividades políticas de
oposição ao regime de Salazar.
Igualmente impedida de dar
aulas particulares, Maria Isabel montou em casa um atelier de costura, do qual
viveu alguns anos.
Em 1953, foi-lhe oferecida a regência de uma cadeira de
Filosofia numa universidade brasileira, mas as autoridades salazaristas recusam-lhe o
passaporte de saída do país.
Dedicou-se então, até à data da sua morte, a dar
explicações.
Membro do Movimento de Unidade Democrática (MUD), foi nomeada, em
Julho de 1946, para a sua 3.ª Comissão Central, em representação das mulheres.
Participou activamente nas comissões de apoio às candidaturas à presidência da
República do general Norton de Matos (1948-1949) e do Prof. Rui Luís Gomes
(1951).
Integrou o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, extinto
pelo governo de Salazar em 1947, e destacou-se no movimento pró-amnistia aos
presos políticos.
Presa pela PIDE em 1946 e em 1948.
Em 1960, foi agredida
na prisão política de Caxias, aonde se deslocara para visitar o filho aí preso.
Aos 61 anos, a 8 de Março de 1963, foi acometida de doença súbita quando se
encontrava, em Lisboa, ao volante do seu carro, falecendo quase de imediato.
[Extractos da biografia de Teresa Fonseca organizada para o Dicionário no Feminino (séculos XIX-XX), Livros Horizonte, 2005]
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