* CECÍLIA SIMÕES AREOSA FEIO *
[05/12/1921-08/02/1980]
Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas || Associação Feminina Portuguesa para a Paz || Movimento de Unidade Democrática || Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos
Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas || Associação Feminina Portuguesa para a Paz || Movimento de Unidade Democrática || Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos
[Gina de Freitas || A força ignorada das companheiras || 1975 || pp. 185-190]
Cecília Simões nasceu em 5 de Dezembro de 1921 e faleceu em 8 de Fevereiro
de 1980, com apenas 58 anos.
Talvez pela sua discrição ou por ter falecido há já
bastantes anos, o papel interveniente de Cecília Simões Areosa Feio continua
esquecido ou silenciado na luta contra a Ditadura, no apoio aos Presos
Políticos e seus familiares e na defesa dos direitos das mulheres.
Fez parte do grupo de jovens mulheres que aderiram ao
Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas quando este passou a ser liderado
por Maria Lamas.
Destacou-se como uma das mais assíduas intervenientes nas
reuniões realizadas entre Novembro de 1945 e Junho de 1947, sendo então
conhecida apenas por Cecília Simões.
Eleita 2.ª Secretária da Direção (1945), integrou também a
Comissão de Propaganda (1945 e 1946).
Militou na Associação Feminina Portuguesa para a Paz,
constando nos processos da PIDE o respetivo boletim de inscrição [Vanda Gorjão,
Mulheres em tempos sombrios].
Assinou as listas, em 1945, para a constituição do
Movimento de Unidade Democrática (MUD).
Trabalhou até 1949, segundo Maria Alda Barbosa Nogueira,
com esta e Maria das Dores Cabrita no sector de Mobilização e Organização das
Mulheres Comunistas.
Presa na vaga de prisões de 17 de Dezembro de 1949, ficou
na mesma cela do Forte de Caxias com Georgette Ferreira, Maria Lamas e Virgínia
Moura, sendo libertada sob caução.
Participou, com Maria da Piedade Morgadinho, Maria José
Ribeiro, Maria Luísa Costa Dias e Sofia Ferreira, no Congresso Mundial de
Mulheres realizado em Helsínquia, em 1969.
Entre 1969 e Abril de 1974, tornou-se um dos nomes mais
ativos da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos (CNSPP).
Teve, ainda, “uma atuação decisiva no acompanhamento aos
filhos dos presos, organizando colónias de férias no norte do país para
crianças e adolescentes de famílias afetadas pela repressão política” [Vanda
Gorjão].
Foi entrevistada, em 1974, por Gina de Freitas e o
depoimento encerra o livro A Força Ignorada das Companheiras, esclarecendo que
desde meados da década de 40 que se preocupava com o auxílio aos presos e que
colaborara no auxílio aos detidos no Tarrafal.
Em 1947, “quando grande número de jovens do MUD Juvenil
estiveram presos, nas Faculdades organizávamos brigadas que iam a Caxias levar
lanches e outros géneros de auxílio” [A Força Ignorada das Companheiras, pp.
186-187].
A 26 de Abril de 1974, juntamente com Maria Eugénia Varela
Gomes e Rogério Paulo, discutiu com a Junta de Salvação Nacional, em nome da
CNSPP, a situação dos presos políticos.
Viveu intensamente o período subsequente à revolução de 25
de Abril de 1974, mantendo a militância política de sempre.
Membro da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses.
Feminae - Dicionário Contemporâneo, editado em 2013 pela
Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, incluiu dados biográficos de
Cecília Simões Areosa Feio.
[João Esteves]
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