* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || XCIV *
00724. Teodósio Calrão Júnior [1928, 1928]
[Teodósio Calrão Júnior - "O Carriço" || F. 29/03/1926 ou 1928 || ANTT || PT-TT-PVDE-Polícias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
["O Carriço". Preso em 28/03/1928, "por ter transportado bombas e conspirar contra a Situação"; libertado em 04/10/1928. Preso em 22/12/1928, "por fazer parte do grupo civil de Manuel José da Mota"; libertado em 05/03/1929. Estaria, em Maio de 1935, internado no Hospital Sanatório da Ajuda.]
00725. Tomás Francisco da Silva [1928]
[Tomás Francisco da Silva || F. 26/06/1928 || ANTT || PT-TT-PVDE-Polícias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
[Évora, c. 1903 (24 anos), ferrador - Silves. Solteiro. Filiação: Josefa Rego e João da Silva. Preso em 26/02/1928, "por estar implicado no complô do Algarve", como ficou conhecido os acontecimentos ocorridos em Moncarapacho em 17/02/1928, quando uma violenta explosão matou Américo Vilar e António Calhabotas, dois anarcossindicalistas idos do Barreiro que se encontravam a preparar bombas num pardieiro. A sua prisão terá resultado de ter sido descoberto uma carta sua escrita àquele último, levando, igualmente, a "uma busca às instalações das Juventudes Sindicalistas de Silves, na sede da Associação (ou Sindicato) dos Corticeiros" (Idalécio Soares, Vítimas da Ditadura no Algarve: três casos, três histórias subtraídas ao esquecimento, Editora Sul, Sol e Sal, 2017, p. 37). Libertado em 26/06/1928, data da fotografia que consta num dos "Livros de Cadastrados".]
00726. Urbano da Rocha Dantas (ou d'Antas) [1927, 1928, 1931, 1935, 1938, 1940]
[Urbano da Rocha Dantas || F. 11/12/1928 || ANTT || PT-TT-PVDE-Polícias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
[Torres Novas, 06/07/1882 ou 1891, Capitão de Artilharia. Casado. Filiação: Rita da Conceição Cruz Dantas e Décio Augusto da Rocha Dantas. Residência: Rua Ponta Delgada, 2 / Lugar da Pedrinha - Pombal. Militar, Urbano da Rocha Dantas foi preso por diversas vezes entre, pelo menos, 1927 e 1940, tendo conhecido, ainda, a deportação. Quando era Tenente de Artilharia, participou na revolta de Fevereiro de 1927, tendo sido preso e deportado para a Madeira. Preso, provavelmente, em Dezembro de 1928, já que a sua fotografia, datada de 11/12/1928, consta de um dos "Livros de Cadastrados". Terá continuado a conspirar contra a Ditadura, sendo diversas vezes procurado. Na sequência da Revolta da Madeira, em Abril de 1931, foi deportado para Cabo Verde, ficando, juntamente com Adalberto Gastão de Sousa Dias, na ilha de S. Nicolau. Permanecia, em 1932, deportado em Cabo Verde. Em 28/12/1932, foi comunicado pelo Ministério do Interior que estava abrangido pela amnistia de 05/12/1932: regressou e apresentou-se na SVPS em 16/01/1933.
[Urbano da Rocha Dantas || ANTT || PT-TT-PVDE-Polícias-Anteriores-4-NT-8904 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
Preso em 03/05/1935, "para averiguações", levado para uma esquadra e transferido, em 01/06/1935, para o Aljube; libertado em 05/09/1935. Preso em 06/12/1938, "para averiguações", recolheu, incomunicável a uma esquadra, passou para o Aljube em 05/01/1939 e seguiu, em 11/01/1939, para Caxias; libertado em 26/01/1939 (Processo 1538/38).
[Urbano da Rocha Dantas || F. 22/04/1940 || ANTT || RGP/953 || PT-TT-PIDE-E-010-5-953]
Preso, pela última vez, em 20/04/1940 e levado para o Aljube; libertado em 03/06/1940 (Processo 508/940). O Processo Político do Capitão Urbano da rocha D'Antas que consta do AHM, datado de 1956, refere-o como tendo "Largo cadastro revolucionário". Faleceu de "Doença cardíaca" (Manuel António Correia, Memórias de um resistente às Ditaduras, p. 324).]
[alterado em 13/04/2023]
[Virgínio Duque Simões || F. 10/05/1927 || ANTT || PT-TT-PVDE-Polícias-Anteriores-1-NT-8902 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
[A sua fotografia, datada de 10/05/1927, consta de um dos "Livros de Cadastrados". Já tinha sido preso em 27/03/1920, "por ordem superior", sendo libertado no mesmo dia.]
00728. Viriato Martins Vicente [1928]
[Em Dezembro de 1925, embarcou clandestinamente em Lisboa, no barco "Massilia", com destino ao Rio de Janeiro. Tinha, então, 18 anos e, como os restantes clandestinos, foi sujeito a bárbaros maus-tratos, como noticia o periódico "Correio da Manhã" de 27/12/1925: "O de nome Viriato Martins Vicente acrescentou que fora brutalmente espancado, mostrando à autoridade o corpo cheio de sevícias, lanhos e marcas de pontas de fogo. O pessoal de bordo sujeitava-os a banhos de água fervente". Repatriado. Preso em 22/07/1928, "por suspeita de ter tomado parte no movimento revolucionário de 20"; libertado em 24/08/1928.
[João Esteves]
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