* ALCINA DE SOUSA BASTOS *
[07/04/1915-17/08/1993]
Mais um nome injustamente esquecido e que teve bastante relevância na campanha presidencial de Humberto Delgado, em 1958
Advogada e
jurista.
Filha de Filomena de Sousa Vilarinho Bastos e de Adelino Soares de
Bastos, inspetor escolar e oposicionista republicano, nasceu em Fiães, concelho de Vila da Feira.
Entre
1934-1935 e 1939-1940, cursou a Faculdade de Direito da Universidade de
Coimbra, onde se licenciou neste último ano.
Exerceu a advocacia no Porto, Espinho, Vila da Feira e, posteriormente, Lisboa.
Teve desde muito nova consciência das perseguições
políticas salazaristas – o pai, foi condenado a 4 anos de
prisão – e participou nas atividades
antifascistas que procuravam restabelecer a liberdade e a democracia.
Quando
estudante em Coimbra, deu colaboração ao Socorro Vermelho Internacional (SVI)
e, na década seguinte, já no Porto, tornou-se sócia da Delegação da Associação Feminina Portuguesa
para a Paz (AFPP), e aderiu ao Movimento de Unidade Democrática
(MUD).
Em 1949, empenhou-se na candidatura do general Norton de Matos à Presidência
da República.
Em 1958, integrou, juntamente com o irmão Joaquim Bastos, também
advogado, a equipa que promoveu e organizou a candidatura presidencial do
general Humberto Delgado, de quem foi colaboradora próxima e a quem procurou
honrar a memória póstuma.
Esteve diretamente envolvida no processo que procurou
fundir as duas candidaturas oposicionistas, a de Arlindo Vicente e a de
Delgado.
- Após as eleições, fez parte da Comissão Permanente do Movimento
Nacional Independente (MNI), criado pelo general em 18 de junho, e desempenhou
cargos nos Centros Republicanos António José de Almeida e Almirante Reis.
Defendeu, enquanto advogada, vários presos políticos.
Após 25 de Abril de 1974, aderiu ao
Movimento Democrático Português (MDP), onde se manteve entre 1975 e 1979; interveio no âmbito da
União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), de que fora uma das
fundadoras e dirigente; e
colaborou com o Movimento Democrático de Mulheres.
Foi-lhe atribuída, a título póstumo, a Ordem da Liberdade.
[João Esteves]
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