[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

segunda-feira, 25 de março de 2024

[3370.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLV

* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLV * 

01514. Eduardo de Assunção Monteiro [1933, 1935, 1936]

[Eduardo de Assunção Monteiro || F. 25/05/1935 (Porto) || ANTT || RGP/1103 || PT-TT-PIDE-E-010-6-1103_m0211]

[Lisboa, 03/11/1904. Médico veterinário - Inspetor Municipal da Sociedade Pecuária. Filiação: Maria Rosa Monteiro, António Augusto Monteiro. Solteiro. Residência: Fundão / Rua Particular de Monsanto, 19 - Porto. Preso no Fundão e entregue pela Administração do Concelho à PVDE em 22/08/1933, «acusado de fazer propaganda e incitamento à indisciplina social» [Processo 773]. Transferido de cárcere em 11 ou 12/10/1933, provavelmente para o Forte de S. Julião da Barra. Em 19/11/1933, embarcou em Peniche com destino a Angra do Heroísmo. Julgado pelo TME/Açores em 25/08/1934, foi absolvido por unanimidade quanto aos factos ocorridos após 05/12/1932 [Processo 75 - TME]. No entanto, seguiu, em 05/11/1934, de Angra para Ponta Delgada, onde ficou com residência obrigatória. Requereu, em 08/11/1934, para ir viver, com a família, para o Porto. Regressou e apresentou-se em 24/12/1934 na PVDE, saindo em liberdade. Requereu ao ministro do Interior, em 17/01/1935, o regresso ao Fundão, onde exercia o cargo de Inspetor Municipal da Sociedade Pecuária. Preso em 23/05/1935, «por estar  envolvido em manejos revolucionários» e levado para o Aljube do Porto, foi libertado em 27/06/1935. Preso pela Delegação do Porto da PVDE em 17/04/1936, «para averiguações»; libertado em 02/05/1936. Partiu para Espanha, onde combateu na frente de Madrid, ao lado dos republicanos. Com a derrota destes, exilou-se em França, onde terá integrado a Resistência.]

01515. Manuel Nunes da Silva [1933]

[Preso em 1933 pelo Comando da PSP de Santarém, por estar associado ao grupo envolvido no processo de fabrico e transporte de bombas na região, abrangendo António Marques, Augusto Porfírio Fragoso, Francisco dos Santos Violante e Joaquim Martinho do Rosário [Processo 746]. Sofreu transferência de cárcere em 11 ou 12/10/1933, indo, provavelmente, para o Forte de S. Julião da Barra.]

01516. Fernando Carvalho da Cruz [1933, 1934]

[Fernando Carvalho da Cruz || ANTT || RGP/322 || PT-TT-PIDE-E-010-2-322]

[Monte Pedral, Lisboa, talvez em 1913. Estudante. Filiação: Virgínia Carvalho da Cruz, Francisco Alberto Martins da Cruz. Solteiro. Residência: Rua do Paraíso, 88 - Lisboa. Terá sido preso pela primeira vez em 1933, tendo sido transferido de cárcere em 11 ou 12/10/1933, provavelmente para o Forte de S. Julião da Barra.  Preso em 14/11/1934, por estar filiado nas Juventudes Comunistas Portuguesas e, em 14/11/1934, passou da 1.ª esquadra para o Aljube. Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 20/03/1935, seria condenado em quatro anos de prisão correcional. Transferido, em 05/04/1935, para Peniche, foi deportado, em 08/06/1935, para a Fortaleza de S. João Batista, em Angra do Heroísmo  e, em 23/10/1936, seguiu para o Campo de Concentração do Tarrafal. Embora tenha terminado o cumprimento da pena em 5 de setembro de 1938, continuou em prisão preventiva. Incluído no indulto de Natal de 1939, recusou-se a assinar o termo de responsabilidade que lhe foi apresentado e continuou encarcerado: «Por informação do Diretor da C. P. é considerado como elemento extremista sem a menor tendência de regeneração». Por ter sido amnistiado, regressou do Tarrafal em 15 de julho de 1940 e saiu em liberdade. Ter-se-á fixado em Moçambique, onde casou com a cabo-verdiana Alda Benedita Duque Levy. Faleceu em 1974.]

01517. Francisco da Silva [1933, 1933]

[Almeirim, c. 1877. Empregado comercial. Filiação: Maria Monteiro, José da Silva. Solteiro. Residência: Rua Francisco Nunes Godinho - Santarém. Preso e entregue pela PSP de Santarém em 30/05/1933, «por estar envolvido em manejos revolucionários» e colaborar com Custódio Dias na entrega de produtos para preparação de bombas [Processo 746]. Saiu em liberdade condicional em 19/07/1933. Preso em 21/08/1933, «por ordem superior». Transferido para o Aljube em 13 ou 14/10/1933. Libertado em 18/04/1934, por ter cumprido a pena de prisão correcional imposta pelo TME.]

01518. Francisco Simões [1933]

[Tábua, c. 1892. Revisor de material da CP. Filiação: Maria Fernandes Gouveia, Adelino Augusto Simões. Casado. Residência: Rua 5 de Outubro, 21 - Alhos Vedros. Preso e entregue pela PSP de Faro em 16/08/1933, por ser «um dos principais elementos da Organização Comunista de Faro, o mais ativo mesmo». Mantinha contatos com Alberto Carlos Braga Júnior, Artur Alves (marinheiro), João Correia Gaspar e Manuel Joaquim Vaz [Processo 799]. Transferido, em 13 ou 14/10/1933, para o Aljube. Julgado pelo TME em 24/10/1933, foi absolvido e libertado [Processo 88/933 - TME].]

[João Esteves]

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