* FERNANDO MATA *
[09/06/1885 - 30/07/1950]
Filho de Rita Maria de Jesus e de Francisco Fernandes Mata, Fernando Mata nasceu em Molelos - concelho de Tondela, em 9 de Junho de 1885.
Ex-guarda das Cadeias Civis, conhecido por "O Malhado", era vigiado desde, pelo menos, Setembro de 1928, por conspirar "activamente contra a Situação" e ser "chefe de um grupo civil revolucionário", sendo preso em 17 de Novembro, "acusado de cumplicidade no atentado praticado contra o Director das Cadeias Civis" e ter "reuniões conspiratórias na Cadeia do Aljube". Referido como tendo participado "no movimento de 19 de Outubro", foi libertado em 05 de Março de 1929 (v. Processo 4101).
Preso em 2 de Dezembro de 1930, "por andar envolvido em manejos revolucionários", cumpriu 90 dias no aljube, de onde saiu em 3 de Março de 1931 (v. Processo 4717). Residia, então, na Rua dos Mouros, n.º 3.
Já identificado como trabalhador e a viver no Penedo da Ajuda - Cordoaria, foi preso pela terceira, e derradeira vez, em 20 de Agosto de 1937, "para averiguações".
Permaneceu na 1.ª Esquadra (07/09/1937, 10/01/1938) e em Caxias, para onde fora transferido em 23 de Outubro.
Julgado pelo Tribunal Militar Especial em 15 de Janeiro de 1938, foi condenado a 10 anos de degredo com prisão e uma multa de vinte mil escudos, ficando, depois, à disposição do Governo (Processo 1210/37).
Passou, então, pelo Aljube (17/01/1938), Peniche (19/01/1938) e 1.ª Esquadra, antes de ser enviado, em 23 de Maio de 1938, para a Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo, de onde regressou em 23 de Julho de 1943 e levado para Peniche.
Transferido para a Penitenciária de Lisboa em 19/07/1945, "para hospitalização", ficou à disposição do Ministério da Justiça a partir de 31 de Dezembro de 1945.
Faleceu no Hospital de S. José em 30 de Julho de 1950, segundo ofício da Cadeia do Forte de Peniche de 07 de Agosto.
Tinha completado 65 anos, dos quais treze anos e meio em prisões do fascismo.
[João Esteves]
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