[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

[0477.] ALCINA BASTOS [I]

* ALCINA DE SOUSA BASTOS *
[07/04/1915-17/08/1993]

Mais um nome injustamente esquecido e que teve bastante relevância na campanha presidencial de Humberto Delgado, em 1958

Advogada e jurista. 

Filha de Filomena de Sousa Vilarinho Bastos e de Adelino Soares de Bastos, inspetor escolar e oposicionista republicano, nasceu em Fiães, concelho de Vila da Feira. 

Entre 1934-1935 e 1939-1940, cursou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se licenciou neste último ano.

Exerceu a advocacia no Porto, Espinho, Vila da Feira e, posteriormente, Lisboa. 

Teve desde muito nova consciência das perseguições políticas salazaristas – o pai, foi condenado a 4 anos de prisão – e participou nas atividades antifascistas que procuravam restabelecer a liberdade e a democracia. 

Quando estudante em Coimbra, deu colaboração ao Socorro Vermelho Internacional (SVI) e, na década seguinte, já no Porto, tornou-se sócia da Delegação da Associação Feminina Portuguesa para a Paz (AFPP), e aderiu ao Movimento de Unidade Democrática (MUD). 

Em 1949, empenhou-se na candidatura do general Norton de Matos à Presidência da República. 

Em 1958, integrou, juntamente com o irmão Joaquim Bastos, também advogado, a equipa que promoveu e organizou a candidatura presidencial do general Humberto Delgado, de quem foi colaboradora próxima e a quem procurou honrar a memória póstuma. 

Esteve diretamente envolvida no processo que procurou fundir as duas candidaturas oposicionistas, a de Arlindo Vicente e a de Delgado. 

- Após as eleições, fez parte da Comissão Permanente do Movimento Nacional Independente (MNI), criado pelo general em 18 de junho, e desempenhou cargos nos Centros Republicanos António José de Almeida e Almirante Reis. 

Defendeu, enquanto advogada, vários presos políticos. 

Após 25 de Abril de 1974, aderiu ao Movimento Democrático Português (MDP), onde se manteve entre 1975 e 1979; interveio no âmbito da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), de que fora uma das fundadoras e dirigente; e colaborou com o Movimento Democrático de Mulheres. 

Foi-lhe atribuída, a título póstumo, a Ordem da Liberdade. 
[João Esteves]

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