* ANTÓNIO DAS NEVES *
[1899 - ?]
MILITANTE COMUNISTA || PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DA CLASSE DOS CAIXEIROS DE LISBOA || PRESO POLÍTICO (1931 - 1934)
[ANTT || Fotografia 1929 || 03/08/1932 || -ca-PT-TT-PVDE-Polícias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
Filho de Maria Assunção e de Evangelino das Neves, António das Neves terá nascido em 1899, em Lisboa.
Caixeiro, a residir na Calçada de Santana nº 59 - 3.º, foi preso em 10 de Novembro de 1931 pela Secção de Justiça e Informações do Comando da PSP «por ser figura marcante no meio comunista», sendo, ainda, o Presidente da Direcção da Classe dos Caixeiros de Lisboa [ANTT, Cadastro Político 4261].
Libertado em 13 de Janeiro de 1932 [Processo 142], voltou a ser novamente preso em 13 de Junho do mesmo ano, acusado de ser «o filiado nº 127 da Célula 18 do Comité de Zona Nº 1, do Partido Comunista Português» [Cadastro Político].
[ANTT || Fotografia 1929 || 03/08/1932 || -ca-PT-TT-PVDE-Polícias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
Mais uma vez, António das Neves é referido como Presidente da Associação de Classe dos Caixeiros, tendo por Vice-Presidente Manuel Pilar Coelho, membro da Direcção do Partido Comunista e, segundo João Arsénio Nunes, o principal impulsionador da sua reorganização a partir da conferência de Abril de 1929.
No âmbito das suas actividades naquela Associação, cuja Direcção «é toda simpatizante comunista e tem como divisa a de Carlos Marx "Proletários de todos os países, Uni-vos"» [Cadastro Político], terá convidado Manuel Alpedrinha [Manuel Augusto da Rosa Alpedrinha, RGP/137] para leccionar Português, Geografia e Economia nos cursos que ali funcionavam.
Enquanto caixeiro, recebia na loja onde estava empregado diversa correspondência partidária, levantada, entre outros, por Jaime Tiago [RGP/76].
Nas declarações prestadas à Polícia Política, António das Neves terá referido, entre outras informações, que fora convidado por Manuel Alpedrinha para integrar o Secretariado Político do Partido Comunista, o que recusara; sabia que aquele camarada, José de Sousa e Manuel Francisco Roque Júnior [RGP/13641] eram procurados, dando, por várias vezes, abrigo a este último; que a sede clandestina estaria instalada em casa do alfaiate Crescêncio Teixeira [Artur Gomes Crescêncio Fernandes Teixeira, RGP/671]; e que manteve contactos para a comemoração do 1.º de Maio, nomeadamente com Jaime Tiago, Saraiva de Aguiar [José Manuel Saraiva de Aguiar, RGP/243] e um tal Vaquinhas.
[ANTT || Fotografia 1929 || 03/08/1932 || -ca-PT-TT-PVDE-Polícias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
Por tudo isto, e porque estava iminente a adesão da Classe dos Caixeiros à Comissão Sindical segundo documentos apreendidos noutras circunstâncias, António das Neves foi considerado «elemento activo e perigoso» [Cadastro Político; Processo 460].
Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 21 de Novembro de 1934, aquele considerou «em dar como não provado o crime em que o epigrafado era acusado» e absolveu-o, sendo António dasNeves libertado nesse mesmo dia.
NOTA: Atenção ao uso indevido das imagens sem a devida autorização do Arquivo Nacional da Torre do Tombo.
Fontes:
ANTT, Cadastro Político 4261 [António das Neves / PT-TT-PIDE-E-001-CX06_m0842, m0842a, m0842b].
ANTT, Livro de Cadastrados - 3, Fotografia 1929 [António das Neves / ca-PT-TT-PVDE-Policias-Anteriores-3-NT-8903_m0025].
[João Esteves]
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