* PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || XCVII *
00741. Emílio Figueiredo Macedo [1927]
[Emílio Figueiredo Macedo || F. 29/11/1927 || ANTT || PT-TT-PVDE-Polícias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
[Porto, 1905, electricista - Lisboa. Filiação: Deolinda Macedo e Elísio Augusto Macedo. Solteiro. Preso em 11/11/1927, "por conspirar contra a situação" e "fazer parte do grupo civil do Alto do Pina, chefiado por Francisco Brás e João Lopes, estando encarregado de transportar os caixotes de bombas para casa do Obuz, com quem também conspirava"; deportado para Timor em 22/11/1927. Transferido, depois, para Angola, de onde partiu para os Açores, no vapor "Mouzinho", em 10/09/1930. Em 1931, encontrava-se na Madeira, sendo deportado para Cabo Verde em 12/05/1931, ficando na Ilha de S. Nicolau. Abrangido pela amnistia de 05/12/1932.]
00742. Eduardo Guilherme de Faria [1929, 1929, 1930, 1933, 1933, 1935, 1935]
[Eduardo Guilherme de Faria || F. 29/01/1929 || ANTT || PT-TT-PVDE-Polícias-Anteriores-3-NT-8903 || "Imagem cedida pelo ANTT"]
[Caldas da Rainha, c. 1899. Funcionário do Conselho de Arte e Arqueologia da 1.ª Circunscrição / escriturário. Filiação: Jacinta da Silva Faria, Joaquim Guilherme de Faria. Solteiro. Preso em 16/01/1929, «por ter ligações com vários elementos revolucionários»; libertado em 05/03/1929 [Processo 4222]. Preso em 05/08/1929, «por fazer parte de uma comissão editorial com o fim de fazer imprimir e distribuir panfletos contra a Ditadura Militar, sendo-lhe encontrado em sua casa alguns» [Processo 4379]; libertado em 24/12/1929. Preso em 17/07/1930, «por estar implicado no movimento revolucionário em preparação e por distribuir panfletos contra a Situação», e deportado para os Açores em 20/07/1930 [Processo 4658-A]. Preso em 12/07/1933, «para averiguações de carácter político»; libertado em 13/07/1933 [Processo 737]. Preso em 01/11/1933, «sob acusação de estar envolvido em manejos revolucionários e de ser agente de ligação do ex-Major Sarmento de Beires» [Processo 827]. Transferido, em 16/11/1933, da 22.ª esquadra para o Aljube. Enviado, em 19/11/1933, do Aljube para Peniche, onde embarcou para Angra do Heroísmo por ordem do Governo – Fortaleza de S. João Baptista. Regressou de Angra e apresentou-se na PVDE em 23/05/1934, voltando a viver na Rua 1.º de Dezembro - Lisboa.
Preso em 21/02/1935, acusado de estar envolvido no movimento revolucionário em preparação, em cumplicidade com o Coronel Norberto Guimarães, o ex-Sargento Raul Batista Dinis e Joubert Rodrigues Dinis Pereira [Processo 1372]. Levado para uma esquadra, seguiu para o Aljube em 05/04/1935, foi transferido para 1.ª Esquadra em 03/10/1935 e libertado em 29/10/1935. Preso pela Secção Política e Social da PVDE em 02/11/1935, «para averiguações de carácter político», e entregue, no mesmo dia, ao Comando da PSP de Lisboa [Processo 1645].
Pode ter estado deportado em Cabo Verde em 1931-1932 na sequência da Revolta das Ilhas, já que o nome consta na lista da autoria do Major António Fernandes Varão: "Lista Geral dos Deportados pela Ditadura para Cabo Verde embarcados em Lisboa, S. Miguel (Ponta Delgada), St.ª Maria, Angra do Heroísmo (Ilha Terceira), Horta (Faial), Pico, Luanda (Angola), Lourenço Marques, Guiné" - manuscrito As revoltas contra a Ditadura nas Ilhas Adjacentes e Colónias em Abril de 1931).]
[alterado em 20/04/2024]
00743. João Sério [1933, 1943]
[João Sério || F. 1943 || ANTT || RGP/77 || PT-TT-PIDE-E-010-1-77]
[Portimão, 09/06/1904, trabalhador – Portimão / empregado no comércio - Lisboa. Filiação: Lucrécia Ramos e Alexandre Francisco Sério. Solteiro. Preso em 09/07/1933, "por estar envolvido em organização comunista" - integraria a Organização Comunista Juvenil de Portimão, onde reunia numa célula por intermédio de Álvaro dos Santos. Por ter participado ativamente numa manifestação contra o desemprego, organizada pelos operários da cidade em Fevereiro ou Março, refugiou-se em Lisboa, onde estava desde o mês de Abril e onde deu continuidade à sua militância. Integrou, então, a Comissão Central das Juventudes Comunistas, juntamente com Adelino dos Santos, Fernando Quirino, Júlio Vítor Ferreira e Pedro Batista da Rocha, de forma a regressar a Portimão, onde estruturaria uma organização local. Enquanto se manteve em Lisboa, era subsidiado pelo Socorro Vermelho Internacional quanto à alimentação e aluguer do quarto. Interveio na manifestação e agitação realizada no Largo do Chafariz de Dentro em 01/05/1933 e desempenhou tarefas de propaganda com José Borges e José Gilberto Florindo de Oliveira, nomeadamente no âmbito da Comissão Intersindical. Preso, juntamente com Fernando Quirino e outros, em 09/07/1933, quando participava numa reunião no Sindicato dos Compositores Tipográficos, continuando a manter ligações com a organização de Portimão através de Álvaro dos Santos. Usava o pseudónimo “Júlio Reis” [v. Processo 798]. Transferido, em 13 ou 14.10/1933. O processo foi enviado ao TME em 24/10/1933 e, em 19/11/1933, embarcou de Peniche para Angra do Heroísmo – fortaleza de S. João Batista, onde chegou em 22/11/1933. Julgado pelo TME/Secção dos Açores em 20/08/1934, por atividades desenvolvidas em 1931, 1932 e 1933, foi condenado em 18 meses de prisão [Processo 87/933, do TME]. Terminou o cumprimento da pena em 01/01/1935, embarcou no vapor Lima em 16/02/1935 e apresentou-se na PVDE em 23/02/1935, indo residir para Portimão. Preso em 22/09/1943, por emigração clandestina, quando viveria em Lisboa e trabalhava no comércio. Recolheu à 1.ª Esquadra e entregue, em 30/10/1943, aos Tribunais Criminais de Lisboa [Processo 1219/43.]
[alterado em 25/03/2024]
[João Esteves]
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