[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]

segunda-feira, 25 de março de 2024

[3372.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLVII

 * PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLVII *

01520. José Augusto Julião [1933]

[Figueira da Foz, c. 1906. Carpinteiro. Filiação: Maria Clara da Silva, António Ascenso Julião. Casado. Residência: Lavos - Castelo, Figueira da Foz. Entregue pela PSP de Leiria em 12/09/1933, por ser detentor de arma proibida [Processo 786]. Transferido para o Aljube em 13 ou 14/10/1933. Julgado pelo TME em 25/11/1933, foi condenado a 76 dias de prisão correcional, dada por expiada com a já sofrida. Libertado nessa data por ordem do TME.]

01521. José Dias Salgueiro [1933]

[Corte Pinto - Mértola, 1892 ou 1902. Trabalhador / Mineiro. Filiação: Gabriela Maria, José Dias. Casado. Residência: Rua D. Olívia, 24 - Mina de S. Domingos. Preso em 25/05/1933, acusado de, juntamente com Valentim Adolfo João, «haver fabricado bombas de dinamite, com rastilho», de «ter tomado parte nos atentados dinamitistas ocorridos na Mina de S. Domingos durante a greve levada a efeito pelos mineiros» nos últimos meses de 1932 e de ser detentor de cartuchos de dinamite e de metros de rastilho [Processo 708], o que não se provou. Transitou, em 13 ou 14/10/1933, para o Aljube. Julgado pelo TME em 09/06/1934, terá sido condenado apenas a uma multa. Talvez por não a ter pago, só foi libertado em 05/06/1935.]

01522. Luís de Carvalho [1933]

[Alenquer, c. 1898. Trabalhador rural. Filiação: Catarina da Conceição, Paulo Luís de Carvalho. Casado. Enviado pelo TME em 14/08/1933, por ser detentor de uma pistola de calibre proibido [Processo 768-A]. Condenado a 15 dias de prisão correcional e a uma multa, convertida em tempo de prisão se não fosse paga, só foi libertado em 02/12/1933. Transitou para o Aljube em 13 ou 14/10/1933.]

01523. Vítor Avelar [1933]

[Preso em 1933, entrou no Aljube em 13 ou 14/10/1933.]

01524. António Mendes [1932, 1933, 1936, 1937, 1938]

[António Mendes || ANTT || RGP/2802 || PT-TT-PIDE-E-010-15-2802_m0017]

[Vila Real de Santo António, 09/09/1909 ou 10/12/1910. Sapateiro. Filiação: Maria das Dores, Eugénio Mendes. Solteiro. Residência: Rua Infante D. Henrique - 21 - Vila Real de Santo António. Detido sucessivamente na década de 1930, sempre em Vila Real de Santo António, passando vários anos nas diversas prisões. Preso em 29/07/1932, na sequência de uma denúncia do Cônsul Geral dos Estados Unidos da América, em Lisboa, por lhe ter dirigido uma carta «protestando contra a eletrocussão de oito jovens negros que aquele governo pretendia executar», tendo sido encontrados na sua residência «bastantes panfletos e correspondência comunista» [Processo 461-A]. Libertado em 12/12/1932, por ter sido abrangido pela amnistia de 5 de Dezembro [Decreto 21.943]. Entregue pelo Comando da PSP de Faro em 16/08/1933por pertencer ao Partido Comunista Português. A ordem da sua detenção partiu de Lisboa, por ser um dos elementos de ligação a Francisco de Paula Oliveira aquando da  reorganização daquele Partido e das Juventudes Comunistas na sua terra natal, tendo o contacto sido estabelecido via Manuel Venceslau LeiriaDo trabalho partidário de Francisco de Paula Oliveira no Algarve resultou a criação de Comités Locais, ficando António Mendes responsável pela Comissão Sindical. Teria, ainda, estabelecido a ligação do marinheiro Artur Alves ao espanhol Bruno Alfonso Calvo, residente em Ayamonte [Processo 799]. Transferido para o Aljube em 13 ou 14/10/1933. Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 24/10/1934, foi condenado a 480 dias de prisão correcional e perda de direitos políticos por cinco anos [Processo 88/933, do TME]; libertado  em 11/12/1933, por haver cumprido a pena. Acusado de comunista, foi preso, pela terceira vez, em 21/03/1936. Mantido numa esquadra da PSP de Vila Real de Santo António, saiu em liberdade em 09/04/1936 [Processo 288/36]. Novamente detido pelo Posto daquela localidade em 17/03/1937, acusado de continuar a manter, juntamente com Gilberto António Rodrigues, militância comunista clandestina e contatos com os opositores à Ditadura, sendo libertado em 12/05/1937 [Processo 366/37]. No ano seguinte, em 19/03/1938, seria detido pela quinta vez em seis anos, só saindo em liberdade quatro anos depois, em 22/03/1942. Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 30/11/1938 e condenado a quatro anos e perda de direitos políticos por cinco anos, passando por inúmeras esquadras, Aljube, Caxias e Peniche, onde se encontrava aquando da libertação [Processo 122/38].]

[João Esteves]

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